Nos últimos dias tenho estado mais
atenta que nunca ao desenrolar de como irá decorrer o terceiro período: TV,
online, plataformas X e Y, enfim...
Por tudo quanto é grupo temático há pais
que se queixam, há professores desorientados e há alunos para quem o não ir à
escola é uma verdadeira farra. Nesta comédia de enganos quem está certo ou
errado? Ninguém! Há limitações por todos os lados.
O facto de os exames terem sido
cancelados - e bem, na minha opinião - faz, ainda com que os alunos se
descomprometam do que ainda resta do ano lectivo, enquanto pais e professores
fazem das tripas coração para levar este barco, à deriva, a bom porto. É que
Setembro é já ao virar da esquina e um novo ano lectivo espreita a pouca
distância...
Eu estou do lado dos que se sentem
desorientados, por muita orientação que nos chegue aos trambolhões e em
catadupa sem que tenhamos, nem tempo, nem capacidade para aprender tudo e
colocar esse tudo em prática. Não é fácil. Acreditem que não é. O esino há
distância em nada se assemelha ao presencial.
Até poderíamos pensar que seria fácil:
cada um na sua casa, a assistir às aulas, a tomar notas e a prestar atenção. Só
que não!
As plataformas permitem que em vez de um
vídeo se coloque uma foto, por exemplo, há outras em que não conseguimos
visualizar todos os presentes, apesar dos nomes constarem nas listas de
activos, entre muitas outras coisas. Há miudos, por exemplo que estão
"presentes" em aula quando, na realidade, estão nas traseiras a jogar
consola...
E é aqui que entra o factor
responsabilidade - cujo significado varia consoante a vontade de cada um.
E é aqui que entra o factor imaginação -
onde prender um aluno a uma aula requer o dobro ou o triplo do trabalho.
E é aqui que entra o factor colaboração
- onde pais, alunos e professores, mais do que nunca têm de estar em uníssono.
Utópico, não é?
E é aqui que entra o factor desigualdade
- de que muito se tem falado e que abrange um pouco de todas as áreas deste
processo.
Pela experiência que tenho, os alunos do
ensino público ainda não sabem bem o que irão fazer: não há directrizes vindas
das escolas ou dos directores de turma de como tudo se irá processar, não há
horários estabelecidos, apenas se sabe que alguns conteúdos vão ser transitidos
na TV. Já no privado - e mais uma vez, da minha experiência - os professores
estão literalmente a dar o litro - passando a expressão - com horários de aulas
estabelecidos, horários de atendimento também activos e uma presença constante
para que pais e alunos se sintam apoiados nesta modalidade de ensino que é
novidade para todos.
Aproveitemos este momento para calçarmos
os sapatos do outro em vez de apontar o dedo. Juntos conseguimos, tenho a
certeza, e quem sabe não sai daqui um sistema mais moderno e adequado à
sociedade actual - mesmo pondo de lado o acordo ortográfico!
Margarida Vargues
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