segunda-feira, 10 de junho de 2024

CRÓNICA DE FARO. JOÃO LEAL

RUA DE SÃO LUÍS, UMA ARTÉRIA COM CASOS 


      Foi sempre de grande expressão esta artéria que ao longo de décadas marcou uma presença forte na cidade. Situada entre os cruzamentos das Ruas Teófilo da Trindade e Cândido Guerreiro (aquele cruzamento que o será sempre do «Limpinho») e o templo de São Luís, reconstruído após o «Terramoto de 1755», por determinação do Bispo D. Francisco Gomes do Avelar. Ainda nos ocorre a festa do Santo Protector, no primeiro fim de semana de Outubro, com a benção do gado e a verbena, á noite, onde se vendiam os tabuleiros oferecidos pelos fiéis e gulosamente recheados. Um ano aconteceu até que o leilão foi realizado, à falta de melhor por mim e pelo saudoso Miguel Tinoco, que além de outros atributos era grande artista de teatro. Ali, ao canto havia a fábrica de cerâmica do empresário sr. Barracosa, que além dos trabalhos eléctricos, possuía uma «loja» na Rua do Chiado.

Era também a rua em que moravam. além de outros, dois jovens que seriam no futuro, nomes maiores da pintura (Manuel Baptista) e da literatura (Teresa Rita). O comércio foi sempre presente, tal como hoje ainda acontece. Desde os cafés e restaurantes (paira-nos a lembrança, até por razões afectivas do «Raínha», líder da gastronomia regional e hoje substituído por um outro de gastronomia asiática), das frutarias, do talho (recente), das lojas de electrodomésticos e quejandos, etc.

Mas foi sempre uma artéria sempre com problemas estruturais graves, mormente quando chovia mais do que o usual. A inundação da zona era «o pão nosso de cada dia», provocando elevados prejuízos, o que ainda hoje acontece, sem que ao longo das sucessivas décadas qualquer solução haja surgido.

Agora um novo caso afecta a Rua de São Luís. Tem sido a frequente ausência da energia eléctrica, durante longos períodos e levando os comerciantes, sobretudo de comestíveis ao desespero. É deitar fora elevadas quantidades de fruta, de bolos, de pão e outros artigos cuja ausência do frio determina o seu estrago. As brigadas da EDP apontam como causa a nefasta acção dos roedores sobre os cabos eléctricos. Se assim é, porque não procede o Município a uma intensa desratização? 

A sugestão aqui fica e a solução espera-se que aconteça!

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