sexta-feira, 28 de março de 2008

COSTELETAS EM FARO


AQUI MORAM COSTELETAS

Estou em FARO, na Avenida da Republica, virado de frente para a fachada do nº 17, onde moraram os costeletas ZAMBUJAL.

A casa já foi demolida, não sei bem onde é, mas deve ser para ali, mais casa menos casa.

E de cabeça levantada e peito firme, deixo um ALABI ...ALABÁ .... BUM.. BÁ .. ESCOLA.. ESCOLA... ESCOLA.. para o costeleta Xico Zambujal que foi meu professor de desenho no Magistério e que faleceu com 57 anos.

E para o costeleta Mário deixo-lhe um abraço de parabéns pela sua “Crónica dos Bons Malandros. e outros”....

E para as costeletas Lurdes e Fátima Zambujal um bom dia.

Entretanto, virei-me para o lado do agora Hotel EVA, na esperança de ver aí os carros de mula de outros tempos, que faziam fretes carregando coisas a recibo verde.

Esperava lá ver o Albino Cotovio da Senhora da Saúde, o pai do Albino e do Adelino, este meu colega na primária em Mar e Guerra.

E lembrei-me de quando andei lá, na Senhora da Saúde, na escola paga nas filhas do Mestre Vicente, a Alda, a Lídia e a Teresinha, lembrei-me de um sino que lá havia e das abarcas entre estes dois irmãos, o Albino e o Adelino.

Era todos os dias.

Dois verdugas.

O Albino ainda praticou ciclismo, casou com a Lizete Janeira e parece-me que está na Alemanha. Do Adelino não sei nada..

E lembrei-me deste e daquele e do outro e mais isto e mais aquilo.. Lembrei-me de tanta coisa...

Da Senhora da Saúde em si, lembro-me do Zé Luís, o filho do Ti Leonel que reside em Elisabeth nos Estados Unidos e parece que esteve por cá a passar uns dias de férias.

























O Pai, vejo-o com muita frequência perto da venda do Zé Raimundo, ali para os lados dos Braciais, perto do ti Aníbal, ele e o Miguel Barulho e andam sempre na brincadeira, parecem dois putos, o Miguel canta o fado e o Leonel dá-lhe umas cacetadas pelo lombo abaixo.

Depois do Leonel lá na Senhora da Saúde vinha o Joaquim Tarreta, grande agricultor falecido com 42 anos e já a explorar três hortas. Os filhos são os meus amigos Diogo /Meninha, Reinaldo e Soledade, gente boa de quem já tenho falado aqui muitas vezes.

Morava ali em frente aos Tarretas a Otília Marques, que andou comigo na Primária em Mar e Guerra mas nunca mais a vi. E era por ali que morava o Joaquim Urbano, que também andou lá na Primária com a gente e que era parceiro de carteira do meu primo e costeleta CARLINHOS LOURO, já falecido, e ficavam sentados na fila junto à parede, segunda carteira. O Joaquim era muito amigo do meu primo mas perdi-o de vista.

E que será feito do costeleta Zé Pinto, que morava lá para dentro, á esquerda quando se vai para Faro, em frente á horta do Zé Diogo do laranjal ? ..

Volto a mim e procuro naquele espaço, onde é hoje o Hotel Eva, os moços do meu tempo que ali jogavam Hóquei em Campo, o melhor era o filho do contínuo Sr. João, o hoje Oficial da Marinha João Bico e jogava também o Chupa e outros, mas acabou-se, em lugar do campo está hoje um hotel e anda por lá um tipo a pedir dinheiro à malta..

Estava eu por ali na Av. da Republica, quando passam por mim o Rafina, o Papa Arroz e o Má Língua, moços de fretes, o primeiro já de idade avançada, um homem que sendo velho era moço ao mesmo tempo.

Gente antiga com vontade de viver..

Já não tive tempo para chegar até ao jardim Manuel Bívar para confirmar se o fotógrafo Seita ainda lá estará ao pé do Coreto, se o Marreco engraxador ainda estava por lá no Jardim e ... aproveitava para ir procurar ao Carlos Alberto Magalhães Viegas, que devia lá estar a vender jornas no quiosque do Pai, se o Justino, Costeleta que foi gerente no Borges & Irmão, andava por ali.

