sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CANTINHO DOS MARAFADOS


Identificação, justificação, reflexão e despedida



Seguindo a minha intuição e segundo os valores que sempre defendi e irei continuar a defender, procurando andar de cabeça erguida e com a coluna vertebral na posição vertical, tomei algumas decisões que quero transmitir. Quero também deixar bem vincado que se citar algum nome a minha intenção não é ofender seja quem for.
Apesar de ter dito ao João que o anónimo era para ignorar, vou dirigir-me ao dito cujo em primeiro lugar: - Meu caro senhor, o seu tão querido Artigo do Estatuto, salvo melhor opinião, não tem qualquer valor. Existe neste país, a Constituição da República Portuguesa, que o torna nulo, uma vez que o mesmo fere a cartilha da Nação, por isso é inconstitucional, e mais não digo sobre este assunto, termino lembrando só, que o importante é a responsabilidade de quem escreve e de quem publica.
Meu caro Jorge Tavares, você disse que me conhece e que me reconheceu logo que viu a minha fotografia, provavelmente nalgum dos eventos que a nossa associação realiza nos tenhamos encontrado, peço desculpa pelo lapso.
Podia dar-lhe o meu percurso de vida, mas seria exaustivo e desinteressante, só quero que saiba que aos 16 anos fui para o Exercito, eu disse 16, a troco de um tecto e de comida.
Sei bem o que é “comer o pão que o diabo amassou”. Esta situação acontece por morte do meu avô paterno, oficial da Marinha de Guerra. Como os meus pais também tinham falecido antes, nada a fazer.
Então a forma como eu vejo o Mundo e o País, é certamente diferente.
Se me permite, e sem qualquer intenção de sobrepor a minha opinião à sua, mas sim relatar o que vi, vou citar e comentar uma frase da sua REFLEXÂO “a integração de centenas de milhares de retornados e oriundos das ex-colónias”.
A palavra retornado não tem a minha simpatia, eles eram portugueses, como nós. Mas isso não tem qualquer importância.
Em 1975 eu viajei para o Brasil, assisti a cenas indescritíveis, de desespero, de revolta, de incerteza e de dor. As autoridades brasileiras tiveram um comportamento exemplar, em termos humanitários foram inexcedíveis. Porque meu caro, muitos milhares, muitos mesmo optaram pelo Brasil, pelo menos lá eles não eram retornados eram portugueses e não foram metidos em guetos como aquele perto da Caparica.
Havia deputados que se deslocavam diariamente aos aeroportos e ao porto de Santos.
Foi criado algo que eles chamavam “Força Tarefa”, instalada na Galeria Prestes Maia em São Paulo, que funcionava da seguinte forma: - Tratava-se de um espaço amplo, onde estavam espalhadas várias secretárias com divisões, em cada uma estava pessoal dos departamentos necessários para a legalização. Ao fim de 3 dias esses portugueses tinham na mão a carteira de trabalho, que lhes permitia trabalhar legalmente.
Perguntei e fui informado: - Nunca ninguém do Consulado Português lá colocou os pezinhos.
Talvez agora se possa entender melhor porque defendo, que todos os brasileiros, que sejam pessoas de bem, que para cá venham, devem ser bem recebidos e acarinhados. São bem vindos.
Dizia-me uma mãe de família, desfeita pela dor e a quem tinham matado uma filha de 10 anos. – Para além de toda a dor da perda o que me custa é não saber onde colocar uma flor ou onde fazer uma oração, pois não me foi permitido saber onde a minha filha foi sepultada, ou se foi sepultada.
Nunca esteve no meu horizonte causar divisão e não sei qual o lado dos Velhos do Restelo, também porque achei que um blogue deveria ter vida, acção, polémica leal e respeitosa e muito mais coisas que estarão na cabeça de todos nós; ou será só de alguns?
Apesar de saber que no mês de Dezembro, hoje é dia 4, o nosso Mediador já trabalhou 25 vezes, sabendo também que em Novembro foram 109 e em Outubro 75, mas que em Março foram 34, em Maio 31 e em Julho 41, não sei se isto tem alguma explicação, por isso deixo ao critério de cada um pensar o que quiser. Posto isto informo que decidi encerrar aqui a minha colaboração desinteressada, mas parece que contra o que é pretendido pelos intervenientes.
Quero deixar uma palavra para o António Encarnação e para o Diogo. O António está no Brasil e o Diogo penso que nos Estados Unidos. Eu sei o que custam essas saudades.
António, não esqueça o sul de Minas, quero ler sobre, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Itajubá, mas não esqueça o Litoral norte de São Paulo e Campos do Jordão, você está no meio a 80 Km de um e de outro.
O meu sincero agradecimento ao Mediador, teve sempre para comigo um comportamento, leal e de uma dignidade inexcedível.
Fiquei fã (como se diz agora) do João. Mas com ele vamos continuar a encontra-nos aqui e na Avezinha.

