quinta-feira, 3 de setembro de 2009

OS BONS PETISCOS

“O Berbigão” (1)

Por Alfredo Mingau

Hoje resolvi projectar a minha escrita para este delicioso marisco.
Recordar o belo berbigão da nossa Ria Formosa.
Era assim, segundo me conta o “Moce”; já repararam que eu apelido todos os meus informadores com este pseudónimo? Eu, também, estou no grupo deles.

Geralmente era ao Domingo. O “Moce pedia ½ tostão à mãe; pegava no cabaz “tipo lancheira”; deslocava-se à rua da Barqueta, em Faro, e comprava ao senhor Manjua, o cabaz cheio, com aquela importância. Berbigão da nossa Ria Formosa.
Podem crer que o cabaz, segundo “o Moce”, tinha capacidade para cerca de 5 quilos.
À tardinha, preparava o fogareiro a petróleo, colocava uma chapa em cima, metia ar dentro do fogareiro, colocava o berbigão na chapa e, sentado em frente ia-se regalando à medida que abriam.
Hoje, poucos têm fogareiro a petróleo e, os que o possuem, não os utilizam.
Uma delícia para fazer crescer água na boca a todos os que me lêem.
O pãozinho caseiro e o imprescindível copo de vinho tinto, naquele tempo feito “a martelo”. O Júlio da Nortenha era um especialista e fazia vinho delicioso.
Costeletas, vai um berbigão!? Podemos combinar uma "vila" de berbigão...
Inté
(1) O Dr. Cândido de Sousa dizia-me: é o único marisco que não faz mal. Tem mais vitamina C que a laranja.
Recebido no mail da Associação e colocado por Rogério Coelho

LANÇAMENTO DE "O LIVRO"

Convidamos...

Apresentação do Livro de Memórias do Professor Franklin Marques
“O LIVRO”
Apresentação da obra a cargo de Mário Zambujal
Edição Câmara Municipal de Faro / Associação Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira
05 Set. _ 21h30
Biblioteca Municipal de Faro
Um lugar de encontro...sempre!

UM TEXTO... DIÁRIO, SEMANAL, MENSAL... OU DE VEZ EM QUANDO

Jorge Tavares


RECORDAR CIDADÃOS FARENSES.


A "instituição" Aliança, representou durante muitos anos um ícone da nossa cidade. José Pedro da Silva, que era dono do Café Aliança, da Mercearia Aliança e do Hotel Aliança ( hoje Hotel Faro ), conseguiu ao longo dos anos, formar profissionais, que marcaram o futuro da vida económica da cidade. Recordo alguns:

- Joaquim das "iscas", que foi profissional do Hotel, e posteriormente abriu o seu Restaurante, a que deu o seu nome, famoso pelas "Iscas com Elas" e "Cataplana de peixe".

- Gabadinho e Guerreiro, de caixeiros da mercearia a seus proprietários, transformaram-na num estabelecimento conhecido por todo o país, pela qualidade dos seus produtos e em particular, pela belíssima confeitaria regional.

- Sérgio e Glória, profissionais do café, posteriormente seus proprietários e que mantiveram ou ampliaram a qualidade do serviço prestado por esta "instituição".

Qualquer destes profissionais/proprietários, seguiram a conduta do mestre, formando também os seus belíssimos profissionais.

O Café Aliança, pela sua frequência e dimensão foi mais propício a pequenas histórias.

Os dois proprietários, ocupavam o lugar por detrás do balcão, dando seguimento aos pedidos dos empregados de mesa - O Sr. Chumbinho, com os seus cabelos brancos e o seu porte, lembrava um mordomo duma casa nobre. O Sr. Manuel, de estatura pequena mas duma eficiência e delicadeza fora do comum, a todos deslumbrava. "Setúbal", mais tarde empregado do Café "A Brasileira", era o empregado da juventude.
Finalmente o sr. Cabeleira "Cepias", ainda vivo, tinha um sentido de humor finíssimo, era a "estrela da companhia".
Na rotina diária do Café Aliança, os clientes sentavam-se, faziam o pedido ao "Cepias", e este prontamente executava. Quando queria a conta, o cliente chamava-o e o "Cepias" correspondia: Fazendo-a com lápis na bandeja e informando o seu valor, seguia-se uma pausa, que antecedia a sua característica frase "MAS NÃO ESTÁ INCLUÍDA, A GENEROSIDADE DE V. EXª.", que Certamente perdura na memória de quantos por lá passaram.

Não termino no entanto, sem outra pequena história.
O açúcar para o café, era servido avulso e em açucareiros. O Sr. Glória, um dos proprietários daquele espaço, tinha muita falta de ouvido e era tido como homem de poucos gastos e tipo "Tio Patinhas". No seu posto de observação, por detrás do balcão, estava sempre atento a tudo, particularmente ao consumo de açúcar. Este pormenor não passava despercebido aos cliente habituais. Determinado dia, servido o café a um cliente habitual que ocupava a mesa dos industriais, intencionalmente este começou a pôr açúcar e mais açúcar sem parar. O Sr. Glória não aguentou. Saiu do balcão dirigiu-se ao cliente, e com a voz anasalada, própria da falta de ouvido, disse: "Porra, não chega já de açúcar?" O cliente olhou-o, agarrou na colher de café, meteu-a na chávena, e como não ficou direita, e tombou, respondeu-lhe: "Veja isto Glória, ainda não fica de pé". Risada geral....

Jorge Tavares

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Recebido e colocado por Rogério Coelho

A MINHA POESIA

(Santo Antero, poeta)

Estou a preparar um livro de poesia com o título SEM POEMAS, para lançar em Dezembro deste ano. Os poemas estão feitos, em modelo de soneto, mas não são sonetos porque não respeito a métrica nem sei.

A minha poesia contem mensagem, ritmo, melodia e rima.

Aí vai uma amostra,

POEMA A UM AMIGO

(Para o Zé Vitorino Neves do Arco)

Velho companheiro de antigamente
Que da tua vida nunca disseste nada
Nem onde paras nem onde a gente
Te encontre para uma almoçarada

E seria tão bom encontrar-te ó Zé...
Saber de ti e ver-te nesse ar de atleta
Fraco é certo, mas aluno sempre de pé
Só para ver quem te lixava a bicicleta

E passavas os anos dentro do possível
E ficaste a saber que um deles era o Anibal
Que às vezes ia dar uma volta na máquina.

Parece que foste parar a Mafra ao BNU
Aparece rapaz e diz-nos como é que tu
A andar de bicicleta tinhas tanta prática.

João Brito Sousa
PS - Quem leu o DN de hoje, página 50, deparou-se com esta frase do cavaleiro tauromáquico José João Zoio: "Ser cavaleiro é uma forma diferente de ser poeta"

Eu acho que por aqui talvez se possa alcançar o que é isso de ser poeta.