A PUBLICAR, CASO POSSÍVEL, NA EDIÇÃO DE 1 DE MAIO
CRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL
GRATIDÃO E MEMÓRIA
De entre as cerimónias realizadas em Faro, assinalando o 51º aniversário
da «Revolução do 25 de Abril de 1974», que terminou com o regime ditatorial
que pôs termo a uma situação política imposta ao País durante 48 anos
queremos, pelo seu significado e sentido destacar a homenagem prestada ao
Dr. José Afonso dos Santos («Zeca Afonso») e ao Capitão Salgueiro Maia, por
iniciativa da União de Freguesias (Sé e São Pedro).
Do primeiro, que durante anos, foi um verdadeiro «mestre da arte de ensinar
na Escola Tomás Cabreira» e o compositor e cantor, universalmente
reconhecido, autor do «Grândola Vila Morena», verdadeira senha da
«Revolução dos Cravos», foi descerrado na Praça que ostenta o seu nome, um
busto da autoria do artista farense John Frank.
Consagra-se assim a memória do «Zeca», o homem de bem que está
intimamente ligado à reconquista da liberdade m Portugal. A cerimónia contou
ainda com a deposição de uma coroa de flores no vizinho busto do Capitão
Salgueiro Maia, anteriormente erigido pela referida União de Freguesias e o
militar que comandou a coluna saída de Santarém para lançar um Portugal
Novo.
Faro lembrou o Dr. José Afonso e o Capitão de Abril Salgueiro Maia, dois
homens para sempre ligados à «Revolução dos Cravos». Gratidão e memória!
O «MAIO», UMA TRADIÇÃO PERDIDA
Era às primeiras horas, quado a manhã o começava a despontar. Minha
saudosa avó materna, a «Rosinha do Quebrado» chegava junto à nossa cama
com uma bandeja transportando bolinhos caseiros (suspiros, bolos de coco e
outros de fabrico caseiro), bem como a garrafa com medronho ou vinho
licoroso para se «atacar o Maio». Era um costume ancestral que vinha dos
seus tempos de menina, nada e criada nos Machados, mais exactamente na
hoje Adega do Nunes. Quando saíamos para a rua era a vez de ver os
«Maios», bonecos de grandes dimensões com trajes típicos e laborais. Era
uma secular tradição que se repetia em muitas varandas, portas e telhados,
assinalando o dia primeiro do mês consagrado a Maio.
Hoje os «Maios» acontecem com grande intensidade no troço da EN 125,
entre Marim e Alfandanga, no concelho de Olhão. Aqui, por Faro urbano, dos
«Maios» só a lembrança de tempos idos. Mais uma tradição, de cunho
genuinamente popular, que os anos apagaram.
Sem comentários:
Enviar um comentário