EM FARO
FEIRA DE SANTA IRIA DE 18 A 27
DE OUTUBRO
A partir de 6ª feira ( dia 18)
e prolongando-se até 27 de Outubro, decorre no Largo de São Francisco a multissecular
Feira de Santa Iria, que muitos historiadores situam-se o seu início antes de
1596. Isto porque foi neste ano que o Rei Filipe I, que inaugurou a Dinastia
Castelhana (1580 í 1640) lhe atribuiu a «franquia», concedendolhe o
estatuto de «Feira Franca» e sendo uma das mais antigas do Algarve. Deve o seu
nome ao facto de O,- durante séculos, «Dia de Feira» ser a 20 de Outubro,
consagrado no calendário litúrgico a Santa Inês, oriunda de uma nobre família
de origem grega, que nasceu, viveu e morreu em Nabância (imediações da cidade
de Tomar) e que foi, segundo a lenda, assassinada, por uma questão amorosa e
cujo corpo foi lançado ao Rio Nabão, donde seguiu para o Zêzere e ficou para
sempre nas areias do Rio Tejo.
Ainda que com
enormes diferenças das edições não apenas de antanho, mas mesmo do século
anterior o certame mexe com a cidade, confere-lhe um ambiente diferente e cria,
sem dúvida, essa estranha e aliciante vivência ferial. Com uma apelativa
apresentação e organização, são muitos e muitos os milhares de visitantes, não
só farenses mas de toda a região e mesmo do Alentejo, que ali se deslocam
nestes dias e feiras.
Já não existem os circos,
que se chamavam de «barracões» ( o Luftman, o Cardinali, o Royal, sei lá que
mais, até, mais hoje, ao «Dallas» dos meus amigos Isaac e de seu filho Renato)
que muitas vezes faziam o chamariz de «Dama e Cavalheiro»), nem o «serrobeco»
para confecionar japonas e outros trajes das gentes marítimas; o «Rolim»
grande casa de pasto, que até tinha espaço para jogar à malha e ao burro, junto ao Palacete Belrnarço, que foi
abaixo para desobstruir a muralha da «Vila-a-Dentro» ou a «Corredoura» {negócio de gado que então se fazia num dos subúrbios da cidade...
em São Luís. Mas existe, indubitavelmente que se vive, este clima próprio de
feira, a mais que não seja pelas farturas, que então se chamavam de «charingos,
ou as castanhas ou os queijos, presuntos, leitões ou paios.
A «Feira de
Santa Iria» aí está um ano mais. A precisar de modernização e de inovação,
apostando nesta premissa. Mas até leitor, leitor amigo, goze a Feira, que ela o
espera!
Joáo Leal
Joáo Leal
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