30 de março de 1957, uma data histórica para o Algarve
OPINIÃO de JOÃO LEAL
Completa-se hoje o 60º
aniversário de publicação “Jornal do Algarve”, uma efeméride que consideramos
da mais significativa e referente valia para a história da nossa querida região
no nosso tempo. Com efeito foi nessa data já distante seis décadas que veio
para a rua, concretizando sonhos, projetos, anseios e reivindicações que,
muitas delas, ainda hoje são punhais atravessados no presente algarvio, que
surgiu o “Times”, como tão orgulhosa como efetivamente o mentor e operário nº1,
o sempre presente na lembrança e na saudade, José Barão, o designava o novo
semanário. Em tempo de parabéns, de um balanço da maior positividade em torno
do “deve/haver” do feito e do alcançado, a canção e o hino de felicitações
elevado é o reafirmar enquanto vida se houver, de prosseguir a sua publicação e
de se cumprir até à exaustão, numa comunhão de propósitos e de determinações
assumidas de que o ensejo à beira da morte expresso pelo fundador, na Casa de
Saúde das Amoreiras em Lisboa: “Não deixem morrer o Jornal do Algarve!”.
Prestamos-lhe o
tributo da nossa admiração e de gratidão pelo exemplo que nos legou e pela
forma como nos ensinou a amar e a viver mais e mais a Região Mãe,
no mesmo círculo envolvendo de citação aleatória, todos quantos ao longo de
sessenta anos tal desígnio têm tornado possível esse pedido, muitos dos quais
já nos deixaram recordando o nome dos restantes fundadores, verdadeiros “sete
cavaleiros de lutar em busca de um futuro melhor para a terra do Sul e do Sol”,
uma plêiade indomável unidos pela amizade construida “meninos e moços”, depois
alvo de desvios vários e por essa devoção ao Algarve – José Barão, Manuel
Rodrigues Álvares, Emílio Diogo Costa, Manuel da Silva Domingues, José Alves
Mestre e Sebastião Santos da Silva.
Várias gerações se têm
cruzado no “Times e no viver das mais diversificadas ações e empenhadas missões
(jornalismo, direcção, administração, revisão, dobragem e envio, etc), em tudo
quanto o fazer um jornal sério, honesto e independente comporta e é nesse
caldear de “ser Algarve”, irradiado, como o seu mediático faro, o tem feito, um
caminho de luta, de esperança, de dignidade.
Na direção difícil e a
exigir, como vezes várias o fomos testemunha, uma devoção autêntica, sucedeu a
José Barão, o seu filho e então jornalista, António Barão e depois, sem
qualquer propósito cronológico, entre outros, penitenciando-nos por qualquer
omissão: José Manuel Pereira, José Cruz, José Lança, e, no hora de hoje o, tal
como os seus antecessores Fernando Reis, gente que bem merece a nossa admiração
e o sentido granto de quem houve ou há a coragem de, a todo o instante, dar o
corpo e alma ao sacrifício, à generosidade e ao trabalho em torno da Terra
mãe e dos outros homens, “pela justiça, pela liberdade e pela
franternidade”.
Mais que todas as
palavras que se possam escrever nesta hora e nesta data em que se assinalam os
sessenta anos de “Jornal do Algarve”, extraímos, do primeiro editorial
(“expor-se a razão da sua vinda ao mundo…”) estas frases tão proféticas quão
verdadeiras e de uma realidade atual perene: “Não nos move o interesse material
tão este podia fazer parte dos nossos cálculos, mas tão somente continuar a
servir o Algarve, a linda província onde nascemos!”
João Leal
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