sábado, 27 de setembro de 2008

EU, O ANTÓNIO GABADINHO E O MAURÍCIO


A TODOS OS COSTELETAS

Ao jeito de um comunicado.

Eu, o António Gabadinho e o Maurício Severo Domingues, demos aí uns pontapés na gramática. Mas hoje, recebi do Maurício um mail de extraordinária vitalidade humana e alma de poeta. E, como é sabido, dos poetas espera-se tudo, RECONCILIAÇÃO E AFASTAMENTO também. Mas o mail do Maurício traz verdade, dignidade, a velha alma costeleta... e um abraço sentido. Aí vai um pouco, do muito que escreveu e disse,

" A Conversar é que a gente se entende " João, todos os dias vejo o Blogue e leio com interesse o que lá escreves. Deus te dê sempre essa vitalidade e saúde para continuares a trabalhar em prol dos Costeletas"...

Perante isto, resta-me enviar um abraço ao António Gabadinho pela coragem em apresentar os seus pontos de vista e igualmente um grande abraço, fraterno e amigo, a essa grande alma de poeta que é o MAURÍCIO SEVERO DOMINGUES.

E se me permitem, aí vai também um abraço para TODOS os costeletas.

Duas notas,

1 - Para felicitar e agradecer publicamente à Lídia Machado, convidada e esposa de costeleta, a excelente colaboração dada, e

2 - E esperar que o meu convidado MANEL PIORNA, um costeleta da Escola Comercial e Industrial de Elvas, vizinho e amigo do MAURÍCIO, no Estoril, me envie a sua crónica.

É tudo.

UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS.

JBS

O MEU PRIMEIRRO 7 DE OUTUBRO

PROFESSORES COSTELETAS














PARA A ESCOLA
por João Brito Sousa

Nos meus tempos de aluno da primária, a escola começava a no dia 7 de Outubro. Não tenho bem a certeza, mas quando fui para a Escola Comercial e Industrial de Faro, as aulas parece que começavam no dia 1 do mesmo mês.

Na primária, a D. Helena era a professora e a Escola era em Mar e Guerra. Eu vinha dos Braciais, a pé, com o Cadinho e os meus primos, os filhos do ferroviário, o Carlinhos e o Zé Louro. O Cadinho, de nome próprio Ricardo, dava cabo da cabeça da gente, porque soube que eu e o Carlinhos, uma vez, tínhamos desviado da horta do tio Afonso, uns sacos de plástico que lá havia. João, dizia-me ele para mim, amanhã quero que tragas dez laranjas. Se não trouxeres digo, à professora que estragaste os saco ao meu tio e levas umas porradas...O castigo físico sempre esteve ligado à Escola primária e, claro à professora, na óptica da educadora.

Tenho saudades da Escola primária e daqueles tempos porque, nessa altura, arranjei um grande amigo, um homem que, apesar de mais velho, sentia que dele me vinha um carinho especial. Era o homem onde ia comprar os cadernos. Tinha sete anos e tinha m amigo já homem. Tinha e tive sempre um grande orgulho nisso, de ter como amigo o António Cadeiras, o homem da loja dos cadernos. E essa amizade durou uma vida. Mandei-lhe um beijo de amizade, em direcção ao céu, quando soube eu ele tinha falecido. E mando-lhe outro agora, António, esta mensagem é para ti.
A minha primeira namorada foi a Gabriela e depois foi a Piedade. Fiquei igualmente triste no dia em que soube que ela tinha falecido e enviei para o céu “UM PAZ À TUA ALMA”. Os da minha classe eram a NAIR, a MARIA de JESUS, o ZÉ GABADINHO, o JOÃO SILVINO GAGO e o CUSTÓDIO.

O 7 de Outubro foi uma data importante para os da minha geração. Durante quatro anos foi assim. Começávamos nova vida.

Mais tarde vim a saber que o escritor Trindade Coelho, falaria dessa mesma escola no seu romance “OS MEUS AMRES”, no conto “PARA A ESCOLA”. No velho casarão do convento é que era a aula. Aporta lá estava com fortes pinceladas vermelhas, ao cimo da grande escadaria de pedra, tão suave que era um regalo subi-la. Obras de frades os senhores calculam...

Velha malta da escola como te recordo...E é com saudade enorme que me lembro do Jorge Custoidinho e do Gabriel, hoje ferreiro, que foram para a escola já velhotes. E os outros todos, o Zé Elias e o irmão, o Bernardo Estanco, parceiro do Diogo Costa Sousa, e as irmãs.

Tanta malta amiga, a Manuela Antão e a irmã, a Madalena.

O dia 7 de Outubro de 2008 vem daqui a dez dias. E nesse dia faz sessenta anos que fui à escola oficial pela primeira vez.

Porque já tinha andado na escola paga das filhas do Mestre Vicente, na Senhora da Saúde. As mestras eram a D. ALDA, a D. LÍDIA e a D.TERESINHA.

A todos os meus MESTRES, e talvez fossem mas de cem, deixo, para todos eles um grande abraço de amigo. E deixo um abraço especial para o Dr. Baptista da farmácia da rua de Santo António em Faro, que me disse após um exame oral: SABES MAIS DO QUE AQUILO QUE PENSAS.

See you.