COSTELETAS CUJA LEMBRANÇA É UMA SAUDADE
O LADARI
Nunca lhe soubemos o nome completo, nem a terra de origem ou outros
dados biográficos pessoais. Sabemo-lo sim, com gravação perene na saudosa
lembrança, nesse álbum afectivo admirável que foi sendo construído, página a
página, ao longo de mais de oitenta anos e que hoje, ao desfolharmos lembrança
a lembrança nos transporta todo um mundo de recordações que se reavivam, se
vivificam e nos dão o testemunho inequívoco duma solidariedade, como das
maiores riquezas e únicas que a vida nos deu.
É assim com o Ladari, esse moço meio
filósofo, à Pascoais, meio moço irónico à Eça, que andou connosco aqui na Tomás Cabreira, ainda
que não pertencendo à nossa turma ou ano, pela diferença de idade,
já que era mais novo do que nós. Lá vinha do seu lar, a Casa dos Rapazes, essa
prestante instituição criada na década de 40 e que foi alfobre de tantos e
denodados «costeletas», com a farda cinzenta do oficial Instituo D. Francisco
Gomes do Avelar, com o seu passo miúdo, mas decidido. Que saudades temos de
lhe gritar «Ladari, Amigo!».
Frequentou
o Curso Geral de Comércio e fez carreira profissional no ramo de seguros,
nurn escritório propriedade
do sr. Girão em plena Avenida da República e no cruzamento coma Rua Gil Eanes (Rua da
Parreira), em plena Ribeira.
Tinha o vício da leitura e estou a vê-lo à mesa de um dos cafés de então com um jornal
diário a debruçar-se, atentamente, sobre temas múltiplos.
Desta feita e neste espaço de
«Costeletas cuja Lembrança é uma Saudade» duas lágrimas
rebeldes, prenhas de recordação e lembrança, aconteceu o Ladari !
JOÃO LEAL
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