Um lugar para “Zeca Afonso”
Um singelo monumento, tão de igual com o
inesquecível carácter do homenageado, esteve patente há algum tempo e durante
vários dias, junto ao auditório ao ar livre e nas instalações modernizadas na
Escola Tomás Cabreira. Tratava-se de um rememorar para a posteridade e com um
cunho pedagógico para a juventude escolar “costeleta” (nome dado aos que
frequentam ou se houveram como alunos da mesma) de um dos maiores do “Portugal
de Abril” e que é ali foi mediático professor, ou utilizando uma linguagem
actual, “um professor de proximidade”, o dr. José Afonso dos Santos,
universalmente conhecido por “Zeca Afonso”.
De profundo sentir se revestiu esta acção
inaugurada com a presença, entre muitos outros, dos antigos estudantes – cantores
do fado de Coimbra e onde, em simultâneo, foi lançada a criação da Casa da Lusa
– Atenas no Algarve.
A memória escultórica lembrando Zeca Afonso,
que com a sua canção “Grândola, Vila Morena”! deu início a um tempo novo num
Portugal novo, estava ladeada pelo símbolo vivo da fraterna azinheira.
Foi porém, como o povo diz na sua milenar
sabedoria, “Sol de pouca dura”, isto porque, ao que aceitamos crer, “questões
burocráticas” determinadas pelas entidades escolares, levaram a que o monumento
– presença fosse retirado da Escola Tomás Cabreira de onde irradiou uma vaga
inapagável da sua saudosa lembrança,
Tudo foi levado para, ao que nos informaram,
os armazéns municipais, onde jazz à espera de um local onde possa ser
implantado.
Sabemos agora que decorrem acções, lideradas
por dois “farenses” que, não havendo nascido em Faro, o são de “alma e coração”
e têm prestado à cidade capital sulina um vasto rol de serviço, para colocar a
referida “lembrança a Zeca Afonso”, na praça que ostenta o seu honrado nome na
urbanização cooperativa de habitação social, na popularmente chamada, por via
da sua anterior ocupação militar, por “Carreira de Tiro” ou “Espaldão”.
São dinamizadores da iniciativa o eng. Augusto
Miranda, antigo vereador do município, professor aposentado da Escola João de
Deus e preside ao Clube Farense e à Casa de Coimbra no Algarve e esse artista
plurifacetado e exímio guitarrista José Maria de Oliveira, criador e mentor, há
décadas, do “Grupo de Fados de Coimbra”.
A placa
elevada, em plena zona central, lá se encontra, como que aguardando a lembrança
escultórica de quem tanto diz a este País e com um sentido afectivo especial a
Faro.
João Leal
ResponderEliminarPara o Jorge Tavares
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Repete
Roger