(o posto da Sacor no Patacão; foto de A. Gabadinho)
No meu tempo de rapazote, o empreendimento mais significativo lá da terra era a bomba de gasolina da Sacor , como era chamada nesse tempo ou o posto da gasolina. Depois da Sacor, havia a curva da estrada, mais perigosa quem vinha de Loulé, onde se deram alguns desastres. Depois os moços que se juntavam no Largo da bomba e mostravam as suas máquinas a pedal ou a motor. Falavam dos bailes de domingo à noite, das tampas que apanhavam e da música das tabletes.
A terra fica situada a 5 Kms de Faro, virando à direita vai dar ao Chelote, passando pelos Braciais e Mar e Guerra, se se for em frente vai dar a Santa Bárbara de Nexe e vindo de Faro virando-se ligeiramente para a esquerda vai dar a Loulé.
Eis o Patacão, a terra onde reside a menina Cristina e eu cresci.
Gente costeleta dali, eram o Custódio Julião, que jogava a ponta de lança no clube da terra, o Custódio filho do cabeleireiro senhor Serafim que reside no Canadá, onde ganhou o euromilhões, o Manuel Pires Victória e um pouco mais afastados, nos Braciais, eu, os meus primos Carlos , o Zé e o António Louro Rodrigues, a Susana Guerreiro e mais à frente o Zé Dias Rafael, o primo Joaquim e o Zé Martins Baptista e depois já no Chelote o Moreno da Marinha Mercante, que era bom no desenho e o Matinhos que foi dos primeiros a ir para Lisboa, frequentar o Instituto Industrial na Rua Buenos Aires, onde já lá estava o Bernardo Estanco dos Santos, dos Braciais, que estudava nocafé do Jardim da Estrela.
Tenho saudades da minha terra e desses tempo.
Uma vez jogámos à bola no terreno do Martinho Jacinto contra uns tipos de Faro e ganhámos três a dois e o melhor em campo foi o Zé Raimundo, que hoje explora um estabelecimento comercial ou tasca, que fica situado à esquerda, quem vem do Patacão para os Braciais, logo no primeiro cruzamento, no local onde antigamente se situava a venda do Zé Manelinho.
Na outra esquina está hoje um barbeiro alentejano.
Lembro-me do casamento do Agostinho que foi empregado na Sacor e faleceu derivado de uma infecção surgida, quando uma vez estava a encher de ar um pneu numa carroça e o aro soltou-se, vai em sua direcção e partiu-lhe o braço, foi parar ao hospital e a coisa complicou-se....
Chovia muito no dia do casamento do Agostinho..
Recordar o costeleta da noite, meu primo, bom no desenho e que foi emigrante em França, o Sebastião de Brito.
A minha terra é a minha saudade.
(continua)
texto de
JBS
Texto todo ele repleto de ternura pela terra natal, ou não fosse escrito por um Poeta!
ResponderEliminarParabéns
AGabadinho
João!
ResponderEliminarTem toda a razão AGabadinho quando diz: «o texto está repleto de ternura pela terra natal,ou não fosse escrito por um poeta!»
Parabéns e continua...
Já agora,quem é AGabadinho?Andou connosco na escola em Mar-e-Guerra, ou é do Patacão?
SMoreno
O SUCESSO,
ResponderEliminarem literatura, é quando nos chega que os outros gostam daquilo que escrevemos.
SUCESSO à parte, muito obrigado aos dois costeletas acima citados, pelo que disseram da minha escrita.
Recordo aqui que o escritor MÁRIO DE CARVALHO, recentemente galardoado, disse que anda não se sentia um escritor sénior.
Ele que é grande ...
Um escritor deve ser modesto, humilde e... ter algum talento.
Mais uma vez, obrigado.
JBS