sábado, 20 de novembro de 2010

Solidão

De Manuel Inocêncio da Costa


Já na cidade a manhã aclarecia,
Sobre o papelão o pobre dormia,
Debaixo da arcada em noite tão fria,
O estar ali explicar não sabia.

Por toda a parte imensa solidão,
Gente desgarrada, desenraizada,
Tantos vivendo num mundo cão,
Porquê tanta gente malfadada?

Homens, mulheres, tanta gente só;
Doentes, velhos, endividados até,
Tudo como que reduzido a pó,
Pior - perderam a esperança e a fé!

Gente sem casa, sem dinheiro,
Mesmo se com família - desamparada! " .
A quem tudo falta por inteiro,
Como se fora tralha abandonada!

E Senhor, até as crianças também,
Sem apoios, sem educação e sem futuro,
Porquê dos responsáveis tanto desdém,
Tanta incúria? Não entendo, juro!

3 comentários:

  1. MEU CARO MANUEL

    Viva.

    POESIA HUMANISTA

    A tua poesia encanta; e é bela
    Porque é solidária e não dramatiza
    Apelas ao que vem contido nela
    Numa mensagem suave que desliza

    Até ao coração dos poderosos
    Era maravlhoso compreender-te
    E dos montes agrestes e rochosos
    Fazer-se um jardim e poder ver-te

    A sorrir, dizendo valeu a pena
    E feliz nessa tarde calma e amena
    Testemunhavas que o mundo mudara

    Era tão bom que fosse assim, era
    Mas tu ó poeta continuas à espera
    Da mudança porque o mundo não para

    Ab.
    JBS

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  2. Caro Brito de Sousa

    Fiz esta poesia, que o nosso caro Rogério, teve a gentileza, de espontâneamente colocar no Blog, há mais de um ano. Quem escreve, tem de olhar à sua volta,e , pela palavra, às vezes deve chamar a atenção dos seus concidadãos, também das cruas realidades, que vê existirem, no sentido de se corrigirem, criando um mundo melhor.
    Com dizes o mundo não pára. Dá muitas voltas. Há voltas boas e voltas más. Dispensavam-se bem estas últimas. Infelizmente, a procissão que, há um ano e tal, já tinha saído, não parou, e ainda agora vai no adro. Tenho pena, mas o cortejo vai com grande velocidade, e agora, nem com mais dez poemas mudaria grande coisa.
    Quanto à tua poesia, que agradeço, porque relecte amizade e bondade, no meu modesto entender, é de entre os teus sonetos,um dos que mais calou a minha sensibilidade. Tem profundidade, harmonia,tem sentimento, e, acrescendo a tudo isso reflecte o desejo da criação dum mundo melhor.
    Um grande abraço, do,
    Manuel Inocêncio da Costa
    Um grande abraço, do,
    Manuel Inocêncio da Costa

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  3. Meu caro Manuel.

    Viva.

    Bonitas palavras.

    Ob.
    JBS

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