COSTELETAS
CUJA LEMBRANÇA É
UMA SAUDADE
CRUZ
AZEVEDO,
JORNALISTA E
REGIONALISTA
«Foi um dos espíritos mais regionalistas do Algarve». A afirmação, que
a lemos algures, sintetiza bem o que foi a
vida longa deste ilustre algarvio, que amou até à devoção a terra mãe e nela realizou uma obra
singular de dedicação, vivência e servir. Porque esta foi uma das grandes
matrizes deste singular jornalista que vivia, instante a instante, o seu tempo
e o seu mundo, fazendo a notícia, a reportagem, o louvar para quando isso era caso ou a crítica honesta e justa,
quando o assumo o motivava. Natural de Alcantarilha (Silves), onde
nasceu no ano de 1890, Joaquim da Cruz Azevedo tomou a simplicidade como um
caminho natural e que sempre o prosseguiu e o servir a comunidade dos homens
seus irmãos como um dever e uma via. Em 1919 vimo-lo como aluno da Escola Pedro Nunes
antecessora da Tomás Cabreira e
presidindo à Associação
de Alunos, com diversas e assinaladas iniciativas de carácter pedagógico,
cultural e educativo que, embora jovem, certificariam a sua existência pela
vida em fora. Assim é que, em 1932, por sua iniciativa e elevados empenhos e custos, ergueria em Faro (Jardim Manuel Bivar)
o monumento ao poeta e pedagogo Messinense João de Deus. O busto
foi da autoria desse notável artista escultor Tomás Ramos, nosso vizinho, na
Rua do Forno e o a estátua foi «erigida pelas crianças das escolas de.
Portugal». Mas quem o pagou em grande
parte foi o professor e jornalista Cruz tirando grossa maquia dos ordenados parcos seus e de sua esposa, Durante décadas com Inexcedível dedicação e empenho,
o que podemos comprovar, de modo próprio durante a nossa vivência no concelho
de Olhão, foi o Redator regional dos desaparecidos diários “O Século» e “O Comércio do Porto”, numa
altura em que nós exercíamos identicas funções no “Diãrio de Notícias” e no
“Primeiro de Janeiro”. A despeito da como que rivalidade existente entre os
referidos jornais sempre as nossas relações, vividas sob o signo da lealdade,
isenção e honestidade, foram de verdadeiros amigos, como efetivamente sempre o
fomos. Colaborou ainda em muitos outros órgãos
de informação («Folha do
Domingo», «O Algarve», «Folha de Alte»,
etc.). Curiosamente e ainda no cinema
mudo realizou uma longa metragem, intitulada «Algarve», dando a conhecer as
belezas naturais da Região. Não sabemos, se existe cópia do mesmo na Cinemateca
Nacional, mas bom seria que averiguações acontecessem e, em caso positivo, uma cópia fosse
depositada no Museu Regional
(Pontinha), Este lait-motiv de trabalho
em prol e pelos outros, sobretudo pela província natal, foi um ADN deixado aos
seus familiares de modo próprio a seu filho Helder Azevedo, um verdadeiro
artista fotogrãfico a quem se deve o espólio existente no Museu Etnográfico
Regional do Algarve e que foi um precioso auxiliar na concretização do mesmo do
notãvel pintor e cineasta farense Carlos Porfirio. Tal sucedeu também com seu
neto, o Engenheiro Bruno Lage, actual presidente da União de Freguesias da Sé/Sáo Pedro
(Faro). “Quem sai aos seus... “. Durante as últimas décadas de vida viveu em
Olhão, terra que muito amava e respeitou…
João Leal
João Leal
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