quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

SEREI?

Serei como água da fonte 
Ou maré em erosão?
Ou sol no vasto horizonte 
Ou a lava de um vulcão?

Serei forte ventania
Ou farol a cintilar?
Uma onda de poesia 
Uma voz que vem do mar!

Não sei porque sou assim
Que não páro de escrever
Que nasce dentro de  mim
E alegra o meu viver!

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

CRÓNICA DE FARO
 JOÃO LEAL

    A JOVEM FARENSE JOANA SANTOS, CAMPEÃ MUNDIAL DE JUDO

         Sofrendo de uma deficiência auditiva uma jovem nascida nesta «Terra de Santa Maria», de seu nome Joana Santos, reconquistou o título de vencedora dos Jogos Superolímpicos (menos 57 kgs) em judo. Dotada de grande espírito de luta e iniciativa, venceu em Tóquio, cidade onde decorreram estes jogos, o seu repetido triunfo represente um exemplo magnífico de integração social e do rejeitar de «histórias do Velho do Restelo» e de um verdadeiro caminho a prosseguir.
        A moça farense repetiu o êxito alcançado há três anos no Brasil, vencendo na final ocorrida na capital nipónica, atleta da Turquia Busa Tuis, num feito único na história desportiva algarvia.
        Aliás, cinco medalhas de alto gabarito mundial esmaltam o peito da «farense, campeã dos Jogos Superolímpicos para Deficientes», alcançadas em Taipé (-63 kgs. - ouro), Sofia (prata, 2023) e Saumen (Bronze - 2013), numa carreira invejável e digna dos maiores elogios. 
     Nestes Jogos Superolímmpicos para Atletas com Deficiência, decorridos em Tóquio, participaram três mil praticantes, o que confere um ainda maior valor ao feito de Joana Santos.
      Faro e o Algarve estão de parabéns. Não é todos os dias que se consegue um feito como o desta farense.
CRÒNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE

GONÇALO RAMOS, UM OLHANENSE NO MUNDIAL DE FUTEBOL

     Novo êxito a esmaltar a vitoriosa carreira do jovem olhanense Gonçalo Ramos, destacada figura do clube francês PSG (Paris Saint German). Foi no decurso do último encontro da fase de apuramento para o Mundial de Futebol 2026 a disputar em três países do continente americano: México, Canadá e Estados Unidos. Após o «desaire» em Dublin, frente à Selecção da Irlanda, que nos daria a qualificação imediata e a perda por «vermelho directo» do capitão Cristiano Ronaldo, o jogo contra a Arménia, disputado no «Estádio do Dragão», no Porto, era o «tudo ou nada». Roberto Martinez, seleccionador nada optou e bem por chamar Gonçalo Ramos para ocupar a posição de dianteiro, desde o minuto inicial. Aquele olhanense alcançou dois golos (8/1 no total - um resultado expressivamente histórico), onde figuram os 3 tentos feitos pelo «moço tavirense» João Neves e contribuiu para a qualificação de Portugal para a fase final da prova máxima do futebol mundial.
     Empenhado, interventivo e oportuno, aquele futebolista que nasceu nesta «Cidade de Olhão da Restauração» há 24 anos marca uma importante presença da «ex - Vila Cubista» no Mundial, em que Portugal tem a sempre difícil missão de ser cabeça de série.
    Ao felicitarmos Gonçalo Ramos, a quem desejamos as maiores venturas, damos os parabéns à laboriosa e honrada Cidade, por ter sido Terra - Mãe de tão valioso futebolista.

                                                  JOÃO LEAL

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Caros amigos e colegas costeletas

