Recordações e Casos da Vida Real
Paixão
Pudim
A
CRISTINA
Recentemente, desloquei-me ao Centro Comercial
Colombo, aqui em Lisboa e, fui agradavelmente surpreendido com um inesperado
cumprimento. Na minha frente apareceu-me uma simpática senhora acompanhada
pelos giríssimos, dois filhos, e um sorriso amável a transparecer cordialidade
e amizade.
Rapidamente reconheci a Cristina... Embora
passados uns 20 anos. Tivemos um caso desportivo. Eu, como dirigente do club do
bairro e ela na qualidade de atleta, jogadora de basquetebol.
Certo dia a minha colega de direção,
responsável pelo pelouro do desporto, por motivo de doença de um familiar,
solicitou-me ajuda no cumprimento de acompanhar as equipas nas deslocações aos
jogos. Nesse longínquo período, tínhamos oito equipas quatro masculinas e
quatro femininas. Uma das equipas a de seniores
femininos tinha uma deslocação a Torres Vedras para um jogo do campeonato
regional e lá fui eu prestar serviço de dirigente responsável. Iniciou-se o
jogo e logo fiquei surpreendido com o equipamento de uma jogadora que não
vestindo os habituais calções brancos usava uns azuis. - o equipamento normal é
camisola verde e calção branco. Chamei a atenção para o sucedido e, pela reação
das outras jogadoras, logo tive conhecimento que era normal o procedimento da
atleta, Tratava-se da melhor jogadora e gostava de dar nas ”vistas”. - Era a
Cristina.
Logo avisei que na próxima vez, ela não
jogava se comparecesse com calções diferentes.
Aconteceu que no fim-de-semana seguinte
fomos á Amadora num jogo importante e decisivo para apurar as equipar para a
segunda fase. A nossa Cristina apareceu com uns calções cinzentos e não
autorizei que jogasse. Perdemos o jogo e fomos eliminados. O treinador, aluno
finalista da Faculdade Desportiva que prestava serviços no club, achou exagero
a minha decisão e pediu a demissão. O pai da jovem, sócio antigo da
coletividade, também não gostou do meu procedimento e barafustou.
A Direção reuniu e pus o meu lugar a
disposição.
Felizmente acabaram por reconhecer a minha
razão e, nesta e outras ocasiões, fiz prevalecer sempre os valores que aprendi
com o nosso querido e amigo professor Américo.
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