terça-feira, 20 de maio de 2025

 CRÓNICA DE FARO

JOÃO LEAL

PALÁCIO DOGLIONE (FIALHO) - URGENTE A INTERVENÇÃO

Ocupando todo um quarteirão (Rua Lethes, para tem a frontaria virada -

Rua Baptista Lopes - Travessa Lethes e Largo Terreiro do Bispo) trata-se de

um imóvel de interesse público, situado no coração da capital algarvia, que

necessita de obras exteriores de conservação urgente, dado o seu estado

calamitoso, mormente na área da mencionada travessa.

O Palacete Doglione / Palácio Cúmano, mais conhecido hoje por Casa

Fialho foi adquirido no século XVIII pelo benemérito médico italiano Dr. Lázaro

Doglione, para sua residência. Trata-se de imóvel de três pisos é um edifício

setecentista que constitui um dos mais valiosos patrimónios citadinos.

Nos primeiros anos da década 20 do século XX foi adquirido pelo importante

industrial algarvio José António Júdice Fialho, uma referência maior da história

económica do Algarve e mesmo do País.

Era uma das várias casas que a família Fialho tinha em Faro. Além do

sumptuoso e ex - libris Palácio do Alto, em Santo António, hoje nele funciona o

Colégio Diocesano Nossa Senhora Menina (foi adquirido pela Diocese quando

era Bispo D. Frei Francisco Rendeiro), citamos as residências que esta

abastada gente tinha no burgo - na Jardim da Alagoa (onde o saudoso médico

oftalmologista e irmão franciscano Dr. Arthur May Vianna residia e tinha o

consultório) e um outro grande imóvel na zona do Lethes (gaveto das Ruas

Mouzinho de Albuquerque e Almeida Garrett), para além de outros imóveis

(Largo da Madalena, Rua Infante D. Henrique, os terrenos na Sra. da Saúde,

onde ficava o fumeiro, vinhas, etc.).

Neste Palácio Doglione funcionou, pela vez primeira e antes das suas

modelares instalações do Largo de São Francisco a EHTA (Escola de Hotelaria

e Turismo do Algarve), nos tempos em era Director o Joaquim Manuel Bentes

Aboim (essa histórica figura da formação hoteleira em Portugal). Mais tarde foi

o mesmo adquirido pelo Estado para nele instalar os Serviços de Ordenamento

e Desenvolvimento da CCRDA, pela quantia de 500 mil euros e gastando-se

mais 2 milhões em obras e mobiliário.

Apostamos que o Presidente deste Organismo, Dr. José Apolinário, pela

sua dinâmica historial de intervenções desconhece o aspecto que, pelo menos

exteriormente, apresenta, pedindo uma rápida e urgente intervenção.

Exigem-se obras de restauro, pelo menos nas paredes da Travessa

Lethes, do classificado Palácio Doglione / Cúmano.

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