«BORDEIRA, ADN DE FARO»
Sempre
Bordeira foi e é, no presente, o mais populoso sítio da freguesia rural de
Santa Bárbara de Nexe. As referências escritas à sua existência remontam a
cerca de sete séculos e, ao longo dos tempos, tem-se assumido como terra de
gente artista, empreendedora e culta. É assim uma das jóias desta coroa que é o
concelho de Faro e com um valioso contributo para a sua identidade.
A
7 de Setembro, dia maior concelhio pela elevação a cidade de Faro, reinava D.
João III «O Piedoso», foi outorgada a escritura de construção do Centro
Cultural e de Inovação de Bordeira, obra orçada em quase um milhão e quinhentos
mil euros e que, tal como o chamado «Quilómetro Cultural» hemos de considerar
com estruturas da maior valia para a pretendida realização de «Capital Europeia
da Cultura» no ano de 2027.
Trata-se
de um imóvel, com um prazo de execução de 540 dias, edifício de âmbito cultural
e recreativo. Comportará também dois novos museus, visceralmente ligados à
terra e às gentes bordeirenses, visando tal como o definido pela Autarquia
«promover e divulgar a identidade do povoado através de manifestações
artísticas - a música, o teatro e os trabalhos de cantaria». Disporá ainda de
uma zona exterior para exposição de peças da cantaria de maior porte, como o
padrão há anos efectuado por artistas nexenses para embelezar uma praça na
cidade - irmã de Hayward (Estados Unidos da América), toda ela com calçada à
portuguesa também realizada por estes genuínos artistas que, como nenhuns
outros, trabalham o calcáreo da região.
A
par desta arte da pedra surgem as charolas (cantares do Ano Novo, desde 1918 e
a gesta de grandes acordeonistas, entre os quais referimos: José Ferreiro
(pai), o compositor de «Alma Algarvia»; João Barra Bexiga, João Bexiga (pai),
Daniel Rato, António Madeirinha, Nelson Conceição e também ali residiu muitos
anos a sempre saudosa «rainha do acordeão» que foi Eugénia Lima.
Mais
que sobejas razões para reverenciarmos Bordeira como uma pedra preciosa da
coroa que é esta Terra Mãe.
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