E ver a malta que pudesse. O Zé Emiliano e o Alberto Rocha, talvez...

Amanhã vou. Hoje me fico.E me dispeço com um abraço costeleta.

Para todos.

Texto de
João Brito SOUSA

POESIA



TALVEZ....

Talvez tu nunca tenhas visto o azul do mar
Talvez tenhas sonhado que essa cor existe
Talvez tenhas pensado saber o que é amar
Mas o coração com dúvidas sempre resiste!..

Talvez queiras uma certeza no que é incerto
Talvez queiras uma oportunidade e ser feliz
Mas não aceites bem se o amor parecer certo
Apesar do coração só aceitar o que o amor te diz.

E se o amor te disser que quer a tua companhia
E quer viver contigo em sossego, paz e harmonia
Aproveita que isso na vida acontece uma vez

Talvez depois, seja amor tudo o que vier até ti
E serás aquele ou aquela que ora chora ora ri
Porque o amor é assim mesmo não é talvez.....

João Brito SOUSA

ONDE OS COSTELETAS JOGAVAM À BOLA


QUANDO O PROF FALTAVA...

A malta ia jogar à bola.

Jogar a bola foi um fascínio para a malta do meu tempo. Faltava um professor e lá íamos nós para o campo dos marinheiros, campo dos blocos ou campo das amendoeiras perto do Liceu .

A bola era uma tentação e uma bola de borracha havia sempre um que a tinha..

A gente chegava, marcava as balizas com os livros a servir de poste, o guarda redes fazia um risco com o sapato de livro a livro e, se a bola passasse para além do risco, com o jogo em andamento, era golo e voltava tudo ao princípio
Quem escolhia os jogadores eram os guarda redes. Colocavam-se em frente um do outro, davam um salto de pés juntos para a frente, e depois, colocavam um pé à frente do outro e aquele que colocasse o pé sobre o pé do outro era o primeiro a escolher.
Primeiro escolhem-se os mais habilidosos, tipo Fontainhas e Priolé, jogadores de um talento enorme e também o Ludovico de S. Sebastião . Os montanheiros ficavam para o fim e jogavam à defesa e não passava nada..
O melhor montanheiro que vi jogar à bola foi o ADOLFO dos Gorjões que jogava no Liceu. Tinha tudo; poder físico, domínio de bola, raciocínio rápido, remate colocado, visão de jogo, colocação no terreno, espírito de equipa, era solidário, tinha a capacidade de liderança....
Um dos estádios era no Largo D. Afonso III que naquele tempo era um terreiro. E sem estátua. Embora com alguma inclinação, servia para os alunos da Escola Tomaz Cabreira jogarem entre si.

Foi aqui que o Zaralho de Tavira despedaçou a cesta do polícia. Zaralho, o almoço é no dia 8 de Junho em Vilamoura. Quero-te lá.

Nas Barreiras, local onde hoje está o Mercado, era tudo estádio até à Igreja de S. Luís.

O campo dos Marinheiros, um pequeníssimo terreno meio encovado e que tinha aquele nome, por ficar junto daquilo a que chamávamos a “rádio naval” umas instalações da marinha. Tinha um contra: O senhor reitor proibia que lá se jogasse à bola, como proibia quase tudo.

Havia mais uns três ou quatro campos.

Queria deixar duas linhas avançadas de juniores com valor para se bater com qualquer linha avançada júnior, de hoje em Portugal

ESCOLA: Fontainhas, Priolé, Ludovico, Zé Gonçalves e Ribeirinho

LICEU: Tabeta, Aleluia, Monteiro, Adolfo e Uva.

Texto de
João Brito Sousa

QUEM SE LEMBRA DELE?


LUDGERO GEMA


Foi meu contemporâneo na Escola andando um ano atras de mim.

Um dos aspectos mais importantes da sua vida, foi o facto de ter ingressado no Banco Português do Atlântico aos 18 anos juntamente com o Carlos Alberto Martins dos Santos, recentemente falecido.

Trabalhou no Banco com o Zé Marcelino, com o Mário Leonardo, com o Lopinhos, com Aníbal Pereira e certamente com outros que eu não me recordo.

Prestou o serviço militar com o Diogo Costa Sousa em Angola e está ai na foto acima com o Costa Sousa a conduzir.

Aqui deixo um abraço para ele.

Texto de
João Brito Sousa