terça-feira, 29 de janeiro de 2008

AULA DE DESENHO

(foto de Romualdo Cavaco)
Professores Celestino e Batalha

Iniciado o distante ano-lectivo de 1952/53, uma nova comunidade nascia, num conjunto escolar amplo e moderno que, dignificando a cidade também haveria de proporcionar o ambiente para que desabrochassem muitos dos que vieram enaltecer o Algarve levando ao pódio as cores da Escola, fazendo jus à esperança que neles se depositava.
Quando no ano seguinte retomávamos as aulas e as anteriores amizades, um dos colegas não respondeu à chamada.
Já foi recordado o Vieira Alexandre.
Lembro agora o Filomeno Sebastião Boinho.
Reconhecendo ter dificuldade em descrever a arte inata nos dois colegas, lembro os seus nomes, na esperança de que algum dos costeletas ainda se lembre deles e os recorde em linhas mais pomposas.
Se a arte do Alexandre o inspirava para temas gerais de desenho, o Filomeno tinha especial apetência pela tauromaquia. Os seus dedos apontavam o lápis e os cavalos surgiam em qualquer posição e volteios no papel como só o J.B. Núncio saberia fazer na praça. Quanto aos touros, tudo era perfeito. Altamira seria uma rude cópia de touros alados vindos dos lados de Marim, Quelfes, Olhão!!!
Onde iria ele buscar tamanha inspiração???!!! Interroguei-me vezes sem conta. Se residisse na lezíria, aceitava. O Algarve dar-lhe-ia outra inspiração. Quando dominasse as cores teríamos artista a sério.
Senti a falta dos dois Olhanenses porque a minha mesa de desenho era próxima das deles e do João Canal.
Inúmeras vezes, em silêncio, me interrogava, porquê? – Porque partiram tão cedo levando consigo os seus segredos e tanta arte por revelar privando-nos de os admirar e aplaudir. – Serenava, pensando que, certamente, por serem bons, Deus os chamou.
Olhão e os Costeletas perderam dois artistas quais rosas em botão cuja forma e cor nunca chegaremos a ver.


Romualdo Cavaco
romualdo.cavaco@sapo.pt

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro amigo ROMUALDO

Parabéns pela evocação dessas três grandes figuras da Escola.
Estou solidário na recordação a esses três amigos que conheci perfeitamente.

Saudações costeletas.

ALA BI.. ALA BÁ... BUM... BÁ... ESCOLA... ESCOLA.. ESCOLA...

João Brito Sousa