terça-feira, 15 de janeiro de 2008

PASSAGEM DO ANO


Do nosso associado nº 312-Dr. Manuel Inocêncio da Costa recebemos este poema, com desejo de publicação
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É noite do fim do ano - o tempo corre,

O ser humano ilude-se - divertir-se finge.

É assim dede que nasce até que morre,

Faz-se parecer folgazão - mesmo com cara de esfinge.

Escolhe certas épocas do ano para explodir,

Fim do ano, Carnaval, férias são férias,

Mesmo de coração apertado põe-se a rir.

A vida é difícil e curta - o resto são lérias!

Nessa noite desaperta a máscara - coração ao vento;

Vai com os amigos, vai com a mulher,

Grita, salta - para trás qualquer desalento,

O resto do ano é longo - basta de tanto sofrer!

Não interessa quanto custa - é preciso aparecer,

No outro dia aos amigos tudo relatar,

Quem viu, quem não viu, onde e com quem foi ter,

Se não comeu ou se se enxarcou quase até rebentar!

As horas passam - foge-lhe o pezinho para a dança,

A cara está vermelha - bebeu até fartar;

Vai à casa de banho aliviar a pança,

E, depois, senta-se um bocado para descansar,

Para a meia noite faltam apenas segundos,

A sala agita-se - o champanhe explode,

Agora está no apogeu, no melhor dos mundos,

Bebe uma, outra taça, e, grita, grita, quanto pode!

Está bêbado como um cacho - fora está neblina,

São seis da mabhã - ouvem a última melodia,

A mulher chama um taxi - a habitual rotina,

Dormem como uma pedra - amanhã é um novo dia!
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Manuel Inocêncio da Costa

COSTELETAS DE 66/67


Junto foto tirada pelo Sr. Mestre Mendonça, numa aula do Curso de Formação do ano 1966_67.Informo que o autor desta mensagem, é o primeiro a contar da esquerda da 2ª. fila, perto do quadro e encostado ao torno "Cardiff".

Cumprimentos


AGabadinho

ANIVERSÁRIO DA VICE-PRESIDENTE

(apagando as velas sob o olhar atento da sua neta)
Celebrou ontem dia 14 de Janeiro com a família. Como não se deve perguntar ou dizer a idade de uma senhora, apenas queremos desejar que os festeje por muitos anos. O BLOGUE da nossa Associação apresenta-lhe as maiores felicidades. PARABÉNS D. Isabel Coelho.

A AULA DO ALUNO FERRO

(limador)


A DEMONSTRAÇÃO


No meu tempo, eu tive nas oficinas o mestre OLíVIIO, o mestre dos mestres, o mestre MENDONCA e o mestre PALMINHA…..que, no ano anterior havia sido nosso colega.

Claro todos nos lembramos dele como mestre e também como grande guarda redes que foi

Falar no mestre OLIVIO eu deixo isso para quem o consiga descrever melhor do que eu o faria.

Mas mesmo assim digo que foi um dos homens que mais me impressionou em toda a minha vida

Mas quero falar aqui de uma ocorrência que presenciei nas nossas OFICINAS

Para quem se lembre, olhando as fotografias que o BRITO SOUSA nos obsequiou, eu diria que as máquinas estão alinhadas um pouco diferentemente do que estavam ha 50 anos mas não muito.

A fresa ARNO ainda esta no mesmo sitio e, ao fundo a direita de quem entra, ainda esta no mesmo sitio o torno CARDIFE a jóia da coroa e a menina dos olhos do mestre OLIVIO…UMA MAQUINA FABULOSA

Só trabalhava nela quem merecia a confiança do grande mestre

Vou lembrar o que se passou. E provável que outros se lembrem também.

Naqueles tempos, imediatamente a seguir ao fim do ano lectivo, o mestre OLIVIO organizava uma exposição dos melhores trabalhos executados nesse ano e, acompanhava a dita exposição com demonstrações nas referidas maquinas para alunos, pais de alunos, outros professores e claro convidados. Para essas demonstrações ele escolhia os nossos melhores e ele sempre estava por perto.

Dizia-se que naquele tempo só quem tinha melhores oficinas era a escola MARQUES DE POMBAL em Lisboa….eu fui lá no meu quarto ano incluído na nossa equipa ao concurso de trabalhos e não me pareceu ser assim…maior era... mas só isso

Nesse dia já longínquo calhou ao FERRO (um que andava sempre com o Salsinha e trabalhou nos Telefones) do qual não me recordo o nome completo, mas sei que morava no ALTO RODES e era primo do nosso grande ANSELMO, fazer a demonstração desse limador, que se vê na fotografia.

A demonstração do funcionamento da maquina era dedicada a uma senhora convidada da nossa professora de português, a Drª CANDIDA a quem nos chamávamos candidamente de “A pescocinho”.

Mas vamos adiante; o Ferro, falava, falava, explicava o melhor que sabia e podia e chegou a altura da demonstração, que começava por descrever um pouco a máquina.

Se olharem a fotografia, ha uma roda que tem pegada uma maçaneta…..ora isso é precisamente o controlo das velocidades do cabeçote que deve ser tanto maior quanto menor o curso do dito cabeçote e vice versa,

Ora, o controlo das velocidades girava sem fim, quer dizer quando atingia o máximo passava ao mínimo creio que me fiz entender. E, é aqui que aconteceu o problema; dando a máximo curso ao cabeçote, a velocidade teria que ser a mínima. Não se sabe como, a velocidade fixou-se no máximo. Quando o FERRO activou a embraiagem, ouviu-se um silvo de fera ferida que entoou por toda a oficina

A Drª CÂNDIDA estava observando mesmo em frente da maquina, o cabeçote disparou e passou-lhe a centímetros da cara….o mestre OLIVIO estava por perto saltou e parou o limador

Fez-se um silencio sepulcral, a palidez invadiu os que estavam por perto e nosso mestre OLIVIO olhou o FERRO e, como grande educador que era, sabia que nada que pudesse dizer ao aluno serviria para o que quer que fosse.

E não disse nada ao aluno... dando-lhe, indirectamente todo o apoio...

São assim os grandes educadores que, felizmente a nossa Escola teve.

Na vida todos aprendemos mais com os erros cometidos do que com os sucessos e, nesse dia o nosso amigo FERRO aprendeu que havia que prestar mais atenção às máquinas que tanto nos ajudam como nos matam se mal manuseadas

Quem se lembra do FERRO? Onde está?

E assim se foi construindo o tal estado de espírito do costeleta, de que fala o Professor AMÉRICO. não é assim professor?.. ..

Por
Diogo
Felizmente no activo.