terça-feira, 11 de março de 2008

POETA E PROFESSOR COSTELETA


POEMAS


DO Dr. ZÉ DE SOUSA UVA

Dos olhos negros, serenos,
Languidamente quebrados,
Sei extrair uns venenos
Para dar aos namorados

Guerra Junqueiro


GLOSAS

Afirma o nosso doutor
Não virmos dos sarracenos;
De onde te vem o fulgor
Dos olhos negros serenos?

Pois não são de puro árabe,
Profundos, apaixonados,
Esses teus olhos de Cárabe
Languidamente quebrados?

Tenho a certeza, meu amor,
Não fazem isso por menos!
Dirão que de tudo eu
Sei extrair uns venenos..

Não tenh’ artes de demónio,
Versos com fins reservados;
São quadras de Santo António
Para dar aos namorados

Zé Uva (Dr)


O Dr. UVA, visto pelo poeta e costeleta
CASIMIRO de BRITO

“Ele entrava na sala com um passo ligeiramente pesado, com o seu ar bonacheirão aliviado por um sorriso prazenteiro.

Era o Dr. Uva

O rumorejar cessava cerce e o silêncio que se fazia não era bem igual ao que os outros professores, menos previsíveis, impunham – ninguém ali, tinha receio de ser apanhado por uma falha na “matéria dada”; nem corria o risco de ser chamado `a pedra; ninguém precisava de cábulas nem estava sujeito ao chumbo. Era o porreirão do doutor Uva, esse que, afinal, para usar a expressão em voga na altura, não era tão banana como isso. Era isso sim um pedagogo de primeira água.


Publicação de
João brito SOUSA

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