Sou a comunicar que o  tempo como Presidente da Direção da Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira está prestes a terminar. Isto pelo facto dos estatutos não me permitirem candidatar-me a um novo mandato. Mesmo que tivesse essa possibilidade, digo-vos que não voltava a apresentar uma nova candidatura por volta motivos de saúde e pela idade. Por outro lado, a minha mulher também não goza de saúde desde algum tempo a esta parte. No que me diz respeito, sinto que as minhas capacidades físicas e mentais estão a ficar muito tremidas.
A situação piorou no ano passado com um derrame externo no crânio e este ano com um problema de cristais .
Com os problemas de saúde já referidos, surgiu um cansaço e desmotivação em relação ao associativismo ao qual me encontro ligado, pois, para além da nossa Associação também estou na Associação Algarvia de Pintores em Porcelana, à Associação dos Trabalhadores Autárquicos de Faro e por último à Administração da Mutualidade Popular de Faro. Procurei dar o meu melhor em todas elas com o compromisso de zelar pelo património social e financeiro. Alguns dos objetivos penso que cumpri juntamente com as pessoas que estiveram ao meu lado mas, não consegui fazer com que e neste caso concreto da nossa Associação captar novos associados no sentido de fazer face aos que infelizmente já não estão connosco. Por outro lado, esta Direção tem notado que existe uma grande diversão de grupos de antigos alunos da Escola Industrial e Comercial de Faro que provovem convívios por faixas etárias onde já foram feitos contactos para fazerem parte da nossa Associação alegando motivos de desinteresse por serem mais novos do que nós.
Sou a comunicar que apesar de não ter correspondido aos anseios que depositaram na minha pessoa para presidir à nossa Associação sou a pedir-vos desculpa mas digo que foi um enorme prazer parte desta grande Família que são os costeletas.
O Presidente da A. A. A. E
 TOMÁS CABREIRA 

Florêncio P. Vargues 

Nota de pesar

A Direção da Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira lamenta o falecimento do Professor Teodomiro Cabrita Neto e apresenta os sentidos pêsames à sua Família. Que descanse na paz do Senhor.
Amém 

domingo, 9 de novembro de 2025

JjCRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL

DO MODERNISMO AO «BRUTALISMO»

       Num destes recentes fins de semana a riqueza de potencialidades do turismo cultural voltou a ser e forma bem assinalada que Faro oferece. Com efeito o 4º «the modernist weeekend», evento que avançou pela iniciativa do casal «Christophe de Oliveira», de 40 anos, proprietários de um «AL» (alojamento local) num edifício modernista na Rua D. Francisco Gomes do Avelar, em plena baixa farense e na sua principal artéria, deu mais e evidentes motivos para este crescer de motivações. Falou-se da riqueza arquitectónica existente na capital sulina, mais exactamente durante três dias falou-se do «Modernismo ao Brutalismo (estética de construção com utilização do betão sem qualquer tratamento exterior)».
      E viu-se, visitou-se e concluiu-se que Faro oferece ao visitante na sua paisagem citadina um conjunto notável de obras que são exemplos destacados da arte modernista de construir. É o caso clássico da chamada «Casa Gago», ali na Praceta Pires Viegas, obra desse ícone da inteligência algarvia que foi o saudoso vilarrealense Arq. Gomes da Costa e um local sempre assinalado nos roteiros culturais citadinos. Juntamente com o Arq. Jorge Oliveira, a quem se devem dezenas de edifícios Algarve em Faro, com destaque para as sedes da CCDRA (no início Junta Distrital, à Pontinha) e da agência do Montepio Geral (Rua do Alportel) foram figuras destacadas da arquitectura modernista algarvia. 
      Esta 4ª edição do «The modernist weekend» alargou também o «brutalismo» na paisagem citadina da urbe, com evidência nalguns imóveis da Universidade do Algarve, no Campus da Penha, tal como os jardins de muitos prédios desde logo a Alameda João de Deus, na sequência dos «boulevards franceses».
     Conferências ditas por conceituados mestres universitários, concertos, exposições e visitas várias, destacaram mais uma qualificada riqueza urbano - paisagística de Faro.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

CRÓNICA DO MEU VIVER OLHANENSE


A OLHANENSE DRA. MARIANA MACHADO SANTOS, «UMA INTELECTUAL DE ESPECIAL RELEVÂNCIA»

