sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Palácio Fialho
GRANDES FIGURAS ALGARVIAS

JOÃO ANTÓNIO JUDICE FIALHO


Faro 1951 ,se não estou em erro numa quinta feira verifiquei grande movimento no café Aliança , pertencente ao Empresário José Pedro da Silva . Que motivava esse movimento ao meio da tarde ! se não tinha acontecimentos que alterasse a rotina da cidade ?
Ouvi falar ser a bolsa que funcionava no mesmo , naturalmente que na época não entendia essa tal de Bolsa. ! mas sim que essas pessoas na maioria eram pequenos comerciantes do concelho e lá se reuniam para revender os produtos que compravam aos produtores , alfarroba , amêndoa etc. etc. . Produtos esses para as industrias destinadas á exportação em que figurava grandes empresários como Pegos , António Neves Pires entre outros .
No entanto quando se falava em grandes empresários Algarvios , o destaque era para alguém que nessa época já tinha falecido há 17 anos , mas que continuava vivendo no Imaginário como Figura Principal no Universo Empresarial da Época o Fialho !
Acontecia de tal forma que dias depois ao ver chegar ás traseiras da casa da Rua Letes que se falava ser do Fialho , uma charrete que se destacava pela luxo , deduzi ser o Fialho o passageiro , e até afirmava para conhecidos que o tinha visto em pessoa .
Erro que só descobri passado algumas dezenas de anos , e foi então que me questionei se a primeira metade do Século XX em Portugal existiu grande austeridade , se mesmo antes a monarquia se debatia com problemas econômicos , se até a primeira Republica quase levou Portugal á Falência , Alves dos Reis mandou duplicar uma emissão de dinheiro , nos Estados Unidos surgiu em 1929 a grande depressão que teve repercussões mundiais , que praticamente terminou com a segunda guerra mundial !
Como foi possível aparecerem ao Sul de Portugal essas figuras quase lendárias como a personagem deste artigo em que ressalto uma história /lenda que ouvi várias vezes .

Ao enviar para Inglaterra um barco carregado de Conservas , ao chegar lá os Importadores queriam impor um preço mais baixo que o estipulado . A ordem do exportador foi atirar a mercadoria ao mar mesmo á vista dos Ingleses .
Como precisavam do produto , apresentaram desculpas , solicitando novo envio dentro das condições anteriormente definidas . Ao que a resposta foi de que seria enviada a mercadoria mas a preço mais alto e era aceitar ou largar . E aceitaram !

João António Judice Fialho que nasceu em Portimão a 17-4-1859, casou em 1882 com D. Maria Antónia Cúmano, filha mais velha de Justino Cúmano, terá iniciado sua carreira profissional, através da venda de palamenta = Objectos e acessórios necessários á navegação e equipamentos para as embarcações de pesca, conseguiu adquirir as propriedades Areal Gordo e Pereiro, Courela Caliças, Fazenda Marachique, Quinta do Alto, Fazenda das Areias, Fazenda do Vau da Rocha, Atalaia e Benefícios, Horta de Olhão, Horta dos Fumeiros, Propriedade do Bom João, Fazenda do Monte Negro, Propriedade dos salgados e os morgados de Reguengo, Boina e Arge, e claro está a Quinta de Quarteira.
Várias fábricas de conservas por todo o país, assim como uma frota pesqueira na Terra Nova), criou também indústrias de massa de pimentos e de marmelada e outras actividades !
Se na época não existia o Euromilhões ( em que o valor seria para ele insignificante e não dava para construir o Palácio na Quinta do Alto , Como conseguiu todo esse Patrimônio ?
A resposta simplesmente nas actividades de Exportação que deu ao Algarve vários milionários !
Fialho no entanto Foi para o seu tempo, um homem de grande visão extremamente activo e empreendedor, qualidades que se destacaram nas inúmeras actividades a que se dedicou, maioritariamente na indústria fabril e na das pescas, contribuindo notavelmente para o seu desenvolvimento. Para a história deixou como legado um império empresarial que edificou ao longo da sua vida e, acima de tudo a actividade que desempenhou, na qualidade de cidadão e empresário, na defesa dos interesses do Algarve,
faleceu em Lisboa a 17-03-1934.
Não importa se seus descendentes não tenham sua capacidade e sejam pessoas comuns , nem que seu Patrimônio já não lhes pertença , mas que foi uma das grandes Figuras Algarvias Sim .

Saudações Costeletas
António Encarnação

EVOCAÇÃO


INTELECTUAL RESIDENTE EM FARO

JOSÉ CARLOS VILHENA MESQUITA


Nasceu 1-8-1955 em Vila Nova de Famalicão mas reside em Faro há mais de trinta anos, onde é Professor universitário e historiador.

Licenciou-se em História, na Universidade de Lisboa, com a média de 16 valores. Foi docente no ensino secundário, desde 1978 a 1983, e nesse ano iniciou a carreira universitária.

Em 1989, apresentou Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica, sendo aprovado com Muito Bom. Em 1997 doutorou-se em Economia, na Universidade do Algarve, sendo aprovado com “Distinção eLouvor”.

Leccionou desde 1983 a cadeira de «História Económica e Social», nos cursos de Economia e de Gestão de Empresas e de «História Contemporânea» no curso de Sociologia na Universidade do Algarve.

Proferiu dezenas de Conferências, escreveu ensaios e publicou centenas de artigos na imprensa. Fundou em 30-1-1998 a Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve da qual é Presidente.
Nos seus blogues,
http://algarvehistoriacultura.blogspot.com/
http://promontoriodamemoria.blogspot.com/
podem ser lidos artigos de alto conteúdo histórico da região. E da cultura também, como este, que vai a seguir:
José Azinheira Rebelo, um homem da cultura algarvia quase esquecido
Conheci de forma esporádica e quase fugaz o conhecido colaborador da imprensa algarvia José Azinheira Rebelo. Era um homem de bom coração, sempre disposto a ajudar os mais desfavorecidos, e sempre muito preocupado com a conservação do património histórico e cultura do seu Algarve, sendo que como olhanense era dos mais fervorosos amantes daquela vila piscatória. Por tudo isso, mas também por ter sido um assíduo jornalista, não só da sua terra-natal como também de todo o Algarve, não pode permanecer esquecido na memória dos vindouros. É em honra do seu bondosíssimo carácter e do seu afectuosos algarviismo aqui lhe traçamos um breve esboço biográfico.


José Azinheira Rebelo, nasceu em Olhão a 12-1-1925, e aí faleceu a 8-4-1999; era filho de João Arcanjo Rebelo, antigo solicitador forense, e de Clarisse Luísa Azinheira Rebelo, ambos naturais de Olhão e há muitos anos desaparecidos. Fez apenas a instrução primária, concluída na Escola mista de Brancanes, começando a trabalhar aos 11 anos de idade como marçano numa loja de Olhão. Aos 17 anos era empregado de escritório num armazém industrial, passando depois por uma oficina de serralharia até chegar a vendedor de uma empresa de Lisboa, de cuja delegação em Faro chegou a ser gerente. Aos 36 anos estabeleceu-se em Faro com uma loja de ferramentas, máquinas e artigos para a indústria, a qual deixou aos 66 anos de idade

Informação recolhida do blogue http://algarvehistóracultura.blogspot.com/


por JBS.