“BASTA”
É a expressão mínima que nos ocorre para
explicitar a repulsa havida pela vaga indesejável e desejado, já que, a nossa
região regista quatro participações/dia (não se contabilizando os casos,
cremos, de um vasto rol silencioso, por razões múltiplas), alcançando, segundo
o Relatório Anual da Segurança Interna (RASI) referente ao ano passado, a mais
elevada taxa do continente com 1406 ocorrências, o que representa um valor de
3,2 por cada mil habitantes, contra a média nacional de 2,5 para o mesmo índice
habitacional. Apenas nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira os valores
são mais elevados na Terra Algarvia.
Certo é que se verificou uma descida de manos 53 casos de violência doméstica
em relação a 2017, mas aqui como no desporto e na sinistralidade rodoviária
pela “Taxa Zero”. E somo-lo em função do respeito e da dignidade que nos merece
a pessoa humana independentemente do seu estatuto (sexo, idade, condição
social, etc).
Estes crimes, porque de crimes se trata toda e qualquer expressão de violência
doméstica, têm que ser encarados com a acutilância que os mesmos nos merecem e
a gravidade de que se revestem, independente do universo em que os mesmos
ocorrem.
No ano de 2018 a delegação da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima)
apoiou mais de mil pessoas, afectadas por esta sinistra ocorrência, com uma
maior incidência, por concelhos no de Portimão, para além de centenas de
carentes que se remetem a um compreensível silêncio.
Esta é uma das grandes barreiras que importa vencer levando as vítimas à
denuncia e ao fim de um nefasto sofrimento que nos compunge e nos leva ao
reconhecimento instante da plena necessidade de uma grande campanha contra a
violência doméstica, por que “Basta!” e de há muito chegou a hora de existir
respeito.
João Leal
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