quarta-feira, 19 de março de 2008

QUEM SE LEMBRA DELE?


VERGÍLIO COELHO.


FOI UM COSTELETA e trabalhou no BANCO PINTO & SOTTO MAYOR com o ALEX, O ZÉ EUSÉBIO, O JORGE CACHAÇO, O ZÉ MANUEL CAVACO, O LUÍS CUNHA O CONDE DE SALIR e outros.

RECORDANDO O VERGÍLIO NUM MINUTO


VERGÍLIO,

Quando eu era puto e vinha
Com a minha mãe à cidade
Na camioneta da EVA

Dizia logo à minha mãe que tinha
Fome. Tinha pouca idade...
Mas já alguma esperteza e a pobre da minha mãe ia na leva.

Sabes onde é que íamos
Ao café do te pai, o velho
E era lá que comíamos
Eu e ela
Um bolo de arroz
No café Coelho.


AO COSTLETA VERGÍLIO COELHO, ESTEJA ONDE ESTIVER
AÍ VAI
UM ABRAÇO AMIGO
DE TODOS NÓS .. E TU , ESTÁS BEM?

Olha, aí vai uma abraço do
JAIME REIS , também.

Texto de João Brito Sousa

RUA DE SANTO ANTÓNIO EM FARO

(rua de santo antónio)

RUA DE SANTO ANTÓNIO/ FARO

Falar desta rua da cidade é falar daquilo que a cidade terá de mais nobre para oferecer a quem a visita. No Natal. então, é uma enchente de malta que vem de todo o lado ver a família e os amigos e depois não falha uma visita à Rua de Santo António. É lá que está a malta do nosso tempo. E no Verão é a mesma coisa. É lá que encontramos sempre o Engº Bernardo Estanco dos Santos, a residir na cidade agora, que é o homem que eu conheço que conhece mais pessoas no mundo. E depois há a esplanada da pastelaria GARDY, estrategicamente situada e totalmente lotada por nacionais e estrangeiros.

A rua é a montra da cidade. Era por ali que o homem das perdizes apregoava às quatro da tarde ... éh caça brava, era ali a meio da rua, em frente ao ex BNU de hoje que o fotógrafo Cartaxo tinha a sua vitrine com fotografias dos jogos do Farense. , era ali que fica a loja do Dimas, o portador dessa risada sonora e pura que a cidade tem saudade, era por ali que o Vieguinhas e o Pardal passavam a vender os jornais, o Diário Popular e o Diário de Lisboa, era por ali que passavam às cinco da tarde os Profs. Xico Zambujal, Daniel Faria do Magistério Primário e Prof. Fortes, da ginástica do Liceu. E muitos milhares de pessoas. E era por ali que passavam as miúdas mais bonitas da cidade, que, segundo o meu critério eram a Avelina, a Odete e a Graciete da Escola Comercial e a Rute e a Aidé mais a Ilda Capela, que na minha, era o expoente máximo de beleza feminina da cidade.

É aí na rua de Santo António que fica a farmácia do Dr. Baptista, que no final do exame oral de cálculo financeiro do 4º ano lá na Escola Comercial me disse:- você sabe mais do que aquilo que pensa.

Nunca mais me esqueci disso e quando passo por lá dou sempre uma olhadela a ver se me deparo com o Mestre amigo. E aí que fica a loja do senhor Rodrigues, a fina flor das lojas das cidade, que tinha coisas lindas, onde a minha mãe teve a ousadia de entrar para fazer uma compra, mas, com aquele seu aspecto de mulher do campo não teve sorte nenhuma, esperou uma hora e nunca foi atendida, porque não tinham nada do que a minha mãe queria (leia-se, não quiseram vender nada à velhota do campo), era ali o consultório do Dr. Campos Coroa, meu professor de Higiene lá na Escola Comercial que um dia na aula falou de relações sexuais e cuidados a ter e a malta baixava a cabeça e ria-se, ficavam ainda a Tipografia Serafim, a loja Tabú, a loja dos Carminhos, eu sei lá.. tanta coisa.

A cultura estava entregue `a Académica, à Papelaria Silva e ao senhor Capela.. Nesses anos cinquenta, havia trânsito que vinha do jardim para a Pontinha e era sempre muito concorrido. O coração da cidade estava ali. E penso que ainda está. Surgiram novos estabelecimentos e a zona comercial manteve o seu estatuto imponente. Não poderei esquece que mais ou menos onde fica a TAP hoje, havia a loja ATLAS, uma sapataria de preço fixo, aspecto que julgo importante do ponto de vista comercial. Faro era a cidade inovadora e capital de distrito.

A rua de Santo António é importante para Faro como a Rua Augusta o é para Lisboa, como Les Champs Elisées o são para Paris, com Trafalgar Square é para Londres ou como Manhattan o é para Nova Yorque.

E era aqui que ficava também o café Brasília onde eu e o Firmino Cabrita Longo das Fontainhas nos preparámos para o exame de admissão para o Magistério Primário.
Era aqui...

