terça-feira, 13 de maio de 2025

 A PUBLICAR, CASO POSSÍVEL, NA EDIÇÃO DE 1 DE MAIO


CRÓNICA DE FARO

JOÃO LEAL

GRATIDÃO E MEMÓRIA

De entre as cerimónias realizadas em Faro, assinalando o 51º aniversário

da «Revolução do 25 de Abril de 1974», que terminou com o regime ditatorial

que pôs termo a uma situação política imposta ao País durante 48 anos

queremos, pelo seu significado e sentido destacar a homenagem prestada ao

Dr. José Afonso dos Santos («Zeca Afonso») e ao Capitão Salgueiro Maia, por

iniciativa da União de Freguesias (Sé e São Pedro).

Do primeiro, que durante anos, foi um verdadeiro «mestre da arte de ensinar

na Escola Tomás Cabreira» e o compositor e cantor, universalmente

reconhecido, autor do «Grândola Vila Morena», verdadeira senha da

«Revolução dos Cravos», foi descerrado na Praça que ostenta o seu nome, um

busto da autoria do artista farense John Frank.

Consagra-se assim a memória do «Zeca», o homem de bem que está

intimamente ligado à reconquista da liberdade m Portugal. A cerimónia contou

ainda com a deposição de uma coroa de flores no vizinho busto do Capitão

Salgueiro Maia, anteriormente erigido pela referida União de Freguesias e o

militar que comandou a coluna saída de Santarém para lançar um Portugal

Novo.

Faro lembrou o Dr. José Afonso e o Capitão de Abril Salgueiro Maia, dois

homens para sempre ligados à «Revolução dos Cravos». Gratidão e memória!

O «MAIO», UMA TRADIÇÃO PERDIDA

Era às primeiras horas, quado a manhã o começava a despontar. Minha

saudosa avó materna, a «Rosinha do Quebrado» chegava junto à nossa cama

com uma bandeja transportando bolinhos caseiros (suspiros, bolos de coco e

outros de fabrico caseiro), bem como a garrafa com medronho ou vinho

licoroso para se «atacar o Maio». Era um costume ancestral que vinha dos

seus tempos de menina, nada e criada nos Machados, mais exactamente na

hoje Adega do Nunes. Quando saíamos para a rua era a vez de ver os

«Maios», bonecos de grandes dimensões com trajes típicos e laborais. Era

uma secular tradição que se repetia em muitas varandas, portas e telhados,

assinalando o dia primeiro do mês consagrado a Maio.

Hoje os «Maios» acontecem com grande intensidade no troço da EN 125,

entre Marim e Alfandanga, no concelho de Olhão. Aqui, por Faro urbano, dos

«Maios» só a lembrança de tempos idos. Mais uma tradição, de cunho

genuinamente popular, que os anos apagaram.

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