segunda-feira, 1 de setembro de 2025

CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE

O CANAL E A BARRA DA FUSETA

      Estes foram, desde sempre, dois problemas da «Noiva Branca do Mar». Com efeito ao longo de muitas décadas a mobilidade da barra e o assoreamento do canal de acesso à lota da Fuseta constituíram problemas vitais para aquela freguesia piscatória, sobretudo no que respeite a vidas e embarcações.
        Jamais esqueceremos um naufrágio com uma pequena lancha ocorrido na referida barra, com uma vítima mortal e assistido em directo.
        A mobilidade das barras algarvias é bem conhecida e observada, com rigoroso estudo, tanto quanto o permite a «dança» das mesmas e da autoria do engenheiro Bivar em obra publicada no século passado.
        Fomos da opinião que, no caso da barra fusetense, a melhor solução seria o canal navegável entre a barra do porto comum Faro / Olhão e a lota daquela vila marinheira. Mas quem o somos para opinar sobre difíceis questões de hidráulica marítima sem qualquer formação técnica para o efeito?
        O Secretário de Estado das Pescas, Salvador Mauro, em visita a este Concelho anunciou a realização de obras de dragagem e de aprofundamento do canal de acesso à lota da Fuseta, com deposição das areias extraídas nas Ilhas / Praias. De um total de 6 milhões de euros a aplicar em diversas obras no litoral algarvio uma parte destina-se á tarefa a executar na Fuseta, numa perspectiva económica (pesca e turismo) e de protecção das vidas e embarcações dos que ganham, com estoicismo, o «pão nosso de cada dia» nas aguas do Atlântico.
        Ainda hoje a lota fusetense, volvidos os ricos anos das pescas em Marrocos, movimenta por ano entre 1,5 a 2 milhões de pescado, capturado pelas mais de 200 embarcações registadas naquela Delegação Marítima.
        Obras pois da maior importância para aquela Vila, terra dos heróicos pescadores bacalhoeiros.

                                                   JOÃO LEAL

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