      Vale a pena ler e absorver o magnífico artigo da autoria da Prof. Dra.Maria del Castillo Garcia Romero (Escola de Arquitectura de Toledo, Universidade de Castilla La Mancha), inserto no volume XLVII dos «Anais de Faro (2025), intitulado «Mulheres do pensamento à acção - um olhar ao contributo de Mariana Machado Santos para as artes algarvias».
       Trata-se de um valioso contributo para a ilustre «filha de Olhão», onde nasceu em 1904, filha do historiador e investigador Honorato Artur Pires da Silva Santos e de Palmira Rita Machado Santos e que faleceu em Lisboa em 1991.
      Entre as importantes funções que desempenhou e muitas e várias o foram durante a sua vida destacamos as de Bibliotecária da Biblioteca Nacional do Palácio da Ajuda. Era, como carinhosa e afectivamente a tratava a similar algarvia do escritor Alexandre Herculano.  
        Havia uma notória amizade entre o cronista e a ilustre «filha de Olhão», com longas horas de diálogo ocorrido no Posto de Turismo de Faro, junto ao Arco da Vila, onde então trabalhávamos.  Por isso nos haja tocado, tão de perto, este magnifico escrito da académica espanhola sobre a ilustre bibliotecária.
         A Dra. Mariana Machado Santos, frequentou na capital algarvia, com elevada classificação, o Liceu João de Deus, seguindo para Coimbra a fim de frequentar a Faculdade de Letras (Ciências Histórico - Filosóficas) cuja licenciatura concluiu com brilho em Julho de 1937, ano em que concretizando uma precoce vocação pictórica realizou em Faro a sua primeira exposição de pintura. Após uma graduação universitária eis a jovem olhanense prosseguindo a sua carreira e concluindo, em 1939, a sua pós - graduação em Bibliotecas e Arquivos, seguindo-se a primeira experiência docente no Liceu D. Maria e a trabalhar na Biblioteca Nacional. Em 1954 é nomeada para o alto cargo de Directora da Biblioteca da Ajuda, realizando uma obra notável não apenas na gestão daquele importantíssimo espólio literário, mas na averiguação e publicação sobre algumas obras e temas.
        Acredite, leitor amigo, que vale a pena sobre o texto daquela ilustre erudita espanhola sobre a Dra. Mariana Machado Santos, a olhanense que é uma das referências maiores da erudição algarvia.

                                                João Leal

domingo, 2 de novembro de 2025

CRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL

 CADEIRAS ORTOPÉDICAS PRECISAM-SE COM URGÊNCIA

       Infelizmente, por razões de debilidade física já que os anos não perdoam, tenho sido um cliente, com elevado índice de frequência, dos Serviços de Urgência do CHUA (Centro Hospitalar Universitário do Algarve). Bom atendimento em todas as áreas (consulta médica, radiologia, enfermagem, etc.) pelo que estou grato aquela unidade hospitalar.
      Só que, e o que muito sinceramente lamento é que após concedida a desejada «alta» começam os difícílimos problemas de encontrar, pasme-se, uma cadeira ortopédica que nos conduza ao exterior do imóvel e apanharmos o veículo de retorno a casa («home, sweet home»).
      Tal como acontece com a insuficiência de macas / camas, uma queixa permanente das tripulações das ambulâncias, cadeiras de rodas são «agulha no palheiro». Pese a boa vontade de enfermeiros e do pessoal auxiliar, a par dos acompanhantes dos assistidos, encontrar o desejado veículo é uma sorte.
       Connosco, nesta última ida ao CHUA, obtida a «alta» aguardámos 1h 15m para que a desejada cadeira ortopédica surgisse e com o compromisso assumido de a devolver à profissional que a estava aguardando com doente à espera.
        Ora a cadeira do tipo falado custa, no supermercado pouco mais de 200 euros. Aqui lança-se um pedido a cidadãos individuais, municípios (porque o Hospital de Faro é utilizado por gentes de todo o Algarve), AMAL (Associação de Municípios do Algarve), RTA, clubes rotários algarvios, etc.
        Vamos dotar o mais importante instituto hospitalar da nossa Região com as cadeiras ortopédicas que ora faltam? Um generoso apelo que aqui lançamos.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Tres costeletas na Biblioteca da Escola Tomás Cabreira a recordar tempos de boas vivências.
Presentes neste encontro o Professor Hugo Virtuoso responsável pela biblioteca da Escola Tomás Cabreira, colaborador e orientador do espaço que a Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira detem na referida biblioteca, responsável pela paginação e composição do boletim O Costeleta e administrador do blog da Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira em parceria com o Presidente da Direção da Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira na companhia de dois colegas costeletas.
Um grande abraço de amizade e costeleta.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Crónica de FARO
JOÃO LEAL

