terça-feira, 11 de março de 2008

AO TELEFONE COM

(lá em cima ALBERTO ROCHA, ROMUALDO CAVACO, TEÓFILO CARAPETO e AURÉLIO MADEIRA, depois ALEX e BERNARDO depois FERNANDO CABRITA e JOÃO BRITO SOUSA, encoberto)
ALBERTO ROCHA de Santa Catarina da Fonte do Bispo


Disse- me uma vez que é do tempo do Verdelhão, tendo sido até, seu colega de turma.

Eu já conhecia o Alberto Rocha e sabia que era muito amigo do Zé Emiliano, porque os via andar muito juntos, e pensava até que a amizade teria sido construída na Escola.

Mas essa amizade construiu-se na tropa.

Outro tipo de escola.

A vida ensina-nos coisas fantásticas e coloca-nos perante situações maravilhosas, que nos dão forças para continuar a viver.

Estava eu a ultimar os textos para a publicação ás 24, eis senão quando tocou o TM e, através do visor vi que o número que me estava a chamar não me era familiar.

Peguei no telefone e disse Aló...

Era o Alberto Rocha de Santa Catarina da Fonte do Bispo.

Simpatia de rapaz este Alberto. Falámos de muita coisa.. Entre outras disse-me ele:


EH PÁ ...NUNCA DESISTAS.

O Alberto ligou de Santa Catarina e disse
João, vê se me conheces ou sabes quem sou.
Desculpa-me ligar-te a esta hora ó que chatice
Sabes... é por causa do blogue que aqui estou

Quero que saibas que gosto de ler aquilo ó João
E em chegando aí às dezanove o trabalho parou
E, radiante vou direito ao computador ver quais são
As novidades que hoje o meu amigo João publicou

E deparo – me com coisas simples da nossa escola
Recordações daquele tempo em que usava a sacola
O que será que vai sair hoje ó João... dá-me pistas...

Porque ao que parece todos os dias colocas material
Não tenhas medo que o blogue está bom; não há igual
Éh pá.. aquilo está tão bonito vê lá nunca desistas.


Texto de
João Brito Sousa

POETA E PROFESSOR COSTELETA


POEMAS


DO Dr. ZÉ DE SOUSA UVA

Dos olhos negros, serenos,
Languidamente quebrados,
Sei extrair uns venenos
Para dar aos namorados

Guerra Junqueiro


GLOSAS

Afirma o nosso doutor
Não virmos dos sarracenos;
De onde te vem o fulgor
Dos olhos negros serenos?

Pois não são de puro árabe,
Profundos, apaixonados,
Esses teus olhos de Cárabe
Languidamente quebrados?

Tenho a certeza, meu amor,
Não fazem isso por menos!
Dirão que de tudo eu
Sei extrair uns venenos..

Não tenh’ artes de demónio,
Versos com fins reservados;
São quadras de Santo António
Para dar aos namorados

Zé Uva (Dr)


O Dr. UVA, visto pelo poeta e costeleta
CASIMIRO de BRITO

“Ele entrava na sala com um passo ligeiramente pesado, com o seu ar bonacheirão aliviado por um sorriso prazenteiro.

Era o Dr. Uva

O rumorejar cessava cerce e o silêncio que se fazia não era bem igual ao que os outros professores, menos previsíveis, impunham – ninguém ali, tinha receio de ser apanhado por uma falha na “matéria dada”; nem corria o risco de ser chamado `a pedra; ninguém precisava de cábulas nem estava sujeito ao chumbo. Era o porreirão do doutor Uva, esse que, afinal, para usar a expressão em voga na altura, não era tão banana como isso. Era isso sim um pedagogo de primeira água.


Publicação de
João brito SOUSA

OS JOGOS DA TABUINHA

(a seguir ao portão verde lá estão os corredres)
A TABUINHA
Naquele tempo e naquelas idades a malta queria era brincadeira.

Havia um jogo lá na Escola que todos jogávamos, dois contra dois, formando assim duas equipas.

Os jogos eram disputados nos corredores, e, entre três pilares colocavam-se dm lado dois alunos e do outro outros dois alunos.

O jogo era praticado com uma tabuinha de madeira, que restava das oficinas e andava por ali, e consistia em fazer passar a tabuinha para lá da linha de baliza, defendida pela equipa adversária,.

