domingo, 4 de maio de 2008

A PARTIDA DE UM COSTELETA


O FUNERAL DO FRANKLIN


Deixem-me falar assim...
Nesta linguagem campesina,
É o que tenho dentro de mim

A vontade enorme de dizer não
De dizer que é uma injustiça!...
Esta ida não se sabe para onde
Mesmo confortado com a missa...

Isto já tem avonde....

Ser mercadoria sem destino....
Quer seja um velho ou um menino

A gente não pediu para vir
E quando chegar a nossa hora
Lá teremos de ir..

Querendo ou não ...

E penso que o Frank não queria

Quando eu falava com ele...
ele me dizia

Amigo João
Isto está charengado...móce.

Confiança havia...

E ele estava esperançado...
Que a dor passaria
E que ao fim de mais um dia
Estaria novo e rejuvenescido....

Mas a doença não deixou
E lá o levou....

Vai sair da igreja agora
E vai seguir pela estrada fora....
O corpo do Frank...

Que agora já não é gente
Nem dança o velho corridinho
Agora... já nada sofre nem sente
Vai fazer-se ao caminho

E nem teve tempo para nos acenar
E cumprimentar

Será que ele sabe quem será de nós o próximo a embarcar?
Se sabe.. não quis dizer
Isso .. talvez dê azar.

É o melhor que ele tem a fazer

By by Frank
See you…

Agora vais tu.

Texto de
João Brito Sousa