ELEIÇÃO DE NOVO REITOR DA UALG

      Nos próximos dias10 (2ªfeira) e 11 (3ªfeira) vão decorrer as eleições para o cargo de Reitor da, universalmente prestigiada Universidade do Algarve (UALG). Ao longo destes mais de 40 anos da sua existência ((a única Universidade Portuguesa criada por uma Lei emanada da Assembleia da República, concretizando um secular ensejo de para cá do Vascão) trouxe um inestimável ensejo a uma maior valorização do Algarve e do País.
   Vai se assim eleger um continuador da magnífica obra realizada pelo portimonense Prof. Dr. Paulo Águas, a quem com todo o merecimento foi outorgada em 7 de Setembro último, a «Medalha de Faro de Mérito - Grau Ouro». Projectou no Mundo e pelo Mundo o nome da Universidade Algarvia, através de um conjunto e trabalhos dos seus docentes.
   Á eleição. que é um acto público, decorre na Aula Magna do Campus Universitário das Gambelas, em Faro com a audição dos três candidatos, todos docentes daquela prestigiada Instituição - Profs. Drs. Nuno Gonçalo Viana Pereira Teixeira Dias, Maria Alexandra Anica Teodósio e Luís Pedro Vieira Ribeiro, com extensos e valiosos currículos . 
Será o continuador da brilhante «saga» iniciada como saudoso louletano, em 1982 Prof. Dr. Manuel Gomes Guerreiro e que desempenhou as importantes funções atá 1986. Seguiram-se os Professores Doutores Carlos Alberto Lloyd Braga (1986 / 1990), Jacinto Montalvão Marques (1990 / 1993), Eugénio Alte da Veiga (1993 / 1997), Adriano Gomes Pimpão (1998 / 2002), João Guerreiro (2002 / 2007), António Branco (2007 / 2018) e Paulo Águas (2018 / 2025), um conjunto de reitores que deram o melhor de si à frente da UALG.
  Um novo reitor da Universidade do Algarve vai ser eleito no início da próxima semana. Que vença o melhor a bem da nossa Região e da sua prestigiada Universidade!
CRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL

      SÃO MARTINHO, MAGUSTO E JEROPIGA

       Este ar novembrino que já nos aporta, não obstante a carência de umas boas e desejadas chuvadas, aí está com um reflexo muito próprio na urbe citadina. Não é necessário consultar o calendário, que as temperaturas vão altas e a serem batidos todos os recordes metereológicos.
        É, logo nos primeiros dias a saudosa evocação de quantos nos deixaram, aureleados ou não pelo reconhecimento da sua santidade. Saudades de quem nos deixou e legou, na grande maioria dos casos, um inventário longo e afectivo de gestos e acções que, em muitas situações anos volvidos, mas que continuam presentes na saudade e na recordação.
       Vem aquele ar fumegante dos assadores de castanhas (quem não se recorda do Manel Russo ou Manel dos Bigodes, empunhando o seu enorme «cachucho» ou do Coelhinho ou, mais em nossos dias os Maldonad?.
        E isto das castanhas assadas comporta logo a realização dos  «magustos», forma comunitária e fraterna das grandes assadas, com o acompanhamento da tradicional «jeropiga», a bebida da época.
        «Os meninos à beira da fogueira...» (uma lembrança).   
    É a lembrança do popular São Martinho (11 de Novembro), padroeiro da Feira de Portimão, uma das mais importantes deste ciclo de feiras outonais no Algarve.
       Vem-me à lembrança uma tradição perdida e que seria boa ideia se retomasse. Eram os «São Martinhos», réplica processional com um caixote de sabão «Offenbach - azul e branco» que nos era cedido, a nós, «malta da Ribeira», pelo sr. Zé da Avó (proprietário de uma mercearia no gaveto das Ruas da Barqueta e Gil Eanes (no vulgo Rua da Parreira) e elemento fundamental das primeiras equipas de futebol do Farense) ou pela D. Ermelinda, sua esposa. Depois eram os ramos das muitas palmeiras então existentes na Avenida da República.  Em cima., com algumas velas ia um de nós. Em regra era eu a fazer de santo, dado ser um magriço e leve. O santo figurado levava uns abundantes bigodes, obtidos a partir de uma rolha queimada, uma capa e uma garrafa ou garrafão e sempre a cantiga: «São Martinho lapa, vamos ao larapa -São Martinho vinho vamos ao copinho». Corridos eram os cafés e tabernas recolhendo os óbolos e a maior colheita era nas chamadas «casas das moças», onde as próprias «meninas» faziam os clientes dar a sua moeda.
    Novembro ou a nunca esquecida lembrança dos «São Martinho