Texto de
João Brito Sousa

CORREIO COSTELETA

(hortas)

A PROPÓSITO DE MONTANHEIROS.

texto de JORGE TAVARES

Tuesday, March 18, 2008 4:25 PM

A propósito da evocação, com alguma regularidade, dos chamados "costeletas montanheiros", proponho-me duma forma sintética, falar da origem de tal qualificação.

À época e em termos geográficos, a cidade de Faro começava nas seguintes entradas:

- Vindo de Loulé, no ex-posto da polícia de viação e trânsito;
- Vindo de São Brás de Alportel (antiga estrada de Lisboa),no final da Rua do Alportel, e quando se virava para o chamado bairro da Barulha;
- Vindo de Olhão, junto ao posto da Marinha, no conhecido Radio Naval.

Esta delimitação servia para a qualificação dos seus habitantes como citadinos ou farenses.

À saída da cidade e até ao início da serra, as hortas de regadio espalhavam-se por vários quilómetros. Os habitantes desta região, na sua maioria produtores agrícolas, autodenominavam-se de montanheiros.

Na zona da serra, também conhecida por barrocal, os habitantes eram conhecidos por serrenhos.

Será curioso olhar um pouco sobre o tecido social dessas três zonas, na época de que falamos e verificar como elas correspondem sem grandes diferenças a três classes distintas:

- Os citadinos, na sua grande maioria, distribuíam –se pelas seguintes actividades profissionais: marítimos, funcionários públicos, corticeiros, empregados na CP, comerciantes, artesãos, entre outras, que em regra viviam com algumas dificuldades, justificadas como se dizia na altura, por terem de comprar da “água ao sal”.
-
- Logo, os costeletas, oriundos dessa classe social, ficavam-se pelo curso comercial ou industrial, excepcionalmente secções preparatórias e mercado de trabalho (escritórios, bancos, função publica, oficinas de serralharia ou mecânicas).

Os licenciados desse grupo, atingiram esse grau académico porque foram para Lisboa trabalhar prosseguindo em simultâneo os seus estudos ( trabalhadores estudantes ).

- Os montanheiros, gente sem horário de trabalho e em que a dureza do mesmo, era marcante na sua figura (regar um milharal, em Julho pela força do calor, só quem o fez é capaz de avaliar ), tinham uma situação económica muito melhor que os citadinos, justamente porque trabalhavam muito, produziam para comer e, em consequência, também gastavam muito pouco.
-
- Os costeletas seus filhos, por essa razão, tiveram possibilidades de continuar os estudos via Institutos e posteriormente, tiveram o acesso mais facilitado aos estudos superiores. Outros ainda, porque estavam preparados para trabalho duro, emigraram com bastante sucesso.

- Os serrenhos, pessoas duma só palavra, temperamento fechado e de hábitos muito peculiares, viviam distantes dos gastos e de algum consumo, já existente à data.

A pequena horta, permitia o chamado gasto da casa e a venda dos frutos secos (amêndoa, alfarroba, figo) e alguma cortiça, proporcionava uma economia bastante boa.

Como consequência desta situação, os seus filhos costeletas ( muito poucos ), obtiveram em regra grandes probabilidades de sucesso estudantil, mesmo ao nível do acesso à universidade.

Este pequeno texto, pretende de algum modo tipificar em termos sociais e económicos, a denominação frequente no blog, dos costeletas montanheiros, ampliando-a aos citadinos e serrenhos.

jorge tavares

O MEU COMENTÁRIO È:

Não estou muito de acordo com o que diz o JORGE TAVARES. Porque não fomos nós que nos autodenominamos de montanheiros como o Jorge diz.

Nós chegámos à cidade, alguns de nós com a nossa farda de campesino, botas cardadas e boina na cabeça, com o célebre quico.

Os citadinos, roubavam-nos as boinas e cortavam – nos os quicos. Foi por isso que nunca falei com o Eusébio gerente do Sotto Mayor e de Salir, que me cortava os quicos todos.

Os da cidade é que nos chamaram de montanheiros que nós não sabíamos nada disso. O Cabrita de S. Brás trazia uma boina que abotoava por debaixo do queixo e samarras `a bruta. V muitos irem para a aula de ginástica de boina na cabeça e o Américo é que lá travava aquilo..

O termo “costeleta montanheiro” foi eu que o introduzi, para classificar de melhor aluno da Escola de todos os tempos o montanheiro de Bordeira o ANTÓNIO MARIA PINTO DE BRITO AFONSO, hoje do Almirantado da Marinha Portuguesa..
Os serrenhos eram iguais aos montanheiros.

A situação económica dos montanheiros não era melhor que os da cidade. Acho que os da cidade viviam do ordenado fixo e isso no campo não havia.

Talvez os montanheiros tivesse mais tenacidade e conhecessem melhor a dureza da vida.

O Cavaco, chumbou uma vez só. Foi no terceiro ano e o pai meteu-o a regar milho e o Cavaquinho nunca mais chumbou e chegou a Presidente..


