sexta-feira, 14 de outubro de 2016

ELOS CLUBE NA FEIRA DE SANTA IRIA


De: Elos Clube de Faro - Associação Cultural
    "Em defesa da Língua e Cultura Portuguesas"

Prezados Companheiros e Amigos

ELOS CLUBE DE FARO PRESENTE NA FEIRA DE STA. IRIA 2016
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Pelo sexto ano consecutivo, participaremos na Feira
de Santa Iria, junto com outras instituições do
concelho, com pavilhão próprio, onde divulgaremos o
nosso clube e sua actividade.

Assim, entre os dia 14 e 23 de Outubro, no horário abaixo
indicado, estaremos à Vossa espera e lançamos o pedido de
apoio a todos os companheiros, à semelhança das edições anteriores,
nos possam ajudar nesta mostra com a sua presença nos horários
indicados a fim de podermos cumprir cabalmente a missão a que nos
propusemos.

Horário de Funcionamento:

segunda a quinta-feira  das 16h às 24h
sexta-feira das 16h à 1h
sábado das 14h à 1h
domingo das 14h às 24h

Agradecemos desde já a todos os que nos puderem ajudar e
esperamos pela vossa visita.

Com as cordiais saudações elistas.

Dina Lapa de Campos
Presidente da Direcção do Elos Clube de Faro

UMA ESTÓRIA DE MARIA ROMANA




“O Lume Ateou a Chama do Amor”


Conta-se que, em tempos idos, na época do romantismo, um rapaz, filho de família tradicional mas, de fracos recursos económicos, apaixonara-se por uma linda moça, logo que a viu, pela primeira vez. Maria Francisca era filha de pais abastados e ele não se atrevia a transmitir-lhe o sentimento que tinha por ela.
Um dia, confidenciando, com José, seu amigo desde a infância, confessou-lhe o que sentia por Maria. Este ao ouvir o seu desabafo, aconselhou-o a mudar o visual, vestir-se com elegância, dizendo que lhe facultaria o que ele precisasse. E, quando ela lhe perguntasse qual o seu modo de vida, dizer-lhe que negociava os produtos que cultivava na propriedade que tinha e, que vivia com os pais, em “Vila Formosa”.
Alberto, era este o seu nome, ficara apreensivo, José aconselhara-o a uma coisa que não seria a melhor ideia pois, tem-se em dizer que, “brincando com o lume”, poderia queimar-se. Seria uma grande aventura se a pusesse em prática. Mas, o tempo passava e nada acontecia. Vendo que não tinha outra alternativa, decidira fazer o que o amigo lhe alvitrara.
Alberto sabia que, na “Aldeia dos Roseirais”, onde a moça vivia, realizavam-se bailes todos os sábados à tarde. Maria Francisca estaria lá, de certeza, e ele teria ocasião de se encontrar com ela. “ Se bem pensou, melhor o fez ”.
E, quando o baile abriu, Alberto dirigiu-se a Maria e, com a delicadeza que lhe era peculiar, convidou-a para dançar. A moça não se fez rogada. Nesse rodopio constante das danças, o moço abrira-lhe o coração, dizendo que havia algum tempo que se sentia atraído por ela, em suma, estava apaixonado. E, no seguimento da declaração, perguntara-lhe se ela aceitava namorar com ele. Maria Francisca hesitou em responder depois, reflectindo no pedido, disse-lhe : - “ Você não me é indiferente mas, eu mal o conheço! “ -. Então, Alberto relatara-lhe o que havia sido combinado e aconselhado pelo José. A partir desse momento, o sonho que sustentava, tornara-se realidade...
O tempo corria veloz e os jovens, cada vez, mais apaixonados. Numa tarde amena de Primavera, Maria e Alberto conversavam animadamente, sentados sob um caramanchão, coberto de rosas trepadeiras. Ela fazia projectos para o futuro. Em dado momento, a rapariga perguntou-lhe quando é que ele a levaria a conhecer os pais, pois a partir daí, seria um passo para o casamento. Alberto fora apanhado de surpresa e, logo não lhe deu resposta. Maria apercebera-se da sua perturbação, perguntando-lhe se estava com algum problema. Ele respondera-lhe que tinha tido apenas, uma repentina dor de cabeça mas, que já estava a acalmar. E, levantando-se despediu-se dela, dizendo que depois combinariam o dia certo para a apresentar à família.
Alberto estava desorientado, não sabia o que fazer, apanhado pelo lume que o envolvia. Como iria sair dessa fogueira que ele mesmo ateara!?
Não podia voltar a vê-la!...
Entretanto, Maria Francisca estranhava a ausência de Alberto e perguntava-se: - “O que teria acontecido? Ele dizia-me que eu era o grande amor da sua vida! Seria fingimento? Não podia acreditar que se tivesse afastado dela, sem lhe dizer a razão! ” –

Por outro lado, Alberto sofria horrivelmente… Decorriam dois meses, desde o dia em que estivera com ela pela ultima vez. Não podia esperar mais tempo, por isso foi novamente falar com José, para lhe dizer o que acontecera.
Quando este o viu, ficou alarmado por ver o estado em que o amigo se encontrava. Tentou serená-lo, dizendo:
- “Não resolves nada, a sofrer dessa maneira. O melhor que tens a fazer é dizer-lhe toda a verdade. Se ela te ama realmente, embora fique furiosa, vai perdoar-te”-.
O moço aceitou o conselho, com alguma apreensão. Passados alguns dias, encheu-se de coragem, vestiu-se com a sua própria roupa, e apresentou-se humildemente à namorada. Maria ao vê-lo quase não o reconhecera, se não fora os seus gestos e a fala. Depois, ela perguntara a causa do seu mau aspecto e porque estivera tanto tempo sem aparecer.
Alberto, calmamente, narrara-lhe a triste estória; mas, se assim procedera, foi com receio de que ela não o quisesse pela sua pobreza e pediu-lhe que o perdoasse.
A rapariga ao ouvir aquele enredo, ficou desorientada, e disse-lhe que não o queria ver nunca mais. Disse-lhe ainda, que ele esteve brincando com o lume.
 Perante o acontecido, o moço não teve palavras para se defender e, consternado, foi-se embora, cheio de amargura...
Alberto ficara psicologicamente afectado, José vendo o amigo a definhar-se, resolvera tomar uma atitude, ir em sua defesa. Contactara Maria para lhe explicar que o único culpado era ele, incitando-o a tal encenação. Por isso, pedia-lhe que não destruísse um amor tão sincero e lhe perdoasse.
Depois do esclarecimento de José e de saber que o Alberto estava muito doente, resolvera encontrar-se com o namorado e dizer-lhe que o amava muito…
Quando os pais de Maria tiveram conhecimento deste desatino, opuseram-se ao enlace, pelo único motivo de Alberto ser pobre.
Os moços estavam sujeitos a sofrer a proibição ao seu amor, mesmo assim, juraram fidelidade um ao outro…
Porém as coisas mudavam de feição, a favor dos dois enamorados.
Alberto tinha um tio no estrangeiro, muito rico, solteiro e sem filhos. Ao ter conhecimento do que se passava com o sobrinho, veio em seu auxílio, para apadrinhar a união e oferecer alguns bens essenciais aos noivos para começarem a vida de casados, sem grandes dificuldades...
Assim terminava este episódio, que fora envolvido pelo lume da paixão, mas a tempo de ser apagado, para dar inicio a um lume mais ardente, o que unia dois corações, pela chama de um grande amor!...

Maria Romana