Um abraço a todos,
Não deixem “cair” o blogue, é um pedido sincero que vos faço.

António Viegas Rodrigues Palmeiro

8 comentários:

  1. Meu caro Palmeiro
    Lamento imenso a sua decisão.
    O amigo foi, para mim, dos melhores colaboradores que por este Blogue passaram.
    Mas devo dizer-lhe que compreendo a sua decisão e, posso dizer-lhe, que poderá não estar longe o dia da minha substituição.
    Um grande abraço Costeleta e, até sempre.
    Moderador

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  2. AS VÁRIAS RAZÕES.

    O espaço costeleta derrapou, porque

    1 – Não fomos solidários; acusamo-nos uns aos outros e quase que pisámos os terrenos da calúnia. O que é lamentável.

    2 – Fomos ciumentos. Pensamos até que fulano e beltrano eram favorecidos.

    3 – Quisemos brilhar sem necessidade nenhuma. Pioramos tudo.

    4 – Os anónimos, que uns eram a favor outros contra, contribuíram bastante para a derrapagem

    5 – Não há vitoriosos; todos saímos feridos, com mais ou menos culpa. Mas vivos.

    6 – Leiam estas frases e pensem nelas..

    “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.”William Shakespeare

    Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.” Fernando Pessoa.

    7 – Casimiro de Brito, poeta e costeleta.

    O Amigo
    1.

    Um amigo, o primeiro amigo
    dentro da nuvem de um sonho.

    O impossível toca-nos as mãos
    subitamente — o fogo, a flor concêntrica
    de planetas no exílio.

    Na terra do silêncio
    os frutos caem
    de sua própria vontade.

    2.

    Ao coração das coisas,
    ao jugo das cores da memória,
    ao pequeno desvio da sombra no deserto,
    ao amor que nos alimenta de morte, à morte
    que morre connosco
    opomos a infinita
    constelação
    dos nossos sentidos.

    Casimiro de Brito, in "Jardins de Guerra"

    8 Maria José Fraqueza

    GERAÇÃO DE OURO

    Ó linda geração, geração de ouro
    De quantas gerações ali vividas…
    Em que hoje, alguns deles são pelouro
    Que enchem de saudade nossas vidas!

    Lembrarei toda a vida esse tesouro…
    Quantas horas por nós ali sentidas!
    Que posso hoje dizer, sem desdouro
    Daquelas brincadeiras, das partidas!

    Horas da infância! Da mocidade…
    Dos mais belos encontros na Cidade
    De horizontes algo limitados…

    É tão bom recordá-los nesta hora…
    Tão diferente a vida de outrora!
    Que nós somos eternos Namorados!

    COM O PATRIMÓNIO CULTURAL QUE TEMOS NÃO PODEMOS CAIR.

    JAMAIS...

    jOÃO DE BRITO SOUSA









    Caro Maurício,

    É sempre com muita atenção e respeito que te leio.

