terça-feira, 1 de setembro de 2009

INFORMAÇÃO

Agradeço publiques esta nota. Já fui abordado com algumas perguntas a que não pode nem sabia responder. Obtive o telefone e falei com o Julião.
Um abraço Jorge Tavares

" O NOSSO COSTELETA CUSTÓDIO JULIÃO ESTÁ PASSANDO MAL DE SAÚDE. DA CONVERSA QUE TIVEMOS PELO TELEFONE, O JULIÃO DISSE-ME QUE O PIOR TERIA PASSADO. DEIXEI-LHE UM ABRAÇO COM VOTOS DE MELHORAS, CRENTE QUE O MESMO ERA SENTIDO POR TODA A FAMÍLIA COSTELETA."
jorge tavares

E porque não o tema: ANEDOTA?

Xecápi do cearense
O Seu Antônio, aproveitando a viagem a Fortaleza, foi ao médico fazer um 'xecápi'. Pergunta o médico:
- Sr. Antônio, o senhor está em muito boa forma para 40 anos.
- E eu disse ter 40 anos?
- Quantos anos o senhor tem?
- Fiz 57 em maio que passou.
- Puxa! E quantos anos tinha seu pai quando morreu?
- E eu disse que meu pai morreu?
- Oh, desculpe! Quantos anos tem seu pai?
- O véio tem 81.
- 81? Que bom! E quantos anos tinha seu avô quando morreu?
- E eu disse que ele morreu?
- Sinto muito. E quantos anos ele tem?
- 103, e anda de bicicleta até hoje.
- Fico feliz em saber. E seu bisavô? Morreu de quê?
- E eu disse que ele tinha morrido? Ele está com 124 e vai casar na semana que vem.
- Agora já é demais! - Diz o médico revoltado. - Por que um homem de 124 anos iria querer casar?
- E eu disse que ele QUERIA se casar? Queria nada, ele engravidou a moça...

"DUETO"

Um conto de Alfredo Mingau

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O moço, de seu nome Delmiro da Silva, concluíra o Curso de Comércio na Escola Tomás Cabreira.
Fizera tudo na vida sem o apoio de ninguém. Os pais morreram num desastre de viação ainda ele era rapazote. Não conhecia família. Ganhava uns tostões a fazer recados e estudara de noite. Residia sozinho numa casita ali para os lados do “Chalé das Canas”.
Quando acabou o curso arranjou um emprego no escritório de um advogado situado na rua de Santo António.
Fora, como dizia, a única sorte que tivera na vida. Não tinha amigos e nunca conhecera uma namorada. Vivia só.
Naquele dia, de Inverno, saíra do emprego, já a entrar na noite. Deambulara pelo Jardim da Alagoa e foi caminhando na direcção do Largo de S. Francisco. Aquela hora já não se via vivalma, até porque chovia, caindo miudinha, mas que não o apoquentava. Os pensamentos sobrepunham-se. Parou junto da cancela da via-férrea, que estava fechada adivinhando-se a aproximação dum comboio.
Reparou num vulto que se encontrava junto à linha. Ficou preocupado e atento.
A automotora aproximava-se, apitando antes da passagem de nível. O vulto mexera-se e... foi tudo muito rápido com o Delmiro a saltar e agarrar naquela pessoa e puxá-la para fora dos carris. Abraçados caíram no empedrado da via-férrea. Pela fraca luz dos candeeiros reparou que era uma rapariga que chorava convulsivamente.
Meigamente perguntou-lhe como se chamava
- Anabela, respondeu.
- Os teus pais?
- Não tenho pais. Não tenho família. Perdi o emprego e não tenho dinheiro para viver, respondeu com a voz embargada pela comoção.
- Eu sou o Delmiro, vem comigo, disse-lhe.
Amparou-a e caminharam na direcção do “Chalé das Canas” que não ficava longe.
Sentou-a no pequeno sofá da salinha e, entretanto, colocou água num púcaro e fez um chá de “erva cidreira”.
Beberam os dois olhando-se. Sorriram. Conversaram.
- Eu também não tenho família, vivo só, confessou o Delmiro.
E com acanhamento disse-lhe
- Anabela, fica comigo...!
Setembro de 2009 - um conto de ficção
Recebido no mail da Associação e colocado por Rogério Coelho

