terça-feira, 16 de setembro de 2008

DO CORREIO

Maria Romana Rosa




Da nossa associada nº 75 - Maria Romana C.L Rosa, recebemos uma carta datada de 12 do corrente, da qual transcrevemos:
"........................................................


Com os meus melhores cumprimentos, venho, por este meio, delegar no senhor Professor a minha humilde mensagem, fazendo votos para que a noite de 12 de Setembro, em que se comemora algo importante seja culminada de muita alegria, no jantar de convívio, exaltando a nossa Escola Tomaz Cabreira e, simultâneamente, lembrar os que já partiram..., prestando-lhes as justas homenagens...


É, com muita mágoa que não posso estar presente, por motivos alheios à minha vontade. Mas, estarei, em pensamento junto de vós.


Envio um grande abraço a toda a comunidade escolar e aos Amigos.


...........................................................


PS - Junto envio lguns textos da minha autoria, espero que sejam do vosso inteiro agrado."


Dos poemas recebidos destacamos este poema que deu origem ao texto "Uma Aventura no Desconhecido", que tencionamos inserir na íntegra.




- "Anda agora a pedir de porta em porta"
- "A lígua que aprendi em pequenino!"




LÍNGUA... MATERNA




Minha língua materna é portuguesa
E é por excelência soberana;
CAMÕES a enalteceu... lhe deu beleza
Ao escrever "Heroica... Lusitana" !
E por ser valiosa e com rigor,
Sublimou a nobreza do seu povo
Que no mundo alcançou real valor...
Mas foi adulterada... e eu reprovo
A forma como está a ser tratada
Sofrendo de "pobreza" ... e quem se importa!?
A língua que era rica, bem falada,
"ANDA AGORA A PEDIR DE PORTA EM PORTA"!




O idioma firme, em meu país,
Referenciava, estilo e argumento
E o gosto p'la leitura era a motriz,
Em Obra de Escritores... com talento:
- Guerra Junqueiro, Eça de Queiroz;
Garret e Herculano... e na memória
João de Deus, que dera a meus avós
A luz da "aprendizagem obrigatória" ...
Araujo Correia e o Pessoa
Fizeram da palavra algo divino!...
Por isso, em meu ouvido, ainda soa
"A LÍNGUA QUE APRENDI EM PEQUENINO"!

Régua 1999
Maria Romana C. L. Rosa


Recebido por Rogério Coelho

AOS FILÓSOFOS COSTELETAS


REFLEXÃO FILOSÓFICA
O texto é de
Raul Brandão, in "Húmus"

A ALMA É EXTERIOR.

“A alma, ao contrário do que tu supões, a alma é exterior: envolve e impregna o corpo como um fluido envolve a matéria. Em certos homens a alma chega a ser visível, a atmosfera que os rodeia tomar cor. Há seres cuja alma é uma contínua exalação: arrastam-na como um cometa ao oiro esparralhado da cauda - imensa, dorida, frenética. Há-os cuja alma é de uma sensibilidade extrema: sentem em si todo o universo. Daí também simpatias e antipatias súbitas quando duas almas se tocam, mesmo antes da matéria comunicar. O amor não é senão a impregnação desses fluidos, formando uma só alma, como o ódio é a repulsão dessa névoa sensível. Assim é que o homem faz parte da estrela e a estrela de Deus.

COMENTÁRIO,

Eu penso que isto não serão mais do que especulações. A alma é o quê? O texto não diz. Alma não é mais nada do que o entusiasmo e a força que teremos de pôr em prática para sobreviver. A alma não é nada exterior; quando muito vem do exterior. É o exterior que nos provoca e arrebata-nos a alma e é aí que envolve e impregna o corpo. O que é visível em certos homens é a raiva que se pode confundir com a atmosfera que os rodeia e toma cor.

O amor é impregnação de fluídos? Quando muito poderá ser o resultado da impregnação dos fluidos. Meu caro Raul Brandão, não existe estrela nenhuma para o homem nem a estrela faz parte de Deus porque Deus não existe. .

A alma vem do exterior.

João Brito Sousa