domingo, 25 de outubro de 2009

BILHETES POSTAIS ILUSTRADOS

Os espaços urbanos evoluem lentamente.
O registo da transformação de toda uma área delimitada por ruas, jardins ou praças, evidencia-se e acentua-se melhor, quando nos cruzamos com um antigo Bilhete Postal Ilustrado, que um mero acaso nos fez encontrar no fundo de um qualquer baú, descoberto por entre teias de aranha, num escurecido e esconso canto de um velho sótão.
Eles não só historiam a evolução do espaço urbano; aquela rua, aquela janela, porta, ou ainda aquele resistente banco de jardim, mas também nos transportam a um passado, por nós intensamente vivido e que só agora mais amadurecidos, tomamos consciência, que a adolescência e a sua ingenuidade, tornavam imortais, aqueles efémeros momentos.
Essa frustrada imortalidade, faz com que eu os contemple com um comovente encanto.
Que pormenor encerra este postal, que nos conduz a um velho amigo costeleta, que, infelizmente já não se encontra entre nós?
Qual a particularidade que o faz recordar?
Quem era o costeleta?
Jaime Cabrita Reis

6 comentários:

  1. ALÓ JAIME,

    MOCE, BOM DIA.

    Viva.

    Ora aqui está o que se pode considerar uma contratação de luxo: O JAIME REIS assinou pelos costeletas.

    Ès incontestavelmente um dos nossos.

    Pelas evocações que escreves, pelo que sabes, pelo amor à camisola costeleta que passaste a envergar desde o momento em que foste ao nosso almoço anual.

    A meu convite... mais ou menos.

    Num certo sentido tive algma coisa a ver com a tua estada aqui.

    Ainda bem que vieste.

    Porque eu acho bonito esta aproximação. Unidade sim.

    Eu fui ao almoço dos bifes pela tua mão. Quem diria ...

    A tua comunicação vem tornar-nos meninos.

    Era ali no café Coelho que a minha mãe me comprava um bolo de arroz por um escudo, tinha eu para aí dez anos ....

    In illo tempore, saudade, sim.

    Quanto ao costeleta que falas será o filho do dono do café?

    Aceitam-se outros palpites e comentários.

    Um abraço com amizade do
    João Brito Sousa

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  2. Caro Jaime Reis.

    Os meus cumprimentos.
    É com muita saudade que recordo o
    espaço que o postal nos mostra,
    especialmente a Leitaria, a depen-
    dência da EVA e Sotavento, onde
    se faziam os " Despachos" de
    pequenas encomendas, se compravam
    os bilhetes e, com a sala de espera
    ao lado, aí aguardávamos a chegada
    das camionetas.
    Durante a 2ª Grande Guerra ,não
    havendo gasolina,nem gasóleo, era
    nesse espaço em frente que os
    condutores e cobradores atestavam
    as cremonhas de lenha e água antes
    das partidas, levando ainda uma
    reserva de lenha e água para a
    viagem. O "Gáz Pobre" não
    permitia grandes velocidades.

    No vélho portão, onde os homens
    do mar armavam banca, uma tosca
    mesa de madeira que se mantinha
    todos os dias, compravam-se "bocas"
    e camarões pequenos, apanhados na
    Ria e nas comportas das salinas .
    Depois era ir até à esplanada do
    Aliança beber uma cerveja com o
    saboroso marisco.
    Era uma "estravagãncia" da malta
    pouco endinheirada.

    Um abraço do MAURICIO S. DOMINGUES

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  3. Olá Jaime,

    Comungando tudo o que já foi dito sobre o teu texto, vou tentar advinhar de quem era a pastelaria.
    Café Madeira, que mais tarde se dedicou à indústria sorveteira.
    O João falou no Café Coelho, pai do costeleta Coelho, ex-Banco Pinto e Sotto Mayor. Esse café começou a sua actividade no quarteirão de casas que antecedeu a Caixa Geral de Depósitos, e posteriormente instalou-se na zona da foto, mas no gaveto, e com entrada tambem para a Rua Conselheiro Bivar.
    Não sei se o Manuel Madeira andou na Escola, e o filho porque é muito mais novo do que nós, pertence a outra geração.

    Um abraço e confirma
    Jorge Tavares.1950/56

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  4. Estimado Jorge Tavares,

    Ohi...

    Esse costeleta, ex BPSM é mais do teu tempo do que do meu.

    Apenas ouvi falar do Vergílio Coelho, não estou a vê-lo, tu certamente sim, deves lembrar-te dele.

    Manuel Madeira? Nah... não topo.

    Giro, essa coisa do café começar onde era a CGD...

    Vai cinco tostões de camarões?...

    Ab.
    JBS

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  5. Jorge, então tudo bem?
    Saúde da Boa?
    Oxalá que sim.
    Efectivamente, naquele local, conheci como dizes, o Café Madeira com um dos melhores sorvetes da cidade, pedia meças ao bom gelado da Brasileira.
    Igualmente recordo o Café Coelho, pai do Virgílio, costeleta como vós.
    Referia-me ao Virgílio e ao café do seu pai.
    Abraços
    Jaime Reis

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  6. Caro Maurício
    Retribuo os seus cumprimentos.
    Fico-lhe grato, por ter completado de forma pormenorizada o que era a vida no espaço que evoquei.
    Sinceramente gostei de recordar o termo Leitaria que utiliza no seu comentário.
    Reconheço que, por força de algum "crash do meu disco rígido" já aquela expressão tinha sido enviada para a "lixeira".

    Um abraço.
    Jaime Reis

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