UM TEXTO...DIÁRIO, SEMANAL, MENSAL...OU DE VEZ EM QUANDO

Jorge Tavares


AS NOSSAS FÉRIAS GRANDES....CAPÍTULO lV


Três dias de descanso e iguais dias para curar uma constipação de verão, mantiveram-me fora do escritório, local aonde disponho de melhores meios técnicos para me dedicar a escrever uma linhas para o nosso blogue. Esta ausência não foi, contudo, impeditiva de ler com interesse todos os escritos e comentários. Estou satisfeito. O blogue está vivo!

A questão que me coloco hoje e agora, na tentativa de prosseguir a minha colaboração com o blogue, é:

- Que tema abordar? Política? Definitivamente, não! Religião? Tampouco! Futebol? Ainda é cedo! Novas tecnologias? Dificilmente escreveria algo com interesse. Economia e Finanças? Teria alguma dificuldade em separar a técnica da política.. Cidade de Faro? Talvez para Outubro. Recordações da juventude? Agrada-me, sempre! E, porque as recordações são muitas, aí vai mais uma estória da juventude de então.

Quando completei 14 anos, o meu pai entendeu que as " férias grandes" deveriam ser passadas no Cerro do Alportel, local aonde tínhamos uma casa.O Cerro do Alportel situa-se na povoação do Alportel, a cerca de 4 quilómetros de S. Brás de Alportel, que é atravessada no sentido longitudinal pela EN2. Antes de continuar, e a título de curiosidade: São Brás de Alportel deve o seu nome, diz-se, ao facto do bispo - e hoje, Santo Padroeiro da vila, São Brás - querer permanecer na igreja do Alportel e na altura, teimosamente inisistirem em colocá-lo na Igreja Matriz de São Brás, "fugindo" ele de noite, para se voltar a instalar na "sua" igreja. Daí o nome São Brás de ALPORTEL.

Prosseguindo, o Cerro do Alportel é uma das colinas que rodeiam o Alportel, como outras de que são exemplo os Juncais, Moinho de Vento, Farrobo, Cerro da Pousada, etc.

Os nossos vizinhos mais próximos eram a família Sancho, os mais abastados da vila, com o seu solar dos princípios do século XX. Também o Henrique Faria, detentor dum rebanho de ovelhas ( algumas suas, outras de outros donos que lhas entregavam para pastar, recebendo ele em troca a lã e os queijos do leite que ordenhava), o Miguel, mais conhecido pelo Miguel dos porcos, porque dava pastorícia a cerca de 80 bácoros, propriedade da família Sancho. Alguns outros moradores, mas que não tiveram tanta influência nas minhas férias pelo Alportel. Vestindo uma calças de cotim ( tecido de que eram feitas as fardas da Polícia e da GNR ), botas fabricadas à medida, e reforçadas com cardas na sola - botas cardadas, era o seu nome - fisga no bolso, sacola com uma sandes de pão caseiro, banha e queijo de ovelha e boné na cabeça, respondia à chamada do Miguel, que me batia à janela do quarto ao nascer do sol.O pequeno almoço iniciava-se no figueiral existente no vale entre o Farrobo e São Romão, ouvindo as estórias que me contava o Miguel, enquanto a "ganhoa", assim se chamava a porca, obedecia a todos os chamamentos do próprio. Parece que ainda o ouço chamar " eh! ganhoa, roda, busca, etc". Com a sua funda ( que me ensinou a fazer utilizando baraço), o Miguel ia mandando umas pedras para evitar algum tresmalhe dos porcos. NUNCA alguma pedra atingia um animal, quer pela sua precisão, como pela sua preocupação. Dos seus ensinamentos, além da funda de cabreiro, aprendi também a fazer cajados, utilizando rebentos de oliveira aquecidos, forçando a dobra muito suavemente durante alguns dias, até ficar na sua posição final.

