quarta-feira, 24 de setembro de 2008

RECORDANDO

OLÁ PESSOAL!
OLÁ "COSTELETAS"!

Participem!

Enviem-nos a vossa prosa, a vossa poesia, as vossas fotos que devolveremos.
Todos temos uma história "DAQUELE TEMPO" no nosso baú de memórias.
Recordar é viver!

Colaborem!

Rogério Coelho

O ANONIMISMO


O ANONIMISMO
Por Zé Neves
(retirado do APCGorjeios,blogspot.com)

O anonimismo é uma escolástica do pensamento dos instintos. Segundo Freud, o progresso na espiritualidade consiste em preferir os processos intelectuais chamados superiores (reflexões, recordações e juizos), aos dados da percepção sensorial instintivos.

O anónimo é o doutor da escola filosófica do instinto. Tal como o medroso armado dispara instintivamente sobre o que mexe na escuridão, o anónimo descarrega a opinião instintiva sobre qualquer opinião de fora que não faça inchar o seu amor-próprio. A sua caça é a opinião alheia inconveniente, a sua arma o instinto, o seu esconderijo o anonimato.

Actualmente na blogosfera aberta, a grande maioria dos comentários a escritos de opinião ou notícias, são descargas de opinião primitiva dos instintos, como se se tivesse aberto a comporta duma estação de tratamento de águas sujas, sai o que está á porta de saída tal como o anónimo despeja a corrente mental instintiva que lhe ocorre à cabeça.

O Homem primitivo e nosso pai foi caçador nómada, viveu isolado em cavernas, intelectualmente infantil, apenas deixou marcas anónimas. Será que a actuação dos anónimos actuais são sinais remeniscentes dessa freudiana herança arcaica dos nossos pais primitivos?

POESIA DE ZÉLIA CRISTINA

2008.09.24

A VIDA
de Zélia Maria Cristina CABRITA

A VIDA

E esse rio que corre não sei para onde,
Esse mar imenso,
Essa terra que o arado desbrava e semeia,
Essa flor casual que nasce sem ser plantada,
Essa pedra na estrada,
Esse sorriso de criança,
A lágrima no rosto dum velho.
A vida
Essa coisa que nos escorre,
Por entre os dedos,
Que não para jamais,
Enquanto se sente juventude dentro de nós,
A vida
Essa coisa que de um momento para o outro
Pode cessar sem mesmo se ter vivido,
A verdade, depois de se ter mentido,
A ilusão, mesmo depois de a ter perdido.
A vida.
A minha e a tua
Amanhã- pó nada,
Ódios, amores, rancores, indiferenças
Não terão mais sentido para mim
A vida
A minha
Que começou um dia,
Não sei quando,
Teve meio e princípio,
Terá então um fim.

MIGUEL TORGA ENTRE COSTELETAS



FRASE DE TORGA

“... fomos civilizar, emigramos por amor à aventura, sabemos iludir o fisco.”
Miguel Torga


COMENTÁRIO:

Estou de acordo com esta frase de Miguel Torga. O povo português, sempre encontrou na habilidade genuína que possui, uma muleta de apoio ao seu comportamento audacioso, que quase sempre o conduziu à vitória.

Fomos generosos e concretizámos o desejo de nos expandir face ao pequeno território que éramos e somos. A nossa pequenez territorial exigiu-nos golpes de audácia para nos equilibrar com outras potências territorialmente mais alargadas e mais poderosas em recursos disponíveis. Sacrificámos um povo em favor de outros distantes, de grandes recursos disponíveis sim, mas com grandes dificuldades de exploração... em suma e como diz Torga, fomos civilizar.

Nunca fomos um povo acomodado. Os nossos horizontes estavam vocacionados para paragens mais longínquas. O nosso espírito de aventura esteve sempre connosco e ajudou-nos a assegurar a vaidade de que sempre fomos possuídos. A maior parte dos que saíram voltaram melhor. Ganhámos astúcia e perícia com os melhores. Dos menos bons resultou o desenrascanso.

E é aqui, com este desejo de sobressair e auxiliados pelo motor do desenrascanso, que iludimos o fisco e não só ...

João Brito Sousa