segunda-feira, 8 de maio de 2017

QUANDO A POESIA ACONTECE


"ERA UMA VEZ UMA FLOR"

Data: Faro, 08-05-2017

De: Elos Clube de Faro - Associação Cultural
    "Em defesa da Língua e Cultura Portuguesas"

Prezados Companheiros e Amigos,

Próxima quarta-feira, dia 10 de Maio, pelas 17,30h ,
na Biblioteca Municipal - "Quando a poesia acontece" sob o tema:

"Era uma vez uma flor.
Nasceu à beira de um Poeta..."

- Sebastião da Gama

* Poesia embalada pela voz de Rosinda com música de Luciano
Vargues

Espero por vòs.

Cordiais saudações elistas.



Dina Lapa de Campos
Presidente da Direcção do Elos Clube de Faro

CONVERSA COM NETO


*O Neto e o Avô...*

*Então, de repente, o neto perguntou:

- Quantos anos tem, avô?
E o avô respondeu:

- Bem, deixa-me pensar um momento...Nasci antes da televisão, e já
crescidinho apareceu, com um único canal e a preto e branco. Nasci antes das
vacinas contra a poliomielite, das comidas congeladas, da fotocopiadora,
das lentes de contacto e da pílula anticoncepcional.
Não existiam os radares, os cartões de crédito, o raio laser nem os patins
on-line. Não se tinha inventado o ar condicionado, as máquinas de lavar e
secar, (as roupas secavam ao vento) e frigoríficos quase ninguém tinha.*
*Pouca gente tinha automóvel (contavam-se pelos dedos) e não havia
semáforos por não serem precisos. O homem nem tinha chegado à lua. A tua avó
e eu casámos e só depois vivemos juntos e em cada família havia um pai e
uma mãe."Gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente,
alegre e divertida, não homossexual. Das "lésbicas nunca tínhamos ouvido
falar e os rapazes não usavam "piercings. "Nasci antes das duplas carreiras
universitárias e das terapias de grupo. Não havia computador, comunicávamos
através de cartas, postais e telegramas."Mails, chats e Messenger", não
existiam. Computadores portáteis ou Internet nem em sonhos... Estudávamos só
por livros e consultávamos enciclopédias e dicionários. Chamava-se a cada
polícia e a cada homem "senhor" e a cada mulher "senhora". Nos meus tempos a
virgindade não produzia cancro. As nossas vidas eram governadas pelos 10
mandamentos e bom juízo. Ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal e a ser
responsáveis pelos nossos actos. Acreditávamos que "comida rápida" era o que
comíamos quando estávamos com pressa.Ter um bom relacionamento, queria
dizer dar-se bem com a família e amigos.Tempo compartilhado, significava
que a família compartilhava as férias juntos. Ninguém conhecia telefones sem
fios e muito menos os telemóveis. Nunca tínhamos ouvido falar de música
estereofónica, rádios FM, Fitas, cassetes, CDs, DVDs, máquinas de escrever
eléctricas, calculadoras (nem as mecânicas quanto mais as
portáteis). "Notebook" era um livro de anotações."Ficar" dizia-se quando
pessoas ficavam juntas como bons amigos. Aos relógios dava-se corda todos os
dias, mesmo aos de pulso. Não existia nada digital, nem os relógios nem os
indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as
máquinas. Falando de máquinas, não existiam as cafeteiras eléctricas, ferros
de passar eléctricos, os fornos microondas nem os rádios-relógios
despertadores. Para não falar dos vídeos ou VHF, ou das máquinas de filmar
minúsculas de hoje... As fotos não eram instantâneas e nem coloridas. Eram a
branco e preto e a sua revelação demorava mais de três dias. As de cores
não existiam e quando apareceram, a sua revelação era muito cara e
demorada. Se nos artigos lêssemos "Made in Japan", não se considerava de má
qualidade e não existia "Made in Korea", nem "Made in Taiwan", nem "Made in
China". Não se falava de "Pizza Hut" ou "McDonald's", nem de café
instantâneo. Havia casas onde se compravam coisas por 5 e 10 centavos. Os
sorvetes, os bilhetes de autocarros e os refrigerantes, que se chamavam
pirolitos, tudo custava 10 centavos. No meu tempo, "erva" era algo que se
cortava e não se fumava."Hardware" era uma ferramenta e "software" não
existia.  

- Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava
de um marido para ter um filho . Agora diz-me, quantos anos achas que
tenho?
- Meu Deus, Avô! Mais de 200! - disse o neto.
- Não, querido. Tenho 65!*


Um arranjo do
Roger