quarta-feira, 2 de outubro de 2019



COSTELETAS CUJA LEMBRANÇA É UMA SAUDADE

O LADARI

Nunca lhe soubemos o nome completo, nem a terra de origem ou outros dados biográficos pessoais. Sabemo-lo sim, com gravação perene na saudosa lembrança, nesse álbum afectivo admirável que foi sendo construído, página a página, ao longo de mais de oitenta anos e que hoje, ao desfolharmos lembrança a lembrança nos transporta todo um mundo de recordações que se reavivam, se vivificam e nos dão o testemunho inequívoco duma solidariedade, como das maiores riquezas e únicas que vida nos deu.
                         É assim com o Ladari, esse moço meio filósofo, à Pascoais, meio moço irónico à Eça, que andou connosco aqui na Tomás Cabreira, ainda que não pertencendo à nossa turma ou ano, pela diferença de idade, já que era mais novo do que nós. Lá vinha do seu lar, a Casa dos Rapazes, essa prestante instituição criada na década de 40 e que foi alfobre de tantos e denodados «costeletas», com a farda cinzenta do oficial Instituo D. Francisco Gomes do Avelar, com o seu passo miúdo, mas decidido. Que saudades temos de lhe gritar «Ladari, Amigo!».
        Frequentou o Curso Geral de Comércio e fez carreira profissional no ramo de seguros, nurn escritório propriedade do srGirão em plena Avenida da República e no cruzamento coma Rua Gil Eanes (Rua da Parreira), em plena Ribeira.
Tinha o vício da leitura e estou a vê-lo à mesa de um dos cafés de então com um jornal diário a debruçar-se, atentamente, sobre temas múltiplos.
Desta feita e neste espaço de «Costeletas cuja Lembrança é uma Saudade» duas lágrimas rebeldes, prenhas de recordação e lembrança, aconteceu o Ladari !
                            JOÃO LEAL