sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É AMANHÃ À NOITE FRANK


MEU CARO AMIGO

Quando eu cheguei à Escola em Outubro de 1952, já lá andavas nas tuas lides da Mocidade Poruguesa e logo nesse ano, tomei contacto contigo, quando foi preciso envergar a farda, para fazer um desfile não me lembro já para onde.

Há tantos anos meu caro Frank.

Hoje, por motivos de homenagem, volto a recordar-te como costeleta de elite, muito badalado lá em casa, pois eu estava hospedado na residência da Natércia Pires Correia que à época namorava com o Xico Zambujal e era colega de turma da tua esposa.

Fiz uma boa amizade contigo e tínhamos amigos comuns. Foste tu meu caro Frank que me contaste a história do Marreco ( com todo o respeito) que tinha banca de engraxador no jardim ao pé da doca.

Conheço um pouco do teu amor à poesia, à música e à dança e algumas daquelas cenas do 2º 4ª, com o Zé Clérigo do Passo, com os manos Molarinho, o Zé António, os Zambujal, o Casimiro de Brito, o João Leal e outros.

Tinha prometido ao nosso Rogério que estaria aí amanhã às 21 e 30 na homenagem, digamos assim, que te vão prestar. As coisas modificaram-se e não vai ser possível.

Mas, neste espaço costeleta, quero manifestar o meu regozijo pela justiça do reconhecimento público que vai ser prestado pela cidade que te viu nascer, que, por essa via, vai perpetuar a tua obra, o teu carácter e a grande amizade que dedicaste a todos nós.

Aceita estas palavras como sintoma de uma grande amizade e respeito.

Viva o Frank.

João Brito Sousa

PESCA NA PRAIA DE FARO

Um Conto de Alfredo Mingau

Neste meu “prefácio”, não pedi a ninguém que o fizesse, gostaria de afirmar que é bastante fácil escrever estes pequenos “Contos de ficção”. Basta “inventar” uma situação. Depois, dar-lhe corpo e expandir, para não ficar resumido a meia dúzia de linhas. Por outro lado, não convém dar largas à imaginação para que o corpo do texto não fique longo, portanto, maçador. Pode ser que, com este prefaciado, venham escritores para este nosso Blogue. É necessário! Colaborei com 9 crónicas, e 9 contos a que interpretei como de “ficção. Na realidade apenas o conto DUETO é imaginativo, todos os restantes são verídicos. Aconteceram. Gostaria de afirmar, no meu ponto de vista, que a escrita é inesgotável e que a imaginação não tem limites. A aventura do Alves de Sousa a saltar nú pela janela, como conta o Costeleta Maurício, não é uma história isolada…dará para uma próxima…!
É minha intenção de por um ponto final… e aguardar pelo parágrafo; se for caso disso.
Gostei muito de ter colaborado. Venham outros!Um abraço para todos. Até sempre AM amingau09@gmail.com
O LINGUADO
Por Alfredo Mingau
O “Moce” gostava imenso de pescar. Tinha um barco, que não era propriamente dele, com motor de bordo de cinquenta cavalos, e, com ele, saia a barrinha da Praia de Faro para ir pescar ao largo da costa, na pedra, como diziam todos os pescadores que se dedicavam, desportivamente, a este género de pesca com cana. E, na gíria dos pescadores, era normal apanhar um “chibo”. Mas o vício fazia-o lá voltar. Existem muitos Costeletas na arte de pescar. Todos os pescadores desportivos são os maiores mentirosos. Que me desculpem todos os pescadores que me lêem.
E o “Moce” também gostava de pescar na Ria Formosa, principalmente à noite, com o candeio de um “petromax”, passe a publicidade, na apanha de chocos com a fisga. Pesca considerada proibida.
E naquela noite, o nosso pescador, porque a maré estava na baixa-mar, pegou na fisga, no balde, acendeu o petromax e meteu os pés dentro da água da ria. Porque estávamos na época balnear, a água encontrava-se a uma temperatura agradável. E começou a pesca utilizando a fisga que tinha um cabo e cerca de cinco dentes, com farpa na ponta, parecidos com anzóis grossos mas direitos.
E a pesca foi dando os seus frutos, um choco aqui outro acolá e, de vez em quando, um linguado. E, foi, o que poderia ser um linguado, que estragou a pescaria naquela noite.
- Cá está outro linguado, pensou ele.
Fez pontaria com a fisga e zás! O linguado era o seu pé…um grande berro de dor se repercutiu na noite. Não tinha ninguém que lhe acudisse. A dor era enorme porque não podia tirar a fisga devido as rebarbas nas pontas que tinham atravessado o pé. Gritou! Dritou!
Valeu-lhe a passagem de um pescador que seguia para a faina na sua lancha e, ao ouvir os gritos se aproximou.
- Homem, como raio é que fez isto?
- Parecia um linguado, respondeu chorando de dor.
O pescador, com as ferramentas que tinha na lancha, conseguiu partir as pontas da fisga no encaixe que, sendo de aço, não dobravam e se partiram
E o nosso pescador furtivo, com o pé entrapado, lá conseguiu chegar ao Hospital da cidade, onde foi tratado.
E não julguem que isto lhe tirou a vontade de pescar… nem por sombras!
Os “mentirosos” voltam sempre ao local da “mentira”.
A praia de Faro era o local ideal para este género de pesca. Já não é; a polícia marítima, nas suas rondas pela noite, faz a fiscalização da Ria Formosa.
Recebido no mail da Associação e colocado por Rogério Coelho

FALECEU O GRACIANO BOTA

FALECEU O GRACIANO BOTA, irmão do costeleta ALBERTINO BOTA e esposo da costeleta MARIA DA GLÓRIA MADEIRA.

À família, os costeletas apresentam sentidos pêsames.

Sei que o funeral é hoje não me recordando a hora nem local.

Sentidas condolências.

Texto de
JBS