Tó Quintas, um artista farense
É conhecido por todo o mundo apenas e só por Tó Quintas. Nem mais nem menos. Mas verdade, verdadinha na íntegra , é que nasceu em Faro e se apresenta hoje como um dos mais falados criativos algarvios. Vários são os monumentos saídos do seu poder criador que se podem admirar na cidade. São disso pública referência o «cavalo marinho» surgido em defesa de um animal que corre sérios riscos de vivência num dos seus mais persistentes «habitats naturais», a Ria Formosa. Mas é também no Parque Ribeirinho que se ergue o monumento ao pescador, com um sentido próprio que é o carismático Sítio dos Moínhos, onde se construiu uma das maiores catedrais gastronómicas do Algarve- as muxarras, os geados de tripa clara, os pequenos salmonetes, em suma toda essa riqueza que nos é oferecida pelo espaço úbere e marítimo que vai do Garrão à Fábrica (Cacela). Era também que existiu, ainda se vendo os seus restos da pioneira Fábrica das Manteigas, que o espírito inovador do sr. Campos criou. Conheci-o bem pois morava na contígua Rua Gil Eanes (para nós sempre a Rua da Parreira), era casado com a D. Filomena, sobrinha do sr. José Pedro da Silva, dono do Aliança, nas suas várias vertentes.
Mas voltemos ao escultor Tó Quintas. Apenas anos da sua vida (por razões profissionais do pai) residiu em Lisboa. De resto Faro é a sua e nossa terra, à qual acabou (8 de Março, dia de João de Deus) de legar mais um dos seus trabalhos. Trata-se de uma homenagem - recordação a uma das mais típicas figuras farenses, o vendedor de castanhas. Seja-o um dos «Coelhinhos», ou o «Manel Russo» ou mais em nossos dias de um dos Maldonados.
O «homem das castanhas», quando o Outono chegava e frente ao Liceu João de Deus, em Santo António do Alto, à Escola Tomás Cabreira, paredes meias com a Alameda ou à entrada da Rua de Santo António, onde a clientela mais afluía, era uma figura obrigatória. Tinha o seu ambiente próprio, para além do peculiar carro - triciclo, o fogueiro a deitar a sua fumarada e as desejadas castanhas «quentes e boas».
Tudo isto volta no espaço frente ao Liceu (hoje dito de Escola Secundária) na escultura do Tó Quintas, um escultor farense!
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