quinta-feira, 5 de março de 2009

ENCONTROS NA CIDADE

Jorge Tavares


Escolas Serpa Pinto e Comercial e Industrial de Faro


Hoje vou levar os Encontros na Cidade, até às Escolas Serpa Pinto e Comercial e Industrial de Faro, que coexistiram no mesmo espaço, até que poucos anos depois se fundiram dando lugar à Escola Comercial e Industrial de Faro e mais tarde regressou à sua denominação de origem Escola Secundária Tomás Cabreira.
A denominação "Tomás Cabreira" remonta ao período anterior a 1950, data em que foi levada a efeito uma alteração aos cursos comerciais e industriais, de três para cinco anos, e mais dois complementares denominados "Secções Preparatórias" e que permitiam o acesso ao ensino superior.
Porque tiveram uma enorme importância na nossa educação escolar e formação cívica, recordo aqui os contínuos, classificação profissional à epoca ( hoje Auxiliares de Acção Educativa):
- O primeiro e pela sua importância profissional, o Sr. Viegas, chefe dos contínuos: Pessoa austera, diria muito dura nas suas relações e que confesso, nos provocava algum temor. Hoje, classificaria este seu comportamento como profissional cumpridor das suas obrigações. Era o pai do presidente da nossa associação - Libertário Viegas;
- O segundo, Sr. Bonifácio, era o contínuo mais apreciado por todos os alunos, pela sua benovolência às nossas traquinices, pelo seu sorriso permanente e a quem facilmente conquistávamos com esta frase "SR. SACRIFÁCIO FAÇA-NOS ESTE BONIFÍCIO";
- O terceiro, Sr. Castro, homem magro de porte aristocrátrico, sempre condescente e compreensivo com os todos os alunos, tinha uma filosofia superior no seu contacto com os jovens;
- Os quartos contínuos, Sr. Vitor e Dª. Libânia, marido e mulher, ele com alguma dificuldade de relacionamento em determinados períodos do dia, ela sempre com uma actuação de segunda mãe , compreensiva, carinhosa e amiga. Sentíamo-nos protegidos na sua zona geográfica de actuação, sobretudo pela aparente facilidade que nos concedia, em podermos "olhar" as suas meninas;
- O quinto, João Bico, propositadamente sem Sr.. Não era o contínuo, mas o colega. Ainda hoje, quando o encontro (já muito em baixo) lembramos esses nossos tempos. Penso que todos nós quando falamos dele, dizemos o João Bico...é sintomático da ligação de amizade existente;
- O sexto, Sr. Armando, o homem dos bigodes que, querendo parecer uma "fera" era um porreirão. Lembro que recebi um valente cachação (muito bem aplicado), por lhe faltar ao respeito. Mais ligado ao sector da indústria, dele poderão falar melhor os costeletas "industriais";
- A última, Dª. Lourdes, aliás, Menina Lourdes (era assim chamada) benjamim dos contínuos, afecta ao consultório médico, como assistente às nossas vacinas e tratamentos. Padeceu muito com toda a rapaziada, pelo facto de ser bastante jovem. Ameaçava-nos com idas ao director...mas ficava-se pelo caminho.
O ordenamento do texto, não significa mais ou menos consideração por qualquer destas mulheres e homens. Todos contribuiram, cada um a seu modo, para a nossa formação. NÓS OS COSTELETAS DEVEMO-LHES O NOSSO AGRADECIMENTO.


Nota:
Como forma de homenageá-los, seria interessante que cada costeleta utilizador deste blogue, contasse uma sua estória com um deles. FICA O DESAFIO! JORGE TAVARES


Recebido e colocado por Rogério Coelho