    Quanto às questões que levantas, não vejo motivo para alarme. Creio que não se trata de discussão de valores. Vou mais na direcção da galvanização que o blogue introduziu em nós. Repara que para muitos, o facto de emitirmos uma opinião e vê-la publicada causa –nos alguma perturbação

    Não se trata de falta de humildade; talvez seja a malta que quer apareceer.
    O teu princípio, “QUE NÃO SE DEVE PÔR EM DESTAQUE, OU SE EVOQUEM NÍVEIS DE VALORES SOCIAIS, PARA CATALOGAR OS COSTELETAS… tem toda a razão de ser.
    Mas, Maurício, a malta, entre os quais eu, não tem experiência destas lides.
    À tua pergunta: “ ONDE PARA A TÃO PROPALADA FRATERNIDADE E ESPIRITO COSTELETA ?” tem a resposta nesses comentários que são, indiscutivelmente, fraternos e costeletas.


    Aceita um abraço do
    João Brito Sousa.

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  3. MEU CARO PALMEIRO UM ABRAÇO

    FIQUEI TRISTE AO TOMAR CONHECI-
    MENTO DA SUA DECISÃO EM ABANDONAR
    O NOSSO CONVÍVIO, NÃO QUERENDO,
    CONTUDO, INTERFERIR NOS SENTIMEN- TOS QUE O LEVARAM ASSIM DECIDIR.

    SOU MILITAR, COMO DEVE SABER, E
    NA SITUAÇÃO DE REFORMADO. PERDI
    ALGUMAS "BATALHAS" NAS MUITAS
    RELAÇÕES HUMANAS QUE TIVE DURANTE
    TODA A MINHA VIDA, ALGUMAS DELAS
    BASTANTE DOLOROSAS.
    BASEADO NO ADÁGIO POPULAR " OS
    CÃES LADRAM, MAS A CARAVANA PASSA"
    ACABAVA POR VENCER OS INJUSTOS,
    OS MALSINS, E SEGUIA EM FRENTE.
    CARO PALMEIRO. HABITUEI-ME A
    LER OS SEUS TRABALHOS, VERDADEIRAS
    OBRAS E ENSINAMENTOS VALIOSOS.
    GOSTARIA QUE VOLTASSE PARA CONTI-
    NUAR A ENRIQUECER O NOSSO BLOGUE.

    FICO ESPERANÇADO QUE A CARAVANA
    PASSE.
    ATÉ LÁ UM ABRAÇO COSTELETA
    DO MAURICIO SEVERO DOMINGUES

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  4. PENSAMENTOS
    "Se rezspeitar as pessoas como elas são, você poderá ser eficaz
    ajudando-as a se aperfeiçoarem".
    (John Gardner)

    "Uma desculpa é pior e mais terrível que uma mentira; pois uma desculpa é uma mentira disfarçada"
    (Alexandre Pope)
    Rogério Coelho

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  5. COTELETAS,

    Podem não gostar de mim mas eu gosto de vocês.

    Se for preciso eu saio; mas o blogue tem de continuar.

    Porque,

    I love this space.


    João Brito Sousa

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  6. Meu caro João Brito de Sousa
    O Moderador não convidou para sair.
    O Moderador não quer que saia.
    O Moderador acha que o João Brito de Sousa é necessário neste Blogue.
    O Moderador, a única coisa que lhe pede, que faça as coisas com calma.
    Que o aceite no seu incógnito, como
    o Presidente da Direcção da Associação o aceitou para orientar este blogue. O Moderador quer que o deixem trabalhar à sua maneira e não como lhe querem impor.
    Um abraço Costeleta para todos e mandem os vossos trabalhos. Participem.
    Moderador

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  7. CONCORDO E ACEITO.

    Aí vai um abraço para o senhor Moderador, do

    João Brito Sousa

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