quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

LÍNGUA... MATERNA

Minha língua materna é portuguesa
E é por excelência soberana;
CAMÕES a enalteceu... lhe deu beleza
Ao escrever a "Heróica... Lusitana" !
E por ser valiosa e com rigor,
Sublimou a nobreza do seu Povo
Que no mundo alcançou real valor ...
Mas foi adulterada... e eu reprovo
A forma como está a ser tratada
Sofrendo de "pobreza"... e quem se importa!?
A língua que era rica, bem falada,
"ANDA AGORA A PEDIR DE PORTA EM PORTA"!

O idioma firme, em meu país,
Referenciava, estilo e argumento
E o gosto p 'la leitura era a motriz,
Em Obras de Escritores ... com talento:
- Guerra Junqueiro, Eça de Queirós;
Garret e Herculano... e na memória
João de Deus, que dera a meus avós
A luz da "aprendizagem obrigatória"...
Araujo Correia e o Pessoa
Fizeram da palavra algo divino!...
Por isso, em meu ouvido, ainda soa
"A LINGUA QUE APRENDI EM PEQUENINO"!

Maria Romana
2º Prémio - Peso da Régua - 1999

FALANDO DE...

FARO - A nossa cidade


Faro, primitivamente denominado Ossónoba, terá surgido por volta do século VIII a.C., durante a colonização fenícia do Mediterrâneo Ocidental. Tinha então um carácter de entreposto comercial, integrado num vasto sistema mercantilista baseado na troca de produtos agrícolas, pescado e minérios, situação que se manteve nos períodos grego e cartaginês.
A cidade de Santa Maria de Faaron é tomada, no ano de 1249, pelas tropas de D. Afonso III, que lhe viria a conceder duas cartas de Foral. A primeira, em 1266 e a segunda, destinada aos Mouros residentes, em 1269.
Não se sabe ao certo se a conquista de Faaron teve um carácter violento ou negociado. Há no entanto notícias de que são executadas obras de reparação no castelo e em alguns panos arruinados da muralha.
A situação dos terrenos em que assenta a actual cidade de Faro era então diferente. O nível médio das águas do mar encontrava-se dois a três metros acima do actual, originando uma linha de costa muito recortada e inundável.
A configuração deste território era resultante de um sistema de colinas ou morros (o da Sé, o dos Artistas, Santo António do Alto e o conjunto de colinas que vão de São Pedro ao Alto Rodes, designadas por Alto da Caganita, Alto da Atalaia e Alto da Esperança), separados por canais ou ribeiras e sujeitos, com as marés, à subida e descida das águas do mar.
Dos canais, destacamos uma linha de água principal que corria desde a actual Ribeira das Lavadeiras, percorrendo a Estrada de São Luís até ao Lethes, daqui para a Praça Alexandre Herculano onde formava um lago - Alagoa - bifurcando, junto ao palácio Belmarço, para contornar o morro da Sé por ambos os lados.


Muralhas de Faro

Os portugueses vão estabelecer a sua cidade na Vila-a-Dentro, cuja estrutura mantém os seus aspectos fundamentais, apesar de uma simplificação no traçado das vias secundárias, à semelhança de outros aglomerados urbanos da época.
Sobre a Porta da Vila surge a Capela de Nossa Senhora de Entrambalas Águas, mais tarde de Nossa Senhora do Ó, quem sabe se no local onde anteriormente fora colocada a imagem de Santa Maria.
No sítio da actual implantação do edifício da Câmara Municipal de Faro, foram construídas as Casas da Câmara, edificação em forma de "L", com escadaria exterior.

Extramuros

Processa-se uma considerável expansão do tecido edificado motivada pela criação dos bairros da Mouraria e da Judiaria, situados, respectivamente, a norte e sul da Rua de Santo António. A Mouraria ocupava a área definida pelo quarteirão que integrava o cinema Santo António, constituindo uma importante zona de hortas. A Judiaria, situada a sul, confinava com a Alagoa e continha ainda no século XIX duas sinagogas.
Ao cimo da Rua de Santo António do Alto, no local da Praça da Liberdade, ficavam as Alcassarias, principal mercado da cidade, explorado por essas duas comunidades.
A Ribeira, bairro muito ligado às actividades da pesca e da construção naval, desenvolveu-se no sentido nascente, e continha provavelmente uma igreja.
A principal artéria comercial e industrial era a Rua da Sapataria, actuais Ruas 1º de Dezembro e Tenente Valadim. A actividade portuária desenvolvia-se no local onde hoje se encontra a doca e a Praça D. Francisco Gomes, dispondo de um cais acostável, junto às muralhas da Vila-a-Dentro.
O sistema defensivo de Faro era completado com duas torres de atalaia - o Alto da Atalaia, situado no cimo da actual Rua da Boavista e Santo António do Alto, no local onde ainda hoje existe uma torre.
No final deste período os arrabaldes integram-se na orgânica da cidade, deixando de constituir áreas marginais. Inicia-se um processo de estruturação global com base na articulação de vários elementos da composição urbana, como os eixos viários, as massas edificadas e os condicionamentos naturais - hortas e canais.
No dia 7 de Setembro de 1540, a vila de Faro é elevada a cidade pelo foral de D. João III, e em 1577 a sede do Bispado, até então em Silves, é transferida para ali por decisão de D. Sebastião.
IN Vikipédia
RC.