terça-feira, 24 de janeiro de 2023

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL


FORÇA, ACTA!

O mínimo que se pedi era um pouco de respeito pela valiosa acção

desenvolvida e pela sularidade. Longe da capital, que continua a ser um nó

asfixiante para tudo e para todo, a ACTA (Companhia de Teatro do Algarve) foi

a última vítima assinalada dessa tutela ditatorial. Ao longo destes muitos anos

a descentralização cultural e a vivência da Arte, sobretudo, de Talma, têm

acontecido em esmagadora maioria e não só em Faro, mas por esse Algarve

em fora, pela dedicação, empenho e vivência que o grupo cénico que o Luís

Vicente dirige.

Foi com o sempre lembrado dr. José Louro, o professor bom, o homem

generoso e fraterno, o amante das artes e da democracia, que a «grande

aventura» começou, na década de setenta. Com o mestre, o ele, com o

pedagogo referido, aprendemos a ler toda a mensagem de Brecht e sobretudo

no «Á espera de Godot».

Depois veio o profissionalismo reconhecido e admirado do Luís, a sua

plena e total dedicação e o Algarve, na sua jóia teatral que é o Lethes, passou

a dispor de um elenco profissional. Era o completar de um polígono que já

dispunha do Conservatório Maria Campina, como escola de música; da CDA

(Companhia de Dança do Algarve), que o magnífico bailarino russo Eugnev

Balaiev teve a coragem de criar e da, hoje Orquestra Clássica do Sul, como

grande formação instrumental, para dotar a Região dos meios aptos a uma

política de cultura.

Agora e quando menos o seria de esperar foi este «partir as pernas» a

quem estava a andar e bem nas suas múltiplas valências.

Como cidadãos livres de um país livre não o permitiremos, nem

suportamos tal desmando. Que os responsáveis sejam chamados à pedra e

que a ACTA (Companhia de Teatro do Algarve) prossiga a sua meritória acção.

Como desde a hora primeira estamos convosco!

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