Outro meu companheiro foi o Henrique Faria. Homem bom, bebia o seu copinho, em regra numa taberna na Soalheira, povoação que ficava noutro vale (estrada que liga São Brás de Alportel a Loulé). Nas tardes em que os copitos ultrapassavam a medida, o meu amigo a qualquer hora da noite vinha para casa, porque as suas ovelhas o orientavam pelos caminhos e veredas.Com este homem aprendi a armar aos pássaros, com ratoeiras e esparelas, a caçar com a sua espingarda de carregar pela boca, apanhar e manter agudias, para que os piscos caíssem na ratoeira ao nascer so sol, quando as asinhas da formiga começavam a mexer. E de noite, a apanhar coelhos com os seus furões e a ver como ele em sua casa, os ensinava a caçar.Os meus tempos em férias completavam-se com outras actividades, nomeadamente, montar uma égua da Dª. Isabel Sancho, depois de lhe colocar as cangalhas para 4 cântaros de cobre, descer o Cerro, subir aos Juncais, atravessar a EN2 e ir até à fonte férrea encher os cântaros. A fonte tinha um muro que permitia o encosto do animal e consequentemente, que se tirasse e colocasse os cântaros com o mínimo esforço. Na época da apanha dos figos, munido de um "caímbo" * colaborava na sua apanha. Os figos eram depositados em esteiras de cana a secar ao sol, nas eiras ou varandas, durante algum tempo, para posterior classificação e venda conforme a sua qualidade. Igualmente, colaborava no varejo das alfarrobeiras e apanha das alfarrobas. As varas utilizadas no varejo, tinham vários comprimentos adaptadas à altura de cada árvore. Debaixo das alfarrobeiras eram colocadas serrapilheiras, para facilitar a apanha. Deste trabalho sempre vinham uns cobres, porque depois da apanha, rabiscavamos as sobras que restavam no chão ou ainda na árvore, e vendiamos no estabelecimento do "Pichoreto".Depois do jantar ( à luz do candeeiro a petróleo ), devidamente "aperaltado", descia até à povoação, para conviver com outros amigos e amigas, passeando pela estrada, jogando às cartas ou simplesmente, conversando. O grupo de raparigas e rapazes era grande, porque na altura a região era muito frequentada por pessoas oriundas de diversos sitios, que queriam "mudar de ares" e a escolhiam dada, a proximidade do Sanatório de São Brás e a qualidade do clima. A hora de recolha para a deita não podia ultrapassar ( para todos ) as 23 horas. Recordo com saudade e alguma surpresa, o facto de poder andar de dia ou de noite, ainda bastante jovem, sem quaisquer temores. De noite, por vezes escuro que nem "breu", surgia em sentido contrário um ponto vermelho: Alguém vinha fumando! Quando nos cruzávamos, e porque todos se cumprimentavam, ainda que não se conhecessem, o boa-noite era espontâneo. Tal e qual como agora....!!!!

Vou terminar por hoje. Fica no ar a promessa de continuar com muitas outras estórias duma juventude bem diferente, mas não menos interessante... *Tentei encontrar esta palavra nos manuais ao meu dispôr e na nett. Nada. Escrevi como ouvia e dizia na altura. Era uma vara de madeira, terminando em V e que servia para puxar a ramagem das figueiras, facilitando a apanha dos figos.

JORGE TAVARES

costeleta 1950/56

Nota: Descuidei-me e estendi o pé mais do que o lençol...prometo que o próximo será mais curto


Recebido e colocado por Rogério Coelho