sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL


MORREU GRAÇA LOBO, A «FARENSE» NASCIDA EM LISBOA....


Chegou-nos, via internet, na rudeza e significado explícitos, a notícia

com o título acima. Deixou-nos uma das grandes figuras da «Sétima Arte», que

, embora nascida na capital, «menina e moça», concluída a licenciatura em

História, veio para Faro, onde sempre vive. Foi-o até aos 66 anos quando, após

internamento no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, faleceu a que

dedicou toda uma vida ao cinema e à sua formação pelo público, de modo

próprio as gentes novas. Nunca demos, porque nunca se punha em bicos de

pés, da grande figura que foi a primeira «Coordenadora do Plano Nacional de

Cinema», funções que desempenhou com o mesmo acrisolado interesse com

que fazia todas as missões que lhe eram confiadas.

A dra. Maria da Graça Silva Lobo nasceu em Lisboa há66 anos e veio

para a nossa cidade, a que se amarrou o resto da vida, exercer o ensino. Foi-

lhe confiada, pelos Ministérios da Cultura e da Educação, a coordenação e

implementação do recém-criado «Plano Nacional de Cinema». Cineclubista da

mais fina água, deu importante contributo em funções directivas no Cine Clube

de Faro (criado em 1952) e que tem sido um dos mais sólidos agentes culturais

da capital sulina.

Dela foi dito: «A morte de Graça Lobo representa a perda de uma

grande figura de dimensão nacional». No seu percurso escolar recordamos o

mestrado alcançado ao defender a tese «Gestão cultural para a formação de

público para o Cinema» e a criação, na Direcção Regional de Educação

Algarve, do programa «Juventude - Cinema -Escola», havendo sido professora

convidada da prestigiada Universidade do Algarve, onde leccionou sobre a

«arte do celulóide» de 1994 a 2001. No ano de 2019 ingressou na Direcção

Regional de Cultura do Algarve, onde para além dos serviços educativos,

implementou o programa «HArPA: histórias, artes e património do Algarve».

«Morreu a «algarvia» Graça Lobo, uma senhora que fez uma opção e

ganhou o direito a ser uma farense de corpo inteiro.

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