sexta-feira, 7 de abril de 2017

6ª GALA DE FADO - TEATRO LETHES


6ª GALA DE FADO
AFA – ASSOCIAÇÃO DE FADO DO ALGARVE
SÁBADO 8 DE ABRIL | 21H30 | 90 m. | M/6
Bilhetes: € 8

Esta 6ª edição apresenta um espectáculo em que o “pano de fundo” será, como não poderia ser, o Fado. Vários fadistas e guitarristas decerto proporcionarão uma noite diferente em que o nosso património imaterial da humanidade sairá valorizado. Esta Associação de Fado do Algarve tem como objectivo a promoção do debate e ação cultural com incidência na vertente do fado e tudo o que faz parte da sua essência; promove encontros, saraus, debates e outras actividades que julga serem úteis para a promoção e divulgação do Fado.


Cedência da sala-CMF.

CRÓNICA DE FARO


30 de março de 1957, uma data histórica para o Algarve
OPINIÃO de JOÃO LEAL

Completa-se hoje o 60º aniversário de publicação “Jornal do Algarve”, uma efeméride que consideramos da mais significativa e referente valia para a história da nossa querida região no nosso tempo. Com efeito foi nessa data já distante seis décadas que veio para a rua, concretizando sonhos, projetos, anseios e reivindicações que, muitas delas, ainda hoje são punhais atravessados no presente algarvio, que surgiu o “Times”, como tão orgulhosa como efetivamente o mentor e operário nº1, o sempre presente na lembrança e na saudade, José Barão, o designava o novo semanário. Em tempo de parabéns, de um balanço da maior positividade em torno do “deve/haver” do feito e do alcançado, a canção e o hino de felicitações elevado é o reafirmar enquanto vida se houver, de prosseguir a sua publicação e de se cumprir até à exaustão, numa comunhão de propósitos e de determinações assumidas de que o ensejo à beira da morte expresso pelo fundador, na Casa de Saúde das Amoreiras em Lisboa: “Não deixem morrer o Jornal do Algarve!”.
Prestamos-lhe o tributo da nossa admiração e de gratidão pelo exemplo que nos legou e pela forma como nos ensinou a amar e a viver mais e mais a Região Mãe, no mesmo círculo envolvendo de citação aleatória, todos quantos ao longo de sessenta anos tal desígnio têm tornado possível esse pedido, muitos dos quais já nos deixaram recordando o nome dos restantes fundadores, verdadeiros “sete cavaleiros de lutar em busca de um futuro melhor para a terra do Sul e do Sol”, uma plêiade indomável unidos pela amizade construida “meninos e moços”, depois alvo de desvios vários e por essa devoção ao Algarve – José Barão, Manuel Rodrigues Álvares, Emílio Diogo Costa, Manuel da Silva Domingues, José Alves Mestre e Sebastião Santos da Silva.
Várias gerações se têm cruzado no “Times e no viver das mais diversificadas ações e empenhadas missões (jornalismo, direcção, administração, revisão, dobragem e envio, etc), em tudo quanto o fazer um jornal sério, honesto e independente comporta e é nesse caldear de “ser Algarve”, irradiado, como o seu mediático faro, o tem feito, um caminho de luta, de esperança, de dignidade.
Na direção difícil e a exigir, como vezes várias o fomos testemunha, uma devoção autêntica, sucedeu a José Barão, o seu filho e então jornalista, António Barão e depois, sem qualquer propósito cronológico, entre outros, penitenciando-nos por qualquer omissão: José Manuel Pereira, José Cruz, José Lança, e, no hora de hoje o, tal como os seus antecessores Fernando Reis, gente que bem merece a nossa admiração e o sentido granto de quem houve ou há a coragem de, a todo o instante, dar o corpo e alma ao sacrifício, à generosidade e ao trabalho em torno da Terra mãe e dos outros homens, “pela justiça, pela liberdade e pela franternidade”.
Mais que todas as palavras que se possam escrever nesta hora e nesta data em que se assinalam os sessenta anos de “Jornal do Algarve”, extraímos, do primeiro editorial (“expor-se a razão da sua vinda ao mundo…”) estas frases tão proféticas quão verdadeiras e de uma realidade atual perene: “Não nos move o interesse material tão este podia fazer parte dos nossos cálculos, mas tão somente continuar a servir o Algarve, a linda província onde nascemos!”

João Leal