
OS AUXILIARES DE EDUCAÇÃO COSTELETAS
Tarefa difícil aquela de nos controlar. Éramos talvez mais de 1 000 alunos no recreio, qual deles o melhor artista.
Para travar essa rapaziada nos intervalos, malta na flor da idade, traquina, endiabrada e de sangue na guelra como o João Cuco, o Fantasia que soltou os pintassilgos na aula, a malta do 2º ano 4 ª turma, com o Dias e o Ladari `a cabeça, o Alfredo Teixeira, o Nogueira e o irmão e o Rodrigues, todos de Olhão.. e mais uns cem alunos levados da breca, era preciso alguém para por essa malta na ordem.
Eram os auxiliares de educação que passamos a anunciar.
O ARMANDO, que estava colocado à entrada do ginásio. Era um bom homem, falava muito connosco, mas ás vezes tiráva-nos o número por causa do jogo da tabuinha nos corredores e dizia que ia levar os números ao senhor Director. Mas nunca levava nada.
O senhor VIEGAS, que era o chefe e trabalhava perto da cantina e era quem nos vendia as senhas para o almoço no dia seguinte. Era um homem disciplinador.
O senhor VÍCTOR, o grande amigo do Franklin, de tal maneira que, quando o via passar, lhe dizia: “Tu também eras do 2º ano 4ª Turma” Um bom homem.
O senhor CASTRO, que era o preferido das meninas .Bom homem
A D. LIBÂNIA, esposa do senhor Victor que tanta paciência teve para nos aturar.
A Menina LURDES que igualmente nos aturou com um sorriso, sempre.
Se me permitirem, gostava de referenciar aqui um livro do Dr. Daniel Sampaio, Voltei à Escola. Neste livro, uma vez mais, o centro da preocupação são os jovens. Desta vez, Daniel Sampaio, mostra-no-los, lá onde os grandes problemas dos «verdes anos» se manifestam talvez com maior clareza: a escola. A relação dos jovens entre si, a relação dos jovens com os adultos professores (e vice-versa). Aqui tudo está implicado, tudo se revela.
Tudo o que nós fizemos nesses idos tempos o Professor Daniel Sampaio conta no “Voltei à Escola”, tudo isso que nós fizemos. A porrada no recreio e o comportamento da malta, as alcunhas aos professores, em especial ao Raimundo a quem a malta do Liceu Camões, chamava o Ratimundo.
João Brito Sousa
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