No passado sábado, o Diário de Notícias publicou na sua revista - NS - uma entrevista com um dos nossos: O costeleta Mário Zambujal.
Deliciei-me com a sua leitura. O MZ é de facto um costeleta de referência, cujo carácter tenho de enaltecer.
Nas suas respostas, a humildade é factor dominante. O Mário é um homem culto, inteligente, conhecedor da vida, vivido, contudo a simplicidade está patente em todos os actos da sua vida.
Obrigatoriamente tenho de transcrever alguns excertos da entrevista, pela beleza das suas respostas:
- "... Não esqueço nunca que um livro é um acto de comunicação. E se há coisa que fiz na vida com inteiro prazer foi comunicar, desde a prosa de um jornal até à história que contei à minha filha...""...Sou um homem de contradições. Posso ser um piegas e chorar, posso apaixonar-me por causas, fazer tudo por um amigo. Cultivo muito o estatuto da amizade, mas posso estar em total oposição a um amigo e defender as ideias de um tipo que não me diz nada. Por exemplo, sou Presidente do Clube de Jornalistas e não tenho nada de corporativo. Até acho alguns jornalistas umas grandes encomendas..."."...O primeiro dinheiro que ganhei na vida foi a escrever poemas, quadras e sonetos, que vendia aos meus colegas para eles darem às namoradas. ....Também cheguei a vender aguardente de bagaço..."."...Publicar é tornar público.
Recordo sempre um comentário de um professor da Universidade de Coimbra que se tinha divertido tanto a ler a CRÓNICA DOS BONS MALANDROS, que a lera duas ou três vezes. Mas o gajo que me lavava o carro, o Senhor Aníbal, dissera-me o mesmo. É o maior prazer que me podem dar...".
A família e a nossa escola, foram os alicerces da educação, da verticalidade, e do saber do "nosso" Mário.
Como ele, tantos outros costeletas de que nos podemos orgulhar. Nem todos serão este exemplo, mas ainda assim, embora conhecedores dos seus defeitos, é nosso dever, continuar a afirmar: " Este é um dos nossos. É um costeleta!".
Jorge Tavares
costeleta 1950/56