quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                      O MEU AMIGO E COLEGA FILIPE,

          Foi sempre, menino e moço, que então em menino e moço nos conhecemos e fomos, para toda a vida, dedicados amigos, um «percursor no tempo». Este Filipe Vieira, que ora e com profunda saudade o escrevo, nos deixou assumiu-se sempre como um João Baptista, uns anos à frente do que era a sua idade.

          O Filipe, um «senhor», aluno, tal como nós, das Escolas Serpa Pinto e Tomás Cabreira, «costeleta» por inteiro, que vestiu o equipamento azul e grenat (cores - símbolos do comércio e da indústria da Escola, com a mesma determinação, valor e empenho, como mais tarde o fez com o «maillot» vermelho do Sport Faro e Benfica, o «Sport Lisboa e Faro», como o era então.

               Foi uma notícia, envolvida em dúvida, a que de chofre recebemos, naquela manhã chuviscosa de fins de Dezembro, na tertúlia matinal do café, na Praça de Alandra, em que habitualmente nos hemos. Dúvida, que como não raro se deseja em relação ás novas não desejadas, seria confirmada em toda a sua crueldade. 

               Revemo-lo no Regimento de Infantaria nº 4, em Faro, sua terra natal, o RIF como se denominava a quando da sua indevida extinção. Revemo-lo já depois a trabalhar e a ascender á direcção comercial de uma grande empresa distribuidora, a nível regional, de bebidas e onde pontificou e se firmou a afirmou como «grande senhor».

               Antes foram os tempos de ser ainda percursor, nos inícios dos anos 60 do século XX, quando o turismo dava os seus passos primeiros entre nós. Com um grupo que deixou e fez história (o Merlin Nobre, os Santos (Horácio e Henrique) e alguns mais, fizeram da «very british «Farra», ali na Rua 1ºde Dezembro, o seu reino de devaneios e encantos.

                 Mais tarde foi o assumir do «namoro a sério» com a «Rosinha» (D. Rosa Vieira, de São Brás de Alportel, que frequentava o Magistério Primário), sua companheira de toda uma vida e mãe dos seus dilectos filhos, os considerados e estimados Drs. Filipe e João, a quem tal como a respeitável Viúva, apresentamos a expressão do profundo pesar pela morte deste ente querido, que foi um dos grandes amigos que na vida houvemos.

                    Jamais voltaremos a receber a fraterna saudação com que sempre nos acolhia o Filipe ou aquele acesso tão amigo com que distinguia desde o primeiro andar do Clube Farense, na Rua de Santo António.

                      Filipe Vieira, um abraço sentido e...até um destes dias...


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