O Priolé do 1º 3ª tinha um remate forte e colocado e não dava hipóteses a ninguém. Eram jogos de morte até as tantas, até que aparecia o funcionário Armando, com o seu bigode preto e farda azul escura, de serrubeco no inverno e de cotim no verão, para tirar os números à rapaziada e levar ao senhor Director.

Mas o ARMANDO era amigo da malta, simulava que ia mas nunca ia.

Mas uma vez, estava eu a jogar com outro ao pé das oficinas de carpintaria, quando aparece o Director Dr. Fernando Moreira que nos apanhou e interpelou-nos. A malta fugiu pelas traseiras. O Director passou pelo interior das oficinas e foi mesmo à tabela para nos apanhar.

Ó meninos?... chamava o senhor Dierctor.

E lá apanhámos três dias de suspensão.

Coisas da criançada.

Texto de
João brito SOUSA

O PRODUTO COSTELETA


SAÍDAS PROFISSIONAIS PARA OS COSTELETAS.

O ensino, naquele tempo dos anos 50, visto à distância, pode considerar-se válido. Parecia que não se aprendia nada nem se ensinava nada, assim a modos como o Aníbal descreve o ensino de ar pachorrento do Dr. Uva.

Parece que foi ali que aprendemos tudo, mesmo aqueles que continuaram a estudar pouco mais aprenderam porque nós já tínhamos as bases.

No Ciclo Preparatório, tínhamos Ciências com a Drª Conceição Sintra, Matemática com a Drª Suzete ou Drª Dora, Português com a Drª Maria José Chamiço Guilherme, Desenho com a D. Fernanda, o Prof. Celestino ou Prof. Batalha e Trabalhos Manais com os Mestres Mário, Roseta e Guerreiro nos trabalhos de carpintaria e os Mestres Cruz e Damião nas oficinas de serralharia..

Este modelo deu os seus frutos, porquanto os alunos poderiam dar resposta às suas aptências profissionais, pois os que tinham mais jeito para trabalhos de mãos poderiam ensaiar essa possibilidade nas oficinas de serralharia e seguir por essa via, se para ela se achassem vocacionados

Os que tinham menos habilidade, experimentavam as oficinas de carpintaria e depois logo se via. Pessoalmente, entendo que estas inclinações para as oficinas e aulas de desenho, davam-nos uns bons indicadores para escolhermos o nosso futuro que se situava entre o Comércio e a Indústria.

Terminado o Curso Comercial ou os cursos da Indústria (Serralheiros ou Electricistas), a nossa Escola dava-nos a possibilidade de ingressarmos numas Secções especiais, ditas Preparatórias para ingresso nos Institutos Comercial ou Industrial, em Lisboa, rua das Chagas ou Buenos Aires, respectivamente. ou ainda no Magistério Primário na cidade e talvez outros cursos que desconheço.

Foi este percurso em direcção à Rua das Chagas que fez o Aníbal, que mais tarde rumou ao Quelhas..

Texto de
João Brito Sousa

QUEM SE LEMBRA DELE?


(ALEX)
JOÃO VIEIRA ALEXANDRE

Era amigo de toda a gente, particularmente do Firmino Cabrita Longo das Fontainhas. Eram os dois que mais sabiamente davam a volta ao D. Uva. No primeiro dia de aulas do período oferecia-se para ser chamado . Aluno que se oferecesse com o UVA tinha doze. O ALEX tinha o problema resolvido....

O Firmino também fazia mais ou menos isso.

Todos gostavam do ALEX. Era aquilo que se chama vulgarmente um “bonzão” Era grande companheiro do Jorge Barata.

Na primária em S. Luís, nas práticas pedagógicas ainda fui professor de um seu irmão, de nome Alexandre, que parece ser também o nome do Pai. .

Havia outro irmão, costeleta também, de nome Zé Maria, que me parece ter emigrado para França.

Outro companheiro de ambientes do ALEX foi o também já falecido SABINO, o mais velho, ambos funcionários do Sotto Mayor, que cantava o fado e percorriam as ruas de Alfama. e o cacau da Ribeira.

Nas aulas de Contabilidade da Drª Florinda o ALEX ficava sempre cá atrás....

Os Iguaizinhos é que viram ele a fazer os lançamentos.

Uma vez encontrei-o na Papelaria Silva a andar de bicicleta dentro da loja.
ALEX... uma saudade.

Texto de
João Brito Sousa