DOIS MONUMENTOS HONRAM O MUTUALISMO NO ALGARVE
Tem profundas
raízes o mutualismo na região algarvia. Vem de séculos esta presença da
economia social e do apoio mútuo, como o atestam os Compromissos Marítimos ou
Corpos Santos, envolvendo as populações da beira mar ou os montepios e
instituições mutualistas, estas com especial relevância nos finais do século
XIX e entrando já na centúria passada.
Aliás este
pensamento das mãos unidas teve, inclusive, incidências na história do
mutualismo em Portugal, com destaque para a fundação do Montepio Geral, hoje a
maior associação mutualista portuguesa, pela intenção decidida do algarvio Francisco
Manuel Álvares Botelho, nascido em Tavira (22 de Janeiro de 1803) e falecido em
Lisboa no ano de 1875.
Em sua
memória foi erigido na sua cidade natal um monumento com o busto deste eminente
homem da economia social, oferecido pelo Montepio Geral e situado numa das
colinas tavirenses, no Alto de São Brás, junto ao templo da mesma invocação.
Outro
monumento honrando o mutualismo e sua
vivência encontra-se em Faro, junto ao edifício sede da Mutualidade Popular,
uma das grandes referências do sector no espectro português. Oferecido também
pelo Montepio Geral representa, numa modernidade conceptiva, o tradicional
símbolo do pelicano a alimentar com o seu próprio sangue, os filhos.
Localizado
na confluência das ruas Ferreira Neto e José Estevão com o Largo do Terreiro do
Bispo (vulgo Largo da Palmeira), na capital algarvia é uma estátua que
valorizou o património evocativo farense.
Também a Câmara Municipal de Faro fez
edificar um curioso obelisco na Praceta da Mutualidade Popular, homenageando
esta instituição e o eleva-do contributo da acção mutualista em prol das
populações.
JOÃO LEAL
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