DEDICATÓRIA AO PAI
Envolve-se-me a Vida em sombras sepulcrais;
Num cárcere me sinto, em trevas abismado...
Não cabe no infinito um grito alucinado,
E o céu é negra campa abafando-me os ais!
Versos, palavras vãs ! Quem ouve o que aqui digo ?
Quem ouve? E nem eu sei pintar tamanho horror ...
Não sei dizer, meu Pai ! em versos esta dor.
Não sei chorar-te aqui meu velho amigo. !
Treme-me a pena na mão, neste momento de acerba saudade; e aperta-se-me o coração e sinto vontade de chorar...
BERNARDO DE PASSOS nasceu em S. Braz de Alportel mas faleceu em Faro, a sua cidade, tendo a sua vida decorrido entre estes dois sítios; a sua vila natal e a cidade onde exerceu vários cargos.
Foi solicitador na sua terra e foi farmacêutico em S. Braz e em Lisboa, onde fez os preparatórios tendo sido comissário da Polícia em Faro e mais tarde, Secretário da Câmara de Faro.
Poeta contemporâneo de António Nobre e Junqueiro esteve sempre ao lado dos mais desfavorecidos. Poeta líriico que escreveu versos com a alma.
A cidade de Faro deu-lhe a mão e por isso o recordo aqui. `É um homem da cultura.
Morrem os ricos dobram o sinos
Morrem os pobres não há dobres
Que Deus é esses dos Padres
Que não faz caso dos pobres...
Poeta, uma outra forma de ver a vida ....
Texto de
JBS
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