sábado, 28 de março de 2009

AS RIFAS (II)


As Rifas... (II)
por ROMUALDO CAVACO

O Jorge Tavares, em boa hora, lembrou as Rifas nos bailes do século passado, permitindo-nos assim reviver os tempos idos!!!...

Como é que conseguíamos ir e voltar a tantos sítios sem transportes e na manhã seguinte estar presente na Escola ou no emprego? – havia sempre hipóteses de voltar a casa antes da manhã!!!...

Não pretendendo ser exaustivo permito-me recordar, abreviadamente algumas, talvez com imprecisões, a que os estimados costeletas podem dar o seu contributo melhorando as omissões.

No verão faziam-se ao ar livre, em recinto em forma de “almeixar”.
– (Onde é que eu ouvi isto que nem o Lello registou?) ... Quanto à iluminação, na época, se faltasse extensão eléctrica, recorria-se ao “petromax”... vedação do recinto era da melhor – canas da ribeira mais próxima... o pavimento? – um circulo com estrado de madeira ou cimentado ou, à falta de melhor, terra batida e acamada com água também dava jeito!!! ... alegria? ... não faltava!!! ... O palco, algo improvisado com barricas e tábuas, sobre o qual se punha uma cadeira onde se sentava o tocador e assim decorria a Festa ao luar, até à meia-noite.

Certa vez, em Agosto, na Festa do Emigrante, nas Pontes...em local que se
situava, ao que creio, onde agora está a zona industrial, entre a E.N. 125, linha da C.P. e ribeira.


Bastante concorrida. Regada com cerveja e tremoços, a que se juntava o Sofrutos do Custódio, que também é Costeleta.

A pessoa que procedia à licitação das Rifas, tratando-se da Festa do Emigrante, dizia que eram dedicadas a um seu familiar, emigrante, que tinha comprado uma motorizada nos últimos dias...


Com ela já tinha percorrido mais de metade da Europa ... desde o Alentejo, Espanha, França e Argentina, ... a Europa já não tinha segredos para ele!!! ...

Certo baile, onde as Rifas não faltavam, era o da Aldeia do Escuro. Próximo do pinheiro manso, à esquerda de quem sai de Faro no sentido de S.Brás, em piso levemente inclinado e igualmente iluminado... aguardava-se a rifa no intervalo de uma dança... Desta vez, o nosso “Locutor” motivava os participantes, com o argumento de que o feliz contemplado receberia um “lipardo”...
Comecei a imaginar que, se fosse no Patacão, junto à ribeira, talvez apanhasse um coelho, mas ... aqui, no Escuro, ... vamos ver até onde chega a imaginação do nosso locutor... certamente adiava a Rifa para o próximo baile...

Noutra Rifa, tratava-se de uma “belencia”, muito maior que as do Entroncamento... Apesar do improviso o nosso Leiloeiro cativava sempre a atenção dos presentes, deixando sempre a expectativa do prémio.

(continua)

ZÉ GONÇALVES, CAMISA DEZ

(ZÉ GONÇALVES, O ÚLTIMO EM BAIXO, À DIREITA)


CONTINUA EM COMA.

texto de
JBS