segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

QUADROS ALGARVIOS

FARO (ria) Capital do Algarve
A Escola Tomás Cabreira está, como sabemos, inserida na cidade de Faro e, Libertário Viegas achou, e muito bem, que seria interessante escrever um pouco de história desta cidade, do seu concelho e do Algarve. O Libertário Viegas publicou o livro “Quadros Algarvios” e será através dos seus capítulos que iremos dar a conhecer esta temática que é essencialmente relacionada com a história Farense.

De Libertário Viegas

1. OS PRIMEIROS POVOADORES

Ainda que abundantemente documentado por Estácio da Veiga, em “Antiguidades Monumentais do Algarve”, o quadro do povoamento pré-histórico da Região só ficou completo quando, em 1942, a equipa de Henri Breuil demonstrou, a partir de materiais recolhidos na zona costeira dos concelhos de Faro e de Loulé, que a presença humana remonta ao Paleolítico inferior
O mais antigo dos testemunhos escritos é um portulano grego do séc VI AC, geralmente atribuido a a Eutienes, que descreve as navegações de Marselha para Tartessos, um reino importante (de origem divina) cuja influência se estendia de Almeria ao Algarve.
Aquele periplo foi utilizado por Avieno (Rufus Festus Avienos, erudito romano do séc. IV) para escrever a sua Ora Marítima, poema em que se refere às costas ocidentais do Mediterrâneo e fala dos nossos antepassados – os cinetas ou cónios – que viviam entre o rio Anas e o Cyneticum Lugun (Cabo de S. Vicente), para além de citar ainda a ilha de Herma, que muitos identificam com a Armona, fronteira a Olhão.
O principal centro urbano da época seria Conistorgis, que é referido a partir de finais do séc. III AC e, embora se não defina a sua localização, muitos crêem que se situaria na linha que saindo de Mértola para Alcácer passa por Castro Verde e Aljustrel, enquanto o cónego José Cabrita considerava que “a hipótese mais sedutora é a que localiza Conistorgium em Alcoutim”. E Garcia Domingues garantia que a actual designação – Alcoutim – teria sido atribuída pelos árabes que com isso queriam dizer “a dos cónios ou dos cunetes” – “Alkunatin”.
Estamos a referir-nos a uma época de indecisões quanto à localização de alguns dos mais importantes centros urbanos, como é o caso da própria capital de Tartessos, uma pesquisa em que se têm empenhado muitos investigadores, nomeadamente o Prof. Adolfo Schulten, o tradutor de Avieno, que nessa tarefa infrutífera consumiu mais de trinta anos. Do que não restam dúvidas é que tartéssicos e fenícios, sobretudo depois que estes últimos se libertaram da dominação egípcia, mantiveram um largo intercâmbio mercantil.
Interessados em dominar a rota do estanho, que os tartéssicos detinham, os fenícios estabeleceram ao longo da costa uma série de feitorias, a mais importante das quais, Gadir (Cádis), terá sido fundada por volta 1100 AC. E tudo leva a crer que em época pouco posterior já os fenícios estavam presentes numa série de localidades algarvias – Beasuris, Balsa, Baltum, Ossónoba...
Ao mesmo tempo que trocavam os seus produtos por minérios (prata, estanho e zinco) os fenícios desenvolviam as pescarias, salga de peixe, metalurgia e ourivesaria, mantendo uma situação de predomínio até ao séc. VII AC, altura em que os assirios destruíram Tiro.

Continua no próximo capítulo: - “Localização de Ossónoba”


RC

POETISA E COSTELETA

(a dar autógrafos)

MARIA JOSÉ FRAQUEZA.

Sobre o livro "Pragas Algarvias".


DINA LAPA de CAMPOS afirmou ser um "testemunho à riqueza linguística, típica de uma região em que a mulher algarvia "marafada" extravasa de forma espontânea e bem humorada as vicissitudes do seu dia-a-dia: as disputas de vizinhança, situações caricatas personificadas elas próprias por figuras-tipo que denunciam um estilo muito próprio, muito característico de quem lida com a vida de uma forma aberta e autêntica. Perspicaz e inteligente, a crítica social deixa transparecer uma sociedade, à época, carregada de preconceitos mas capaz de pôr em causa as diferenças e desigualdades".

JOAQUIM TEIXEIRA fez questão de falar da autora, detentora de um "talento e uma determinação enormes". Premiada a nível nacional e internacional, conta no seu vasto curriculum com mais de 700 prêmios literários. Foi professora do Ensino Secundário, é na escrita - poesia, contos, peças de teatro, artigos e crônicas que escreve para os jornais e programa de rádio, que desenvolve a sua atividade literária. Mentora de concursos literários,júri de concursos, membro da Sociedade Portuguesa de Autores, dinamizadora das tradições locais.

A Arqª CLARINDA MOUTNHO da Delegação Regional da Cultura do Algarve considerou o livro "Pragas Algarvias" como um contributo de grande valor para a identidade algarvia e a capacidade de o transmitir aos mais novos através do livro, que inclui ainda ilustrações feitas por alunos seus. E uma combinação perfeita entre as tradições mais antigas e a presença de uma geração mais jovem. Agradeceu e felicitou o Elos Clube de Faro por mais uma edição e manifestou a disponibilidade da Delegação Regional da Cultura do Algarve em apoiar iniciativas como esta.

JOSÉ LUIS CAMPO, vice-presidente Continental para a Europa do Elos Internacional saudou o Elos Clube de Faro e a autora por mais esta iniciativa considerando-a um verdadeiro elo da língua e da cultura portuguesa. Num poema de sua autoria, brindou a Maria José Fraqueza enaltecendo as suas múltiplas facetas, a amizade e admiração.

E foi com o Grupo de Cantares da Man'Anica da Fuzeta, composto por Vera Lúcia, Maria Benta e Teresa Pacheco que os presentes foram brindados com a recriação das "Pragas" num ambiente genuíno, embalado por uma linguagem popular e hilariante. A estas três grandes senhoras de enorme talento o Elos Clube de Faro agradece reconhecidamente e formula o desejo de poder voltar a ouvir nesta ou noutra encenação num futuro que se deseja muito próximo.

Texto retirado da net por

João Brito Sousa