João Brito Sousa

A VISITA DOS BEEFES

(alunos da Escola e LICEU)

CORREIO RECEBIDO

DOS BEEFES

Do LACOBRIGENSE VIEIRA CALADO.

POETA E ESCRITOR

EIS A MENSAGEM,

É com imenso prazer que vos vejo no blog do Merdock. O Merdock deixou de ser pertença apenas dos antigos alunos do Liceu (os bifes), desde o célebre desfile para libertar o cão. Havia alunos da Escola nessa manifestação! A luta contra um regime podre era de todos.

E assim foi entendido por muitos.

E, quando o Vidal (mata-gatos), hoje distinto coronel, se despediu de Faro e lhe foram levar as malas à estação (eu já não estava em Faro), havia também alunos da Tomás Cabreira a se associar à despedida daquele que foi o grande iniciador da grande saga.

Isto foi-me dito por um antigo aluno da Escola, aquando do lançamento da 1ª edição do livro na Biblioteca da Alameda.

Tenho cá uma foto e gostava de trocar impressões com ele. Talvez você o conheça. Eu não sei o seu nome.

Quanto ao vosso link, eu já o coloquei na minha lista.

EM RESPOSTA

MEU CARO VIEIRA,

Manda a foto do hmem , pá.

Folgo muito com estas novas mentalidades e novas maneiras de ser que estamos a protagonisar.

Acho bonito a tua vinda aqui ao nosso espaço, espaço que também é vosso, pois estamos todos globalizados..

Vou - te fazer um pedido, que é uma espécie de norma da casa, dá-me aí uma dica, diz-me quem és, porque nós podemos pensar que és outro

Foi assim com o beefe Jaime Reis que aparece por aqui.

Perguntei por ti a alguém que me disse que eras um rapaz de muito valor.

Aí vai um soneto meu e, se o quiseres podes publicar no teu blogue. Se não destoar claro.

Eu sou o João Brito Sousa, um original dos Braciais, conterrâneo do Custódio Justino aí do Liceu, costeleta e colega de curso no Magistério Primário das Liceais Rute, Ilda Capela, Rosa Branca Moreno Tomé, Graça Aleixo e outras...


AO VIEIRA CALADO


Apercebi-me não sei como serias escritor ....
Ou talvez mais poeta por isso mais coerente
Assim muito me alegrou a visita e por favor
Permite-me que dessa visita me sinta contente

O teu espaço na net tem vigor e tem harmonia
E o nome do cão que entre toda a estudantada
Fez história. E eu lembro bem desse grande dia
Quando a malta passou cantando endiabrada.

Foi na aula do Cónego Falé de Religião e Moral
Ouvia-se o “queremos o merdock” esse animal
Que de todos era amigo e por todos estimado

Por isso te felicito ó poeta .. ó grande escritor
E em prol do blogue continua a dar o teu melhor
E se precisares de algo cá estou ó VIEIRA CALADO.


João Brito Sousa


E recebi da ANA BELA BUISEL, esta mensagem simpática:


“Olá!

Também faço parte da comissão do almoço em Outubro e tive a aportunidade de ler o bloge dos "costeletas". Andei sempre no Liceu mas morava na R José de Matos e da minha janela via os alunos da Escola, princilpamente os rapazes a marcharem com farda

No meu prédio vivia um prof. o dr Furtado e também conheci o Dr Guerreirinho que ainda faleceu novo e morava também perto. O meu marido que nasceu e viveu sempre em Lisboa teve como prof. o Dr Herlander Estrela. É interessante . Também conheci um moço que morava também perto de mim que era o Bexiga e aluno da escola. No nosso tempo e não sei porquê os alunos do Liceu não conviviam com os da Escola. Era assim a sociedade daqueles tempos!

Cumprimentos da
Ana Bela Buisel.


Para a ANA BUISEL,


Gostei que tivesses aparecido aqui . Disseste que leste “oscosteletas.blogspot.com” mas não disseste a impressão que te causou. Já agora gostava de saber....

Marchar com farda era na Mocidade Portuguesa. Aos sábados.

O Dr. Furtado foi meu professor de História.

O Dr. Herlander Estrela foi meu colega de turma desde o primeiro ano na Escola Comercial.

Do Bexiga não me lembro.

A gente não conviviamos nesses tempos, mas agora


VAMOS CONVIVER.


ANA BELA BUISEL que és parte
Da comissão do almoço anual do Liceu
Vê lá se consegues com engenho e arte
Fazer com que todos os anos aí esteja eu

Porque para este ano já fui convidado
Foi o beefe Jaime Reis que disso me falou
Gosto de estar com o pessoal do passado
E é por isso que este ano aí sempre vou.

E tu ANA BELA .. tens aqui no costeleta
Espaço para colocar o que te der na veneta
Prosa, poesia, ... o que quiseres escrever!

E nos encontros anuais matemos a saudade
Porque ela aumenta se aumentar a idade
Por isso é que eu digo... vamos conviver..

JOÃO BRITO SOUSA