segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

POR OUTRAS PALAVRAS

(nesta praça era o edifício da Escola)
POR OUTRAS PALAVRAS

SER COSTELETA é um estado de espírito, disse o Prof. Américo.

Por outras palavras, a forma de sentir-se costeleta, ou aluno da Escola, resulta do carinho, respeito e consideração que temos, por termos aprendido nessa mesma Escola. Fomos nós que fizemos a Escola ao mesmo tempo que a Escola nos preparou a nós. Nós somos um produto da Escola e a Escola é um resultado de nós. Há uma relação muito forte que nos aproxima mais e mais porque cada um de nós acredita no outro. Encarnamos a verdade do outro na nossa alma e a recíproca também é verdadeira. Daí o Professor Américo ter razão, porque a nossa alma ou estado de espírito veste a roupagem da alma da Escola. Ou, por outras palavras, estamos identificados com a Escola. Nós somos a Escola. E estamos gratos à Escola..
Estamos gratos à Escola, não querendo isso dizer que a Escola nos facilitasse a vida. A Escola cumpriu com a sua missão, educando-nos. Uma vez, há 54 anos, estava eu nas oficinas de Trabalhos Manuais com o Mestre Damião, aproximei-me dele e disse: “Senhor Mestre pode emprestar-me isto?” E o Mestre: “Não percebi.” E eu insistia e o Mestre que não percebia, quatro ou cinco vezes mais eu pedi e outras tantas o Mestre não percebia. Às tantas, disse-lhe: “O senhor Mestre faz o favor de me emprestar esta ferramenta.” “Faz favor.”, disse o Mestre Damião.

Recordo, aqui, este simples episódio, para evidenciar de que forma os professores contribuíam para a nossa educação e, de certa forma, para a aquisição do tal estado de espírito do costeleta. .
Ser costeleta... é amar a Escola que nos fez homens. Não será assim, senhor professor Américo?

JOÃO BRITO SOUSA