COSTELETAS CUJA LEMBRANÇA É UMA SAUDADE
ALZIRA
MARIA ROCHA LEAL CARNEIRO
Para além das imponderáveis
razões de solidariedade costeletiana prende-me à saudosa Alzira uma fraternal estima de primos
irmãos, que quase na realidade irmãos o éramos, porque ela nasceu em minha casa
de então (Rua Infante D. Henrique, nº 11, ao lado do «Augusto Vieira dos Ramos»
e frente ao «Grande Hotel» e connosco viveu muitos anos. Nascida a 1 de Junho
de 1948, moça alegre e concentrada, companheira querida, fez o Curso de
Formação Feminina na nossa Escola e enveredou depois pelo desempenho de funções
administrativas em firmas da cidade. Casou com o Major Octávio Carneiro, na situação
de Oficial na Reserva, faleceu, vítima de pertinaz doença, com apenas 63 anos,
a 6 de Janeiro de 2011, constituindo o seu funeral, que se efetuou para o
Cemitério da Esperança, em Faro, uma sentida manifestação de pesar. Era
extremosa Mãe de Abílio Carneiro e da Ora. Rita Carneiro. Simples, amiga de
todos, a Alzira constitui uma costeleta e uma prima a quem votamos uma profunda
saudade.
«COISAS» DA TOMÁS CABREIRA
O MAESTRO SR.
SARAIVA
Aconteceu ali no pátio da
Seção Industrial, no Largo da Sé, numa 4ª Feira ou Sábado, á tarde, que eram os
dias em que decorriam as obrigatórias atividades da Mocidade Portuguesa.
Talvez nos idos anos de 1951 ou 52 ... Desta feita o horário era preenchido com
aulas de Canto Coral, regidas pela Maestro Sr. Saraiva, ao que creio um
Sargento do Exército, na Reserva. Morava ali na Rua Lethes, no sentido
ascendente para quem vai para o histórico teatro e era casado com uma das duas
irmãs que tinham uma afamada pastelaria na Rua de Santo António, onde, mais
tarde, funcionou a Papelaria Artys, do António Capela. Tinha Mestre Saraiva
uma descendente, nossa colega, a Inês, dotada de grande beleza e que casou com
o também nosso colega António José Manjua da Rocha, que desenvolveu a vida
profissional de bancário em Lisboa.
Naquela tarde, assim a
anunciar chuva, o Sr. Saraiva, resolveu fazer um coral e chamou, perante os
aplausos da «maralha», o LUÍS Alberto Rosa da CUNHA, moço circunspecto e
atilado, dos maiores valores intelectuais e cívicos da nossa geração. E lá começou,
com grande desafinação e o ar compungido do atónito solista a canção «O mar
está bravo e as ondas a bater/ O mar está bravo meu amor vem ver». Só que após
o solo e com as bátegas a caírem a malta respondeu: «O mar está bravo e as
ondas a bater / O mar está bravo e já está a chover». E perante o ar insólito
de Maestro e do Luís Cunha, postados no centro, junto á fonte, todos «batemos a
asa» em procura de abrigo.
